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A localização do delator dos serviços de inteligência dos EUA Edward Snowden é desconhecida. Ele não saiu de Moscou para a capital de Cuba no voo SU150. Em vez dele, para Havana voaram cerca de trinta jornalistas. O fato de eles terem sido recebidos no aeroporto de Havana por dezenas de colegas com câmeras fotográficas e de vídeo já não surpreendeu ninguém.
Edward Snowden já pode ser um tema para adivinhos e apostas. Ele, obviamente, gosta do papel de “vingador esquivo”. E ele está criando a sua própria história de espionagem.
Ela começou com as autoridades de Hong Kong informando: o fugitivo americano voou para Moscou no voo SU213. Depois disso, os repórteres da mídia internacional literalmente aprenderam de cor os horários do aeroporto Sheremetyevo de Moscou. O que aconteceu depois, mais lembrava uma aventura de detetive – com polícia, vigilância e turnos de noite.
Os jornalistas faziam emboscadas em todos os lugares onde podiam penetrar: no terminal de partida e chegada, no salão para delegações oficiais, na zona de trânsito, no hotel do aeroporto e na embaixada do Equador. Mas o personagem principal, como devido, enganou todos e passou despercebido.
No segundo capítulo, Edward Snowden devia voar para Havana. Repórteres se revezavam uns aos outros nos pontos de observação. O Airbus A-330 devia ir para Cuba meio vazio. Mas os jornalistas compraram quase todos os bilhetes. O avião se transformou num centro de imprensa voador.
Neste romance de espionagem continuavam aparecendo novos personagens. Agentes de segurança do aeroporto vedaram o portão número 28, trouxeram dispositivos adicionais para inspecionar os passageiros. Proibiram à imprensa de filmar todos esses preparativos. Os policiais não compartilhavam a excitação da mídia.
Capítulo terceiro. Edward Snowden se registrou para o voo. Esperava-se que ele iria voar no lugar 17A. Ao seu lado estava reservado outro lugar, provavelmente para Sarah Harrison – advogada de WikiLeaks que acompanha Snowden. Os jornalistas decidiram se reunir e convencê-los a responderem a pelo menos uma ou duas perguntas. Restava esperar por ele.
Quando foi anunciado o embarque, junto do lugar 17A estava uma multidão de gente. Todos esperavam que Snowden aparecesse literalmente do nada, como um verdadeiro espião. Cada detalhe podia ser importante: o voo foi adiado por 20 minutos, pelas escadas subiu um homem com uma camisa bege e uma mala verde...
Quando a porta foi fechada e o avião começou a taxiar para a pista, os jornalistas continuavam inspecionando as fileiras da classe executiva e da econômica. Somente o lugar 17A estava vazio. Só restava tirar-lhe fotos. E foi isso que os jornalistas desanimados fizeram. Eles tinham mais de 12 horas para encontrar um bom ângulo de câmera.
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