Carla Soares
foto João Manuel Ribeiro/Global Imagens |
Manifestantes, empunhando cartazes, cantaram "Grândola Vila Morena" em Gaia |
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Miguel Relvas voltou a ser insultado, esta segunda-feira à
noite, em Gaia, no momento em que discursava sobre o atual momento político,
durante um debate organizado pelo Clube de Pensadores. Por sua vez, o ministro
pediu aos portugueses para esperarem pelo fim do mandato para decidirem se
querem que o Governo "vá embora".
Um grupo de duas dezenas de pessoas, com palavras de ordem que têm sido
utlizadas pelo movimento dos indignados, levantou-se no momento em que o
ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares discursava e começou a cantar
"Grândola, Vila Morena". Miguel Relvas resolveu, então, juntar a sua voz à dos
manifestantes e cantar também.
De seguida, insultaram-no de "ladrão, "gatuno" e "fascista".
Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores, insurgiu-se contra a atitude
dos manifestantes, mandando-os calar. Uma mulher começou a protestar contra a
situação de desemprego e fome em que disse viver, mas o organizador do debate,
também aos berros, mandou calar todos os manifestantes, tendo alguns abandonado
a sala.
Bom senso na limitação de mandatos
Quando finalmente retomou a palavra, o ministro respondeu aos protestos.
"Nestas circunstâncias não me desencorajam, não tenho qualquer tipo de
preconceito", afirmou. Mas o seu discurso foi novamente interrompido por
manifestantes que ficaram na sala.
Relvas reagiu ainda aos pedidos de demissão. "Peçam-nos resultados no final
do mandato", declarou. E "a opção do Governo ir embora vai ser uma opção que os
portugueses vão ter em 2015".
"Não fomos nós que pusemos o país na bancarrota", disse ainda, em jeito de
crítica ao Governo socialista.
No debate sobre o atual momento político, o ministro falou também da polémica
em torno dos autarcas do PSD que se candidatam a câmaras vizinhas. Segundo
Relvas, a questão limitação de mandatos "foi ampliada" por razões locais.
"Acredito que o bom senso acabará por prevalecer", acrescentou, em jeito de
apelo, mas sem referir diretamente o caso de Luís Filipe Menezes ou de outros
presidentes de câmara.
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