Foram encontrados há dias dois corpos sem vida de duas pessoas portadoras de albinismo sem membros inferiores nem superiores a flutuar nas águas do rio Nanrapa, a escassos quilómetros da sede distrital de Namuno. Os autores dos macabros crimes ainda não são conhecidos.
A informação foi confirmada pelo Administrador do distrito de Namuno, Casimiro Calope, que acrescentou que desde o acontecimento do triste facto vive-se um clima de medo naquela região por ser um fenómeno estranho, numa altura em que ainda não foram encontrados os autores.
A fonte fez saber ainda que as vítimas eram do sexo masculino e aparentavam ter entre 25 e 30 anos de idade. Afirmou que elas eram desconhecidas em Namuno, o que leva a crer que podem ter sido trazidas de fora daquela região administrativa já mortas.
“Até agora ainda não sabemos a proveniência dos corpos. Foi numa manhã da semana passada que a população descobriu dois corpos sem vida, que pertenciam a pessoas portadoras de albinismos a flutuar no rio, com pernas e braços cortados. Porque não tínhamos condições de conservação, decidimos fazer sepultura e não foram reclamados até agora” – revelou Calope.
Afirmou que em redor do rio Nanrapa, local onde foram encontrados os corpos a flutuar, a equipa de investigação constituída para o efeito não viu vestígios de terem acontecido assassinatos, ficando neste caso a pergunta sem resposta. “Será que foram mortos no rio ou longe daqui e trazidos para o rio?”, questionou o administrador de Namuno.
Tentativas de esclarecer este crime macabro, de acordo com o administrador distrital, ainda continuam, com a Polícia a desdobrar-se na investigação que leve à detenção dos seus autores. Sabe-se, no entanto, que a perseguição a albinos é frequente na região africana dos Grandes Lagos.
Naquela região de África, os albinos são frequentemente mortos para extracção dos seus órgãos para fins supersticiosos, onde reina a crença de que partes do corpo de albinos fortalecem negócios e outras actividades económicas. Acredita-se que este fenómeno pode estar a chegar ao nosso país, através de estrangeiros que afluem a Cabo Delgado, atraídos pela exploração dos recursos naturais, principalmente minerais.
Para o administrador de Namuno, há naquele distrito a ocorrência de ouro, turmalinas e outras pedras preciosas que foram descobertos há cerca de três anos “e, de facto, há estrangeiros da região dos Grandes Lagos mas isso nunca tinha acontecido, por isso estamos muito preocupados com a situação”.
JONAS WAZIR
NOTÍCIAS – 18.04.2015
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