Sete candidatos de diversas correntes políticas tentarão bater o favoritismo de Rafael Correa
Oito candidatos disputam a eleição presidencial deste domingo (17) no Equador, na qual 12 milhões de eleitores estão aptos a votar.
No comando do país desde janeiro de 2007, Rafael Correa busca a reeleição e é o favorito nas pesquisas de intenção de voto.
No entanto, outros sete candidatos provenientes de diversas correntes políticas tentarão bater o favoritismo do presidente e forçar a realização de um segundo turno, em abril.
Saiba quem são os candidatos:
Rafael Correa
Durante os últimos anos, os equatorianos conheceram várias facetas de Rafael Correa, o presidente que busca a reeleição para continuar sua chamada "Revolução Cidadã".
Caso seja reeleito neste domingo, Rafael Correa completará dez anos no poder em 2017.
Há aqueles que recordam o Correa do início da campanha presidencial de 2006: o candidato de quem muitos então sabiam apenas que era um economista da cidade de Guayaquil, professor universitário, com títulos acadêmicos obtidos na Bélgica e nos EUA, que frequentava diversos meios de comunicação privados para expor suas análises e que havia integrado o governo de Alfredo Palacio como ministro de Economia durante quatro meses.
Hoje, depois de seis anos de governo, o presidente, de 49 anos, é uma figura política elogiada por aqueles que aprovam a ação de seu governo em diversos temas, especialmente de cunho social, e criticada por outros que o acusam de concentrar poderes e ser pouco tolerante.
Alvo de algumas controvérsias, o governo de Correa teve grande exposição por meio de constantes cadeias de rádio e televisão, informes presidenciais e ampla publicidade oficial.
Guillermo Lasso
Guillermo Lasso é um ex-banqueiro — foi presidente executivo do Banco de Guayaquil, um dos principais do Equador —, o que não é um dado menor em um país que ainda não esqueceu o drama social gerado pela crise bancária do fim da década de 90.
O candidato presidencial do movimento Criando Oportunidades (CREO) foi superministro de Economia durante um curto período no governo de Jamil Mahuad, em 1999, meses depois do feriado bancário em que o dinheiro que milhões de pessoas tinham depositado em bancos foi congelado.
A campanha de Lasso afirma que o candidato não teve responsabilidade no episódio e tenta retratar o candidato de 57 anos como um bom banqueiro, que trabalhou com seus clientes em projetos como o Banco do Bairro e que desde muito jovem precisou trabalhar, sendo o último de 11 irmãos de uma família de classe média.
Lasso, que no governo de Lucio Gutiérrez atuou como embaixador itinerante, também se apresenta como um candidato que promove "o espírito empreendedor dos equatorianos" e a ideia de que "Outro Equador é possível", como diz o título de um de seus livros recentes.
Mauricio Rodas
A candidatura de Mauricio Rodas, advogado de Quito, de 37 anos, chega com o conceito de "governo responsável", ou responsabilidade na gestão do governo.
O candidato do Suma (Movimento Sociedade Unida Mais Ação) desempenhou até 2011 o papel de diretor da Fundação Ethos, centro de investigação em políticas públicas latino-americanas, com sede no México.
Em seu trabalho à frente da Ethos, Rodas ficou conhecido no Equador por críticas às cadeias de rádio e televisão e informes semanais do presidente Rafael Correa, assim como por um índice de pobreza elaborado por sua fundação, que gerou uma disputa com o governo equatoriano.
Rodas também trabalhou, anos atrás, na Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), no Chile, e prestou assessoria a ministérios e a governos estatais e municipais do México.
O mais jovem dos candidatos que concorrem à Presidência do Equador, Roda diz que seu movimento é a única força política realmente nova na atual disputa.
No entanto, há quem veja a falta de experiência política como um de seus possíveis pontos fracos.
Lucio Gutiérrez
"Não repetirei os mesmos erros". Esta é a mensagem que o ex-presidente Lucio Gutiérrez, tem repetido em vários meios de comunicação ao falar de suas pretensões de vencer as eleições presidenciais deste domingo e voltar ao Palácio de Carondelet, sede do governo do Equador.
Em seu mandato presidencial, iniciado em janeiro de 2003, Gutiérrez foi fortemente criticado após a destituição em 2004 de magistrados da então Corte Suprema de Justiça, o que desencadeou protestos no país.
Como coronel do Exército equatoriano, Gutiérrez participou em janeiro de 2000 de uma rebelião que tirou do poder o presidente Jamil Mahuad. Em abril de 2005, foi sua vez de ter de deixar o poder.
Natural de Quito, Gutiérrez tem 55 anos e um diploma de engenheiro civil obtido durante seus anos no Exército.
Atualmente candidato pelo Partido Sociedade Patriótica, Gutiérrez fala em "maturidade política" e pede novamente o voto dos equatorianos.
Álvaro Noboa
Esta é a quinta vez, desde 1998, que o empresário milionário Álvaro Noboa, de 63 anos, tenta conquistar a Presidência do Equador.
O candidato do Prian (Partido Renovador Institucional de Ação Nacional) controla mais de 110 empresas no Equador e em vários outros países.
Seu pai, Luis Noboa Naranjo, construiu uma fortuna por meio de um conglomerado de empresas, deixando uma herança que foi alvo de vários litígios.
Nesse contexto, Noboa centra suas propostas eleitorais na geração de empregos e de riqueza.
No entanto, uma de suas principais empresas no Equador, a Exportadora Bananera Noboa, enfrenta no momento a cobrança de US$ 99 milhões imposta pelo Servicio de Rentas Internas, entidade estatal que reclama o não pagamento do Imposto de Renda para o ano de 2005.
Alberto Acosta
Do amor ao ódio, ou talvez, mais precisamente, do companheirismo à oposição. Esta parece ser a relação mantida pelo presidente do Equador, Rafael Correa, e pelo candidato Alberto Acosta, da coalizão Unidade Plurinacional das Esquerdas.
Acosta foi um dos criadores, ao lado de Correa, do movimento Aliança País. Foi ministro de Energia e Minas do atual governo e presidente da Assembleia Constituinte que redigiu a Constituição vigente no Equador desde 2008.
Mas desavenças surgiram no final do período da Assembleia Constituinte.
Acosta se posicionou um passo mais à esquerda de Correa, que por sua vez não teve dúvidas em falar de uma "esquerda infantil" no Equador, oposta aos planos oficiais de extração de recursos naturais.
Hoje, Acosta, um economista nascido em Quito em 1948, é um crítico frontal do governo de Correa e candidato por um grupo de movimentos de esquerda colocados na oposição, entre os quais está a Conaie (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador).
Nelson Zavala
Diante da impossibilidade da candidatura do ex-presidente equatoriano Abdalá Bucaram, que vive há quase 16 anos no Panamá e é alvo de uma ordem de prisão no Equador, o PRE (Partido Roldosista Equatoriano) decidiu lançar como candidato o pastor evangélico Nelson Zavala.
Nascido em Guayaquil, o candidato de 52 anos tem como um de seus principais projetos a criação do Ministério dos Pobres, com o objetivo de prestar assistência eficaz a pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza.
Apesar da presença de evangélicos em outras campanhas presidenciais, Zavala espera conquistar o voto dos que compartilham de sua opinião de que a família é a maior riqueza dos equatorianos.
O PRE, partido que foi liderado por Abdalá Bucaram, e agora por um de seus filhos, no passado chegou a setores marginalizados com o slogan "A força dos pobres". Zavala busca atingir esses mesmos setores com sua mensagem.
Norman Wray
O candidato do movimento Ruptura, Norman Wray, é há muitos anos um ativista em favor dos direitos coletivos.
Há 20 anos trabalha com grupos cidadãos urbanos e rurais em processos de fortalecimento e defesa de seus direitos.
O candidato de 43 anos, nascido em Quito, fundou o movimento Ruptura, um grupo de jovens políticos formado em 2004 com o objetivo, segundo eles, de romper com um passado de corrupção e mau governo no Equador.
O Ruptura se uniu a Rafael Correa durante os primeiros anos de seu governo, quando Wray foi eleito para a Assembleia Constituinte de 2007-2008 e depois conselheiro metropolitano de Quito.
Mas o movimento rompeu seus vínculos com o governo em janeiro de 2011. Depois disso, o Ruptura tem sido um crítico de várias ações do governo e decidiu lançar um candidato presidencial próprio para as eleições deste ano.
Enquanto há alguns que reprovam a passagem do Ruptura pelo governo da Aliança País, Wray busca se tornar conhecido em diversos rincões do Equador com sua proposta de liderança coletiva e acordos nacionais.
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