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Em 23 de junho, ao pé de um monte no norte do Paquistão, bandidos fardados como agentes da polícia cercaram um acampamento de alpinistas estrangeiros, saquearam e mataram dez pessoas.
No mesmo dia, o chefe da quadrilha declarou: “Estes estrangeiros são nossos inimigos e, com orgulho, assumimos a responsabilidade pelo seu assassinato. Continuaremos a efetuar tais ataques”. Esta quadrilha denomina-se de Jundullah (Exército de Deus) e o primeiro chefe do bando, Qasim Toori, é processado atualmente no Paquistão pelo terrorismo e roubos à mão armada.
Desde há muito, era possível pagar um preço moderado por um gangue de facínoras do gênero. Será que hoje não é possível contê-los? É possível, mas não todos gostam disso.
Estão em foco os drones, aviões-robô MQ-1 Predador e MQ-9 Reaper. Diz-se que seus operadores cometeram muitos erros e a utilização destes aparelhos deve ser proibida. Qual a razão?
Em primeiro lugar, são as vítimas entre inocentes, que, infelizmente, são muitas. Os primeiros passos para reduzir seu número já são dados. No ano passado, o então comandante das tropas da coligação no Afeganistão, general John Allen, ordenou que os ataques de aparelhos voadores não tripulados fossem limitados em regiões densamente povoadas. Segundo os dados da ONU, as perdas da população civil em resultado de ataques aéreos diminuíram em 42 por cento. Mas em fevereiro último, quando em resultado de um raid aéreo foram mortas dez pessoas civis para além de quatro comandantes de campo, o presidente do Afeganistão proibiu que suas tropas solicitassem apoio aéreo dos aliados ocidentais dentro das fronteiras de povoações. A proibição diz respeito também aos drones. Mas será razoável proibir completamente sua utilização e a realização de operações especiais com o uso de artilharia pesada e de aviação? Na opinião de qualquer militar, haverá mais perdas, inclusive entre civis e militares.
Fala-se ainda que os objetivos dos aparelhos voadores não tripulados no Paquistão são “injustos”. As pesquisas da Reuters e da New America Foundation realizadas no ano em curso mostraram resultados iguais: entre os líderes da al-Qaeda e de outros agrupamentos rebeldes há menos de cinquenta ou, aproximadamente, 2%, dos alvos “especialmente importantes”. Os dronesatacam mais frequentemente “rebeldes comuns”.
Entretanto, em 29 de maio passado, um drone matou a segunda personalidade na hierarquia do ramo paquistanês do Taliban no Paquistão, Waliur Rehman, cuja morte causou sérios prejuízos ao agrupamento culpado de centenas de explosões e ataques em todo o Paquistão. Os Estados Unidos acusavam Wakiur Rehman de envolvimento no atentado terrorista suicida em 2009, quando foram mortos sete agentes americanos da CIA. A cabeça de Rehman foi avaliada em 5 milhões de dólares. O MRE do Paquistão reagiu provavelmente, qualificando os ataques de drones como contraproducentes, que violam a soberania do país. Mas quais seriam as perdas militares e civis em resultado de uma operação especial de detenção de Rehman realizada por tropas do Paquistão?
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