sexta-feira, 17 de maio de 2013

Morreu Videla, o ditador para quem "não havia outra solução"


 

Morreu Videla, o ditador para quem não havia outra solução
legenda da imagemVidela (ao centro), com o almirante Massera (esq.), outro condenado por crimes da ditadura
Reuters

A cumprir uma pena de prisão perpétua, morreu com 87 anos o ditador argentino Jorge Rafael Videla. No ano passado tinha publicado um livro admitindo o assassínio de 7.000 a 8.000 opositores com o argumento de que "não havia outra solução".

O general Videla que, tal como Pinochet, passava por "moderado" até às vésperas do golpe militar, foi em 1985 condenado a prisão perpétua pelos crimes da sua ditadura, que se calcula terem custado a vida a 30.000 pessoas. Em livro publicado no ano passado, Videla admitiu uma parte dessa cifra (entre 7.000 e 8.000 vítimas) e explicou que houve a política de fazer desaparecer os corpos "para evitar reacções de protesto no interior e no exterior do país".

Segundo Videla, "não havia outra solução", sendo esse "o preço a pagar para ganhar a guerra contra a subversão".

O diário argentino
Pagina 12 publicou uma súmula de reacções da imprensa internacional, unânimes em considerar que Videla encabeçou uma das ditaduras mais crueis do final do século XX.

Em 2010, Videla voltou a ser condenado a prisão perpétua e em 2012, num processo referente ao roubo de crianças, foi condenado a mais 50 anos de prisão.

Tratava-se neste último caso dos filhos de opositores assassinados pela ditadura, que eram retirados às famílias e entregues a militares ou outros candidatos à adopção cúmplices da ditadura. Uma prolongada investigação levada a cabo pelo grupo de direitos humanos "Avós da Praça de Maio" revelou este crime sistematicamente cometido pela ditadura.

Sem negar os factos, Videla mais uma vez apresentou para eles uma justificação diante do tribunal: é que as mães das crianças eram "militantes activas da maquinaria do terrorismo", que "utilizaram os seus filhos como escudos humanos".
 
Antigo ditador Jorge Videla condenado a prisão perpétua

Publicado a 23 DEZ 10 às 07:03

O antigo ditador argentino Jorge Videla foi condenado, esta quarta-feira, a prisão perpétua por um tribunal de Córdoba (centro) por crimes contra a humanidade.
 
 
Numa sentença histórica, o máximo responsável pelo regime militar mais cruel da América do Sul foi condenado a prisão perpétua pelo sequestro, tortura e morte de 31 pessoas. O antigo ditador Jorge Videla, de 85 anos, não terá nem direito a prisão domiciliária.
O anúncio da condenação foi aplaudido dentro e fora do tribunal. Entre parentes das vítimas e centenas de militantes de Direitos Humanos, ouviram-se gritos e lágrimas, bem como a palavra "assassino".
Videla deu um golpe militar em 1976 e governou a Argentina até 1981. Segundo associações de Direitos Humanos, cerca de 30 mil pessoas foram assassinadas durante este período.
Reuters
Antigo ditador Jorge Videla condenado a prisão perpétua
Pessoas à espera do veredicto
Entre os outros antigos militares julgados também esta quarta-feira, 14 foram condenados a prisão perpétua, sete deles a penas entre seis e 14 anos, enquanto os outros sete foram absolvidos. Faltam ainda cerca de 800 processos.
A Argentina foi o único país da América Latina que levou a julgamento os militares responsáveis por sangrentas ditaduras.

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