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- Categoria Opinião
- PUBLICADO AOS 17 junho 2013
Luanda - Hoje, depois de muito se ter falado sobre a entrevista concedida, pelo Presidente da República à SIC, canal de televisão privada portuguesa, decidi não me ater muito a ela, preferindo fazer uma incursão sobre o que considero estar na base de muita da conflitualidade em alguns países de África e, principalmente, em Angola, depois de se ter libertado do jugo colonial português e estar, desde 1975, a ser governada por angolanos.
Fonte: Folha8
No calor da luta de libertação nacional, estes nacionalistas ou pseudo-nacionalistas pretos, carentes de legitimidade e solidariedade para a guerrilha, fez juras de, tão logo, chegados ao poder, inverter o rumo do racismo, da pobreza e da discriminação, enfrentada pelos diferentes povos, que despojados das suas terras, viviam na miséria.
Ledo engano.
Instalados no poder, os novos dirigentes formados e forjados nas academias ocidentais, não conseguiram adaptar esses conhecimentos à realidade dos seus povos, tal como fazem, com maestria os asiáticos e árabes. Os angolanos, preferiram, dar continuidade de forma mais refinada a uma prática institucionalizada pelo regime salazarista: a assimilação. Esta consistia em transformar o indígena, que adoptasse uma postura distinta dos da maioria, como renegar a sua cultura, língua, costumes, alimentação, religião e tradição, em negros, melhor, indígenas psicologicamente lavados, que renegavam a luta pela independência e por via disso, poderiam ascender a certos cargos, na função pública colonial.
Muitos destes assimilados infiltraram-se nas fileiras da revolução, com o objectivo claro de subverter os propósitos da construção de um verdadeiro Estado de cariz africano, moderno e tecnologicamente próximo dos demais Estados do mundo.
E tanto assim é que, hoje, podemos verificar os danos que os negros causam aos pretos, que sendo a maioria, estão relegados para a mais ignóbil pobreza, miséria extrema, discriminação, para além de não terem educação e saúde, com o mínimo de qualidade e dignidade, enquanto essa minoria se refastela com os milhões de dólares desviados do erário público, transformando, por via disso, a corrupção numa norma institucional, com imunidade bastante, para não causar danos aos seus actores, com a apropriação dos sistemas de justiça, policial e militar.
Por esta razão, por mais paradoxal que possa parecer, neste momento, a maioria dos pretos angolanos, está refém de negros assimilados, que desprezam e têm vergonha de assumir as línguas angolanas, os costumes e a tradição dos diferentes povos que habitam e convivem de forma harmoniosa o território Ngola (Angola), impondo uma que é estranha à maioria.
Só um negro pode aplaudir que uma Constituição de um país onde existem várias línguas, e na qual estas sejam relegadas para segundo plano, por eleição de uma estrangeira.
Só um negro pode orgulhar-se de colocar na sua Constituição a mesma norma, que é a base da colonização: a terra é propriedade exclusiva do Estado. Uma cópia fiel do que defendia o colonialismo, mas que se tolerava por ser estrangeiro, mas diante de tantas anormalidades, não tenho dúvidas; António Salazar, ao lado do que fazem muitos dos actuais dirigentes negros aos pretos, era um feto.
Só os negros continuam a assumir, ainda hoje, tal como o faziam no tempo colonial, que pirão (funge) só comem uma vez por semana, aos sábados, porque senão dormem e com o maior desplante defendem como seu prato preferido o "cozido à portuguesa", tal é o desenraizamento.
Os pretos, feliz e orgulhosamente, comem pirão todos e várias vezes ao dia e não dormem, pelo contrário, trabalham vigorosamente.
Os negros, defendem a continuidade das datas coloniais nas cidades libertadas, tal como a manutenção do livro dos nomes coloniais nas conservatórias do Registo Civil, onde impera a resistência aos nomes angolanos e africanos, diferente da promoção, também, dos nomes cubanos e russos.
Politicamente, a elite negra é propensa à aculturação e à promoção de valores estrangeiros, base por onde assenta a estratégia da discriminação dos adversários políticos, dos assassinatos selectivos dos membros da oposição, da arrogância extrema, da privatização familiar do Estado, da fraude eleitoral, da má distribuição da riqueza nacional, da corrupção endémica e da implantação de uma democracia de fachada. Os negros, também, no seu complexo, transformam as minorias em cobaias, melhor, segundo as conveniências do seu poder, vão promovendo a intriga entre mulatos, brancos e pretos, para melhor reinar, quando sabem que estas duas raças unidas (já que os mulatos patrióticos, consideram-se pretos), por Angola, são uma força incontornável.
Basta recordar que no tempo colonial, não havia mulatos, pois a maioria, orgulhosamente consideravam-se pretos, que o diga o kota Bonga, que "palava" de manhã até a noite se lhe chamassem de laton. Infelizmente, um dos maiores responsáveis desta divisão de raças entre nós, foi Agostinho Neto, na sua política draconiana.
É pois nesta encruzilhada que se encontra, neste momento, Angola, carente de uma unidade de todos os seus cidadãos: pretos e brancos, unidos e verdadeiramente comprometidos com as suas origens, com o fim do racismo, com a democracia e com uma verdadeira paz e política de reconciliação nacional.
Por via disso é preciso que nasça um amplo movimento nacional, para a promoção de novas leis, capazes de revogarem aquelas que são a continuação da política colonial, como a exclusividade da língua portuguesa, a titularidade da terra, as actuais efígies na moeda nacional, os símbolos da República, o hino e a bandeira, principalmente.
Os pretos, os mulatos e brancos patrióticos e coerentes, devem tudo fazer para evitar que o país tenha uma transição pacifica e não violenta do poder, que parece ser intenção do actual regime, que se sente como peixe na água, com a guerra. Por esta razão, os verdadeiros nacionalistas de todas as raças e povos, maiorias ou minorias, devem redobrar esforços, para que a nova aurora, salve Angola do dilúvio anunciado.
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