quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Centrista estraga homenagem da direita francesa a Sarkozy

 

Num colóquio, hoje em Paris, a "associação dos amigos de Nicolas Sarkozy" apelou ao regresso do ex-Presidente à política ativa, mas o antigo primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin antecipou-se e 'estragou a festa'.
Daniel Ribeiro, correspondente em Paris
Elementos do grupo de Amigos de Nicolas Sarkozy acolhem a chegada ao encontro do antigo primeiro-ministro Fraçois Fillon (segundo à direita)
Elementos do grupo de Amigos de Nicolas Sarkozy acolhem a chegada ao encontro do antigo primeiro-ministro Fraçois Fillon (segundo à direita)
Philippe Wojazer/Reuters
Antes da reunião, Nadine Morano, Brice Hortefeux e Christian Estrosi falaram aos jornalistas numa conferência de imprensaPhilippe Wojazer/Reuters Antes da reunião, Nadine Morano, Brice Hortefeux e Christian Estrosi falaram aos jornalistas numa conferência de imprensa
O colóquio, com o tema "o lugar da França no Mundo durante o quinquénio de Nicolas Sarkozy", pretendia ser grandioso e sublinhar a "estatura ímpar" do ex-chefe do Estado francês. Mas o centrista Jean-Pierre Raffarin, antigo primeiro-ministro do Presidente gaullista Jacques Chirac, estragou a festa.
Num artigo divulgado pouco antes de começar a assembleia sarkozysta, que reúne mil pessoas desde esta manhã, em Paris, Raffarin responsabiliza severamente o anterior residente no Palácio do Eliseu pela derrota nas eleições presidenciais da primavera do ano passado.
Nesse texto, publicado no "L'État de l'opinion", revista anual do instituto de estudos de opinião e sondagens TNS/Sofres e hoje citado pela generalidade da imprensa , ràdios e tv, o dirigente do centro-direita francês acusa designadamente Nicolas Sarkozy de ter exercido o poder de forma "solitária", de se ter "isolado" e de, durante a campanha eleitoral, ter optado por "uma estratégia direitista" e de ter revelado "pouco respeito pelo seu adversário e pouca consideração pelos seus argumentos".

Hollande com sondagens desfavoráveis


Organizado pela "associação dos amigos" do ex-Presidente francês, o colóquio decorre num momento favorável para Sarkozy - o seu sucessor no Eliseu, o socialista François Hollande, permanece com sondagens muito negativas e a acentuação da crise económica, em França, é uma evidência complicada, reconhecida pelo próprio.
Além disso, mesmo as dissensões que atravessam o partido sarkozysta, União para um Movimento Popular (UMP), também acabam por ser oportunas para Nicolas Sarkozy, que é visto como um recurso para pôr fim à guerra de chefes que estalou no partido depois da sua derrota nas presidenciais.
A organização do colóquio pretendia consagrá-lo como a referência de toda a direita francesa. "Esta reunião visa enviar a Nicolas Sarkozy uma mensagem de reconhecimento, de fidelidade e de confiança", explicou Brice Hortefeux, ex-ministro e presidente da "Associação dos amigos" do ex-chefe de Estado.
Os convidados presentes no colóquio são do primeiro plano - o ex-primeiro-ministro François Fillon, diplomatas, diversos ex-ministros e até personalidades internacionais, como a ex-refém franco-colombiana Ingrid Betancourt, cuja libertação foi negociada por Nicolas Sarkozy.

Glorificação falhada


Precedida por referências ao seu iminente regresso à politica ativa feitas pelo seu ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Alain Juppé, e pela ex-primeira-dama, Bernadette Chirac, que o veem como o futuro candidato único da direita às presidenciais de 2017, a reunião apontava para a glorificação de Sarkozy.
"Nicolas Sarkozy teve uma importância extraordinária no Mundo e ele, pela sua capacidade, pela sua influência e energia, pelos seus altos feitos diplomáticos, é reconhecido pelo planeta inteiro ao contrário de François Hollande, a quem ninguém liga, basta ver o que aconteceu no último Conselho Europeu de Bruxelas", afirmou o ex-ministro Claude Estrosi.
Porém, o artigo de Jean-Pierre Raffarin hoje tornado público teve um efeito de uma bomba no colóquio. À chegada, as principais figuras foram permanentemente confrontadas com as afirmações do antigo chefe do Governo e os objetivos da reunião passaram para segundo plano nas notícias. Para Raffarin, Sarkozy pertence ao passado e a direita e o centro-direita devem pensar noutras alternativas.
"Jean-Pierre Raffarin deveria ter-se implicado na campanha para as presidenciais com o mesmo ardor que agora utiliza para criticar", disse Brice Hortefeux.
A "Associação dos amigos de Nicolas Sarkozy" indica que será organizado um outro colóquio antes do próximo verão.

1 comentário:

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