A odisséia de Edward Snowden desenvolve-se com um sem número de reviravoltas novas e inverossímeis. Hoje o pai do antigo oficial a CIA e da Agência Nacional de Segurança, procurado por causa da publicação dos documentos confidenciais sobre a atividade dos serviços secretos americanos, declarou que o seu filho está pronto a retornar para os EUA desde que sejam observas certas condições: ele não será detido antes do processo judiciário e o próprio processo será aberto. O pai de Snowden fez esta declaração na entrevista à NBC, que será transmitida dentro de poucos dias.
Ao mesmo tempo, as autoridades de Hong Kong refutaram sexta-feira, 28 de junho, todas as acusações de Washington de que elas se portaram no caso de Snowden "não como parceiros" e permitiram que ele fugisse para a Rússia. O antigo oficial da CIA e da Agência Nacional de Segurança dos EUA, que tinha fugido dos EUA para Hong Kong, pedindo a seguir o asilo político no Equador, encontra-se até hoje na zona de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo de Moscou. Ele chegou lá em 23 de junho. Stephen Young, cônsul geral dos EUA em Hong Kong, território autônomo da China, declarou que Hong Kong tinha ignorado a exigência de Washington de prender o antigo oficial da CIA e da Agência Nacional de Segurança e que Washington prepara-se a punir Hong Kong pela má conduta.
As autoridades de Hong Kong responderam que Washington e o seu consulado tinham apresentado aos respectivos órgãos deste território documentos que era difícil de tomar a sério. O ministro da justiça de Hong Kong Rimski Yuen informou que na ordem de prisão de Snowden havia logo três variantes do sobrenome do antigo perito da Agência Nacional de Segurança. O número do passaporte simplesmente não foi indicado.
Mais do que isso: o Departamento de Estado avisou as autoridades de imigração de Hong Kong que o passaporte de Snowden tinha sido anulado apenas em 27 de junho, isto é, quatro dias depois da sua vinda a Moscou.
O congresso americano continua a discutir medidas a que se pode recorrer a fim de "punir" o Equador, Venezuela, Rússia, China ou qualquer outro país que der asilo ou dificultar a extradição de Snowden a Washington.
A Casa Branca adota neste caso uma posição mais moderada do que os legisladores americanos. O presidente dos EUA Barack Obama declarou na conferência de imprensa no Senegal que não pretende mandar caças norte-americanos a fim de interceptar o avião, a cujo bordo estará o "hacker de 29 anos". O presidente americano afirmou que não tinha mantido conversas telefônicas a respeito de Snowden com os líderes da China e da Rússia. Acrescentou que para a solução desta questão existem canais jurídicos e diplomáticos habituais. O presidente americano deu a entender que o caso de Snowden não deve agravar as relações com a Rússia.
"Temos muitos negócios em comum com a Rússia e com a China. E eu não pretendo elevar uma única causa de um só suspeito, cuja extradição nós solicitamos, ao nível em que será preciso regatear e fazer transações a respeito de todo um conjunto de questões. E tudo isso somente para extraditar um só rapaz e chamá-lo à responsabilidade nos EUA."
As autoridades do Equador declararam que a decisão definitiva sobre a concessão do asilo político a Edward Snowden ainda não foi tomada. O Equador levou quase dois meses para autorizar a concessão do asilo político a Julian Assange. O ministro das relações exteriores do Equador Ricardo Patiño declarou que não vale a pena esperar que o caso de Snowden seja resolvido mais rápido. Portanto, é possível que Snowden demore na "zona neutra" do aeroporto internacional de Sheremetyevo.
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