Monday, April 27, 2015

As aventuras do Bucha/Estica no JA – Reginaldo Silva


Luanda - Depois do que li  nos últimos dias no “nosso Pravda” onde um, o Bucha, dizia que o outro, o Estica, era dos melhores do mundo e outro, o Estica, confessava-se na página ao lado de ter sido bailarino por algumas horas num bar de alterne* na muito sua amada Luanda colonialista, lembrei-me do comentário do José Eduardo Agualusa, quando comparou no facebook o “querozene” a um boneco animado.
Fonte: Morrodamaianga
Definitivamente o dito cujo pode até não ser “um dos melhores repórteres do mundo”, mas é, comprovadamente, a personagem mais divertida de todo o mundo onde se fazem jornais, embora já comece a revelar alguns sinais preocupantes de senilidade, considerando os níveis de incontinência/inconveniência que a sua “prossa” tem estado a revelar.
O Zé tem toda a razão.
Vamos todos sentir saudades dele quando ele voltar para a sua terra natal, algures em Trás- os-Montes, caso não consiga o tal contrato vitalício que o determinado “Man Ribas” quer impor à administração de que ainda é o PCA, num ambiente cada vez mais impróprio para se gerir seja o que for, onde ao que consta só falta mesmo as reuniões terminarem ao tabefe.
O “nosso Pravda” está quase a virar um pagode, para não sermos mais definitivos.
Seja como for, sempre é possível tirar alguma ilação mais positiva deste último pagode animado pelo Bucha e o Estica nas colunas do único diário angolano que tem a particularidade muito especial de ser governamental e governamentalizado a 100%. De facto a percentagem da sua governamentalização podia ser menos ambiciosa que se calhar até ninguém reparava, mas sempre dava para vender uma outra imagem do periódico.
E este lado mais positivo é que, apesar dos pesares, o país está mesmo a democratizar-se.
Nos tempos da outra senhora, a do “mono”, uma carta daquelas que o José Ribeiro escreveu contra o CK, tinha uma força muito maior que a de um mandato de captura, com direito a trazer-se os rusgados já amarrados e competentemente sovados.
Do que te livraste José Gama!
Hoje não passa de mais uma opinião que vale o que vale e que daqui a mais 10 anos, espero bem, poderá vir a servir do melhor exemplo para se dar uma aula sobre os limites da liberdade de expressão.
Lembrei-me de retirar esta ilação para rivalizar com a outra que é mais ou menos concorrente e segundo a qual a existência dos semanários independentes e da Rádio Despertar é a melhor prova de que em Angola existe democracia/liberdade de expressão.
Aliás, estamos absolutamente convencidos que a postura editorial do matutino não tem no mundo qualquer comparação, sobretudo depois do seu director ter acrescentado a  sua linha editorial que a legitimidade democrática do Jornal de Angola repousa na maioria que o MPLA alcançou nas urnas, pelo que estão a vontade para fazer e dizer o que lhes der na real gana, sem terem de  dar cavaco a ninguém.
*Bar de alterne é um estabelecimento nocturno onde trabalham mulheres “especializadas” em fazer companhia aos clientes e estimular as suas despesas de consumo.
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Este ano não escrevi sobre o dia da paz/reconciliação nacional porque ainda estou meio confuso a digerir a mensagem oficial que o Executivo transmitiu no passado dia 23 de Março por ocasião da passagem de mais um aniversário da batalha do Cuito Cuanavale.
Aliás, a minha leitura, a ter em conta a própria narrativa oficial, é que o 4 de Abril já é mais o “Dia do Arquitecto da Paz” do que propriamente uma abrangente e inclusiva jornada nacional consagrada a paz e a reconciliação nacional, estando esta segunda componente a ser tratada de uma forma que está perto do surrealismo político.
Sinceramente estou mesmo confuso, conforme podem comprovar pela indirecta (?!) que o “nosso Pravda” me brindou na passada quinta-feira (26-03-15) no seu cantinho mais especializado das maldades (pag7), com a assinatura invisível do “suspeito do costume”, que ao que consta agora está a exigir um contrato vitalício das EN.
É pegar ou largar.
O “suspeito” tem toda a razão em fazer esta exigência pois como ele (já) não é possível encontrar mais ninguém.
Ele é o “fim da picada”…
Não ficarei espantado se o dito cujo, o tal de Querozene, qualquer dia ainda aparecer por aí a dizer que em 1987 também estava no Cuito Cuanvale e mais exactamente no tal “Triângulo do Tumpo” a cobrir para o JA a célebre batalha que tantos dividendos pessoais lhe tem dado agora, mais de 25 anos depois dos factos terem acontecido, com o seu trabalho propagandistico a esgravatar e a escrevinhar páginas e páginas recheadas de ódio contra a paz alcançada e já consolidada.
Isto recorde-se, depois de reclamar aos gritos histéricos ter estado em 1975 na batalha de Kifangondo, onde ao que consta ninguém o viu nem mais gordo, nem mais magro, tendo abandonado sorrateiramente Luanda cerca de dois anos depois em direcção ao seu país de origem.
Em relação a possibilidade dele vir a alterar o seu passado no que toca ao Cuito Cuanavale, vai ser um pouco mais difícil, pois na altura, o que é fácil de comprovar, ele estava no seu país natal a falar mal do “socialismo de sanzala” em defesa de um seu amigo que em Luanda estava a provar do veneno que tanto ajudara a distribuir por entre milhares de angolanos caídos em desgraça e que foram parar as masmorras da DISA.
Consta por outro lado, informação que ainda não nos foi possível confirmar, que foi nessa altura que ele na cidade do Porto terá confrontado publicamente e em termos bastante agressivos, uma alta patente governamental que se deslocou em missão de serviço a Portugal.
De uma coisa estou certo.
Se lhe fosse possível, o “nosso/deles Querozene” seria o primeiro a fazer o país regressar a guerra desde o principio, apenas para desta vez conseguir estar como repórter de guerra em todas as batalhas onde morreram ingloriamente milhares e milhares de angolanos, cujos nomes hoje já ninguém se lembra.
Que eu saiba nos memoriais feitos para recordar guerras, a primeira referência que consta desses espaços evocativos, quando é possível, é o nome de todos o soldados tombados na frente.
Em Washington vi um com os nomes de TODOS os soldados americanos mortos na guerra do Vietnam. TODOS.
Era assim que o memorial do Cuito Cuanavale também devia ser pensado pois toda a gente sabe que as baixas naquela prolongada campanha contam-se efectivamente na casa dos milhares de jovens que foram trucidados e ali foram enterrados.
Com o seu faro apurado de repórter de comunicados de guerra, o “Querozene” (que é bem pago pelo JR, apesar de não lhe passar cavaco, pois nem do genérico consta) sempre nos podia ajudar a reconstituir para a memória futura esta pesada factura humana.
Ps- Já com o seu nome próprio, o “suspeito do costume” dedicou-me na edição de hoje do jornal (04-04-15) que controla politicamente mais uma referencia, por sinal e para não variar muito, completamente falsa, pois nunca escrevi aquilo que ele disse que eu escrevi não sei bem onde.
Espero que o dito cujo não me peça para provar que eu não escrevi aquilo.

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