Operação inédita permitirá analisar rochas para revelar características de antigo ambiente marciano onde poderá ter havido vida.
O Curiosity continua a dar motivos de orgulho à NASA. Desta vez, mostrou ter conseguido escavar uma porção de solo da superfície marciana, algo que nenhum robô enviado pelo Homem numa missão espacial tinha feito. Agora, vai analisar o material para recolher informação sobre as condições antigas do planeta vermelho, nomeadamente se teve ingredientes associados à vida.
“Estamos todos muito felizes e aliviados com a confirmação de que a perfuração teve sucesso”, disse na quarta-feira Scott McCloskey, engenheiro da equipa do Curiosity, do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, na Califórnia.
A confirmação atravessou o espaço em informação codificada e chegou ao laboratório numa fotografia. Na imagem, vê-se um pormenor do Curiosity com um pedaço de solo numa pá, depois de ter feito um buraco de 6,4 centímetros no chão.
A amostra é de um veio de rocha sedimentar de grãos finos, de cor cinzenta, que contrasta com a rocha avermelhada da paisagem marciana. Os cientistas esperam que estes sedimentos revelem dados sobre o ambiente antigo, húmido, que existia ali, com características moleculares que podem estar associadas à vida.
“[Um robô] com capacidade de perfurar rochas é um avanço significativo”, explica Louise Jandura, engenheira responsável pelo sistema de amostragem do Curiosity. “Permite-nos ir além da camada superficial da rocha e abrir uma espécie de cápsula do tempo de provas sobre o estado de Marte há três ou quatro mil milhões de anos.”
Para isso a amostra terá que ser analisada pelo Curiosity através de dois equipamentos que tem, o instrumento de química e mineralogia, e o instrumento de análise de amostras de Marte. Os sedimentos que estão na pá têm de ser peneirados até ficarem grãos menores do que 150 micrómetros. Depois, pequenas amostras destes sedimentos serão transportadas para os dois minilaboratórios para serem analisadas e identificar-se a composição da rocha.
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