O General Paulino Macaringue deixou de ser o Chefe de Estado-maior
das FADM e, em seu lugar, foi nomeado o Major General Graça Tomás Chongo, num
momento complexo e complicado para a nação moçambicana, mormente aos
acontecimentos que tem criado instabilidade na zona Centro. Informações da Zona da Gorongosa apontam para a concentração de militares e material de guerra preparados para o assalto final. Além disso, alguns países da região disponibilizaram helicópteros para acompanhar a ofensiva a partir do ar. Ainda que a exoneração
tenha sido justificada pela expiração legal dos prazos, a prorrogação do mandato
do seu adjunto, o General Olímpio Cardoso Caisse Cambona deixa
muitas dúvidas. Será este resquício renamista nas Forças Armadas um elemento
suficiente para justificar a inclusão e a manutenção do espírito do AGP ou
porque já não resta mais ninguém com as qualidades necessárias em função da desmobilização
forçada a que as forças provenientes da Renamo foram sujeitas? Irá o Major General Graça Tomás Chongo sujar as mãos matando Dhlakama?
A forma temerosa mas responsável como o General Paulino
Macaringue encarou a actual crise pode ter pesado na decisão do presidente em
afastá-lo da liderança para incrementar uma nova dinâmica nas FADM numa altura
em que a solução angolana para com Dhlakama parece ser mais próxima. Informações adicionais apontam que o exército ordenou as empresas que usam a linha de Sena para pararem de escoar o carvão, exactamente para permitir o gradual isolamento da zona. Nos próximos dias não haverá comunicações, exactamente para afastar a comunicação social de reportar os acontecimentos. Aliás, o comandante da Polícia da República de Moçambique, Jorge Khalau, já deu a entender isto quando acusou a Imprensa de estar a “criar agitação”. Não são de
excluir como obra arquitectada para denegrir a imagem de Macaringue a simulação
do assalto ao paiol de Savane, o assalto a que o general foi vítima e a morte dos mais de sete soldados. É
importante recordar que as respostas do general sempre foram no sentido de que
competia ao PR decidir sobre a guerra, indicando claramente que preferia lavar
as mãos à ser ele a ordenar o assalto à Sadjunjira, para assassinar o líder da
Renamo. A demora do presidente em nomear o sucessor fora do tempo
constitucional é um indicativo claro de que estava a procura de mão assassina
mas podemos questionar se esta mão será a do Major General Graça Tomás Chongo? Os
próximos dias dirão!
Graça Chongo O homem que se segue
Chefe de Estado-Maior das FADM.
O major general Graça Chongo é um quadro sénior do Ministério da Defesa Nacional e é proveniente das forças governamentais, que foram incorporadas nas FADM.
Já ocupou várias funções de chefia e direcção em diferentes especialidades na corporação.
Graça Chongo, agora com a patente de general do Exército, já foi comandante do ramo do Exército das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM); inspector-geral das FADM, entre outras funções.
Desta vez é nomeado para o mais importante posto na hierarquia militar, assumindo o cargo num momento conturbado no país, devido à tensão política e à onda de ataques a viaturas, na Estrada Nacional número 1, no troço rio Save-Muxúnguè.
Tem a missão de preparar as forças para as outras opções que os políticos considerarem em caso de fracasso do diálogo.
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