Horas depois de terminar o prazo dos militares para que o Presidente do Egito se demitisse, o exército cumpriu a ameaça que fizera e retirou a chefia do Estado a Mohamed Morsi. O chefe do exército egípcio fez uma declaração na televisão, quarta-feira à noite, anunciando a suspensão da Constituição e a nomeação do presidente do Tribunal Constitucional para substituir interinamente Morsi, que é membro da Irmandade Muçulmana.
Fogo-de-artifício rebentou sobre a praça Tahrir e um pouco por toda a capital Egípcia quando o chefe do exército comunicou a deposição do presidente islamita que tinha assumido o cargo a 30 de junho de 2012.
Na comunicação feita pela televisão egípcia, o general Abdel-Fattah el-Sissi apareceu ladeado por outros líderes militares e por figuras religiosas e políticas. O general anunciou que serão convocadas novas eleições legislativas e presidenciais e que vai ser formado um painel para rever a nova constituição, fortemente inspirada pela Irmandade Muçulmana.
El-Sissi precisou que será criada uma comissão de reconciliação Nacional que incluirá os movimentos de juventude. Segundo o general, este “roteiro” conta com a concordância de vários grupos políticos.
Pouco depois um dos líderes da oposição pro-liberal, Mohamed el Baradei, declarou que a revolução da primavera árabe de 2011 tinha sido relançada com esta intervenção do exército para remover Morsi.
Baradei acrescentou que o “roteiro” dos militares está de acordo com as exigências que vinham sendo feitas pela coligação liberal.
Morsi diz-se vítima de um "golpe militar"
Numa declaração feita na sua página do Facebook o até agora presidente Mohammed Morsi classificou a ação do exército como “golpe militar”.
Não se sabe se o próprio Morsi teve acesso pessoal à página ou se a declaração foi inserida por um dos seus colaboradores.
As maiores manifestações que o Egito já viu entraram hoje no quarto dia, com milhões de pessoas concentradas nas praças de várias cidades do país, a fim de exigirem a demissão do Chefe de Estado.
A vaga de protestos supera em dimensão a que levou à queda do ex-presidente Hosni Mubarak.
Na segunda feira, as chefias militares deram a Morsi 48 horas para cumprir com as exigências dos manifestantes. Caso contrário, disseram que iriam intervir, e impor um plano para suspender a Constituição, dissolver o parlamento e substituir o presidente por um concelho governativo civil.
O ultimato dos generais egípcios expirou esta tarde, pouco depois de o presidente egípcio ter renovado o apelo à formação de um “governo de consenso” e reafirmado que não se demitiria.
Exército reforça presença nas ruas
Minutos depois de terminar o prazo, um helicóptero militar voou em círculos sobre a multidão de manifestantes anti-Morsi, que continua a estar concentrada na praça Tahrir no Cairo
As forças armadas colocaram soldados e unidades especiais, apoiadas por blindados, em vários pontos da capital, nas proximidades dos manifestantes e perto de instalações – chave, entre as quais as instalações da TV egípcia, junto às margens do rio Nilo.
Segundo o jornal egípcio, Al-Ahram, várias figuras destacadas da Irmandade Muçulmana foram colocadas sob vigilância, e algumas delas em prisão domiciliária.Morsi e líderes da Irmandade Islâmica impedidos de deixar o Egito
Responsáveis do aeroporto do Cairo confirmaram ter ordem dos militares para impedir Morsi e vários outros responsáveis islamitas de deixarem o país. Da lista fazem parte o líder supremo da irmandade muçulmana, Mohammed Badie e o seu número dois, Khairat a-Chater.
Hoje de manhã, o chefe do exército reuniu-se com os principais comandantes e com líderes religiosos e políticos para debater a via que será seguida pelos militares.
Na reunião estiveram presentes o principal clérigo do Egito, Al-Azhar Sheik Ahmed El-Taieb e o papa dos cristãos coptas Tawadros II, bem como o político reformista Mohammed El Baradei e um representante do movimento de protesto.
Os militares insistem que não estão a levar a cabo um golpe de estado, mas apenas a cumprir a vontade do povo, de forma a abrir caminho para uma nova liderança.
A eleição livre de um presidente foi uma das principais reivindicações da revolta de 2011 que conduziu ao derrube do presidente Mubarak.
Os opositores acusam Morsi de ter perdido a sua legitimidade ao tentar monopolizar o poder para o campo islamita. Por isso, encaram a intervenção dos militares como uma via para repor no país o que dizem ser "a via democrática".
Apoiantes da Irmandade juram resisitir
Opinião diferente têm milhares de apoiantes islamitas de Morsi, que também saíram à rua nos últimos dias para apoiar o presidente e já juraram resistir contra aquilo que chamam “um golpe contra a democracia” .
Num comício pro-Morsi que se realizou no Cairo, gritaram “acorda Sissi, Morsi é o meu presidente “ e “não permitiremos o regresso do governo dos militares, nunca nunca”.
Na comunicação feita pela televisão egípcia, o general Abdel-Fattah el-Sissi apareceu ladeado por outros líderes militares e por figuras religiosas e políticas. O general anunciou que serão convocadas novas eleições legislativas e presidenciais e que vai ser formado um painel para rever a nova constituição, fortemente inspirada pela Irmandade Muçulmana.
El-Sissi precisou que será criada uma comissão de reconciliação Nacional que incluirá os movimentos de juventude. Segundo o general, este “roteiro” conta com a concordância de vários grupos políticos.
Pouco depois um dos líderes da oposição pro-liberal, Mohamed el Baradei, declarou que a revolução da primavera árabe de 2011 tinha sido relançada com esta intervenção do exército para remover Morsi.
Baradei acrescentou que o “roteiro” dos militares está de acordo com as exigências que vinham sendo feitas pela coligação liberal.
Morsi diz-se vítima de um "golpe militar"
Numa declaração feita na sua página do Facebook o até agora presidente Mohammed Morsi classificou a ação do exército como “golpe militar”.
Não se sabe se o próprio Morsi teve acesso pessoal à página ou se a declaração foi inserida por um dos seus colaboradores.
As maiores manifestações que o Egito já viu entraram hoje no quarto dia, com milhões de pessoas concentradas nas praças de várias cidades do país, a fim de exigirem a demissão do Chefe de Estado.
A vaga de protestos supera em dimensão a que levou à queda do ex-presidente Hosni Mubarak.
Na segunda feira, as chefias militares deram a Morsi 48 horas para cumprir com as exigências dos manifestantes. Caso contrário, disseram que iriam intervir, e impor um plano para suspender a Constituição, dissolver o parlamento e substituir o presidente por um concelho governativo civil.
O ultimato dos generais egípcios expirou esta tarde, pouco depois de o presidente egípcio ter renovado o apelo à formação de um “governo de consenso” e reafirmado que não se demitiria.
Exército reforça presença nas ruas
Minutos depois de terminar o prazo, um helicóptero militar voou em círculos sobre a multidão de manifestantes anti-Morsi, que continua a estar concentrada na praça Tahrir no Cairo
As forças armadas colocaram soldados e unidades especiais, apoiadas por blindados, em vários pontos da capital, nas proximidades dos manifestantes e perto de instalações – chave, entre as quais as instalações da TV egípcia, junto às margens do rio Nilo.
Segundo o jornal egípcio, Al-Ahram, várias figuras destacadas da Irmandade Muçulmana foram colocadas sob vigilância, e algumas delas em prisão domiciliária.Morsi e líderes da Irmandade Islâmica impedidos de deixar o Egito
Responsáveis do aeroporto do Cairo confirmaram ter ordem dos militares para impedir Morsi e vários outros responsáveis islamitas de deixarem o país. Da lista fazem parte o líder supremo da irmandade muçulmana, Mohammed Badie e o seu número dois, Khairat a-Chater.
Hoje de manhã, o chefe do exército reuniu-se com os principais comandantes e com líderes religiosos e políticos para debater a via que será seguida pelos militares.
Na reunião estiveram presentes o principal clérigo do Egito, Al-Azhar Sheik Ahmed El-Taieb e o papa dos cristãos coptas Tawadros II, bem como o político reformista Mohammed El Baradei e um representante do movimento de protesto.
Os militares insistem que não estão a levar a cabo um golpe de estado, mas apenas a cumprir a vontade do povo, de forma a abrir caminho para uma nova liderança.
A eleição livre de um presidente foi uma das principais reivindicações da revolta de 2011 que conduziu ao derrube do presidente Mubarak.
Os opositores acusam Morsi de ter perdido a sua legitimidade ao tentar monopolizar o poder para o campo islamita. Por isso, encaram a intervenção dos militares como uma via para repor no país o que dizem ser "a via democrática".
Apoiantes da Irmandade juram resisitir
Opinião diferente têm milhares de apoiantes islamitas de Morsi, que também saíram à rua nos últimos dias para apoiar o presidente e já juraram resistir contra aquilo que chamam “um golpe contra a democracia” .
Num comício pro-Morsi que se realizou no Cairo, gritaram “acorda Sissi, Morsi é o meu presidente “ e “não permitiremos o regresso do governo dos militares, nunca nunca”.
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