Snowden ruma para o Equador, onde pedirá asilo

 

O ex-técnico da CIA (agência de inteligência americana), que é acusado pelos Estados Unidos de espionagem, teve ajuda de funcionários do WikiLeaks

Edward Snowden, de 29 anos, identificou-se como responsável pelo vazamento de informações secretas do governo (Ewen MacAskill/Reuters)

O ex-técnico da CIA (agência de inteligência americana) Edward Snowden, acusado pelos Estados Unidos de espionagem, segue rumo ao Equador, onde pediu asilo político, informou na tarde deste domingo o WikiLeaks. Ele deixou Hong Kong na madrugada em voo para Moscou, um dia após os Estados Unidos solicitarem formalmente sua extradição à região administrativa especial chinesa, que rejeitou o pedido por considerar que ele não cumpria todos os requisitos legais.

EFE

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O pedido de asilo de Snowden foi confirmado pelo ministro de relações exteriores do Equador, Ricardo Patiño Aroca, em sua conta no Twitter. "O Governo do Equador recebeu solicitação de asilo por parte de Edward #Snowden", escreveu Patiño no microblog. Segundo o WikiLeaks, Snowden segue por uma rota "segura" -- segundo fontes da companhia aérea Aeroflot, ele fará uma conexão em Havana (Cuba) --, e está escoltado por assessores e advogados do WikiLeaks. O grupo afirma ainda que o pedido de asilo será formalmente processado assim que ele chegar ao país. No ano passado, o Equador concedeu asilo político ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que vive na embaixada do país em Londres desde então.
O WikiLeaks diz que ajudou no asilo político do ex-técnico da CIA, "facilitando documentos de viagem e uma saída segura rumo a um país democrático". A nota demonstra que o site de vazamento de informações tem uma visão peculiar da democracia: o Equador do presidente Rafael Correa tem se notabilizado pelo cerco à imprensa e ao judiciário e por outras medidas autoritárias. Outros países mencionados como possíveis destinos para o asilo de Snowden foram Venezuela, Cuba e Islândia.
Também na tarde deste domingo uma fonte afirmou à Reuters que o governo dos Estados Unidos revogou o passaporte de Snowden.

Reuters

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Vazamento - No início do mês, os jornais The Guardian e The Washington Post divulgaram documentos que indicam que a Agência Nacional de Inteligência dos Estados Unidos (NSA) tinha acesso a gravações telefônicas e da internet dentro e fora dos EUA. O programa massivo de espionagem eletrônica dos EUA envolveria, ainda, Londres. Segundo o jornal britânico, o centro de escutas dos serviços secretos do Reino Unido usam desde 2010 o Prisma, um dos programas secretos americanos.
Poucos dias depois, Edward Snowden, um americano de 29 anos que trabalhou como técnico da CIA, assumiu a responsabilidade pelos vazamentos de informações. Ele passou uma década ligado à inteligência americana, primeiro como engenheiro de computação da CIA, em Genebra, depois como consultor de empresas de defesa estrangeiras que colaboram com a NSA.
Agora, ele é acusado pelos Estados Unidos de roubo de propriedade do governo americano, comunicação não autorizada de informações de defesa nacional e de comunicação intencional de dados de inteligência confidenciais a uma pessoa não autorizada. Os Estados Unidos tinham solicitado a Hong Kong, região administrativa especial da China, que extraditassem Snowden para o país para que ele pudesse responder ao processo criminal.
(Com agências Reuters e EFE)