RIA Novosti
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A Rússia entra numa nova etapa das relações de parceria com países da América Latina. O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, irá deslocar-se entre 20 e 22 de fevereiro para o Brasil e Cuba. No quadro destas visitas serão assinados acordos e contratos comerciais importantes.
A América Latina desempenha um papel notável no mundo contemporâneo. Para isso contribuem, em grau considerável, as suas riquezas naturais: os países latino-americanos, que ocupam 15% do terreno firme, concentram cerca de 20% dos recursos minerais. Além disso, a região conseguiu sobreviver à crise mundial de 2008 com perdas mínimas e hoje demostra bons indicadores de desenvolvimento econômico.
Referindo-se ao Brasil e Cuba, os dois países representam papel-chave para a Rússia. Os contatos entre Moscou e Havana tiveram ascenso nos tempos soviéticos. Posteriormente, os dois países enfrentaram um período difícil das relações. Apesar disso, a situação está normalizando gradualmente, aponta o professor do Instituto Federal de Relações Internacionais, Boris Martynov:
"A situação geopolítica de Cuba é muito vantajosa para o comércio mundial. O país tem magníficos portos, em que podem entrar os maiores petroleiros do mundo. Cooperamos nas esferas da energia e da construção de meios de transporte".
O programa da visita do primeiro-ministro russo a Cuba inclui conversações com Raúl Castro, presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros do país. O tema principal do encontro será sem dúvida o desenvolvimento das relações bilaterais.
O Brasil e a Rússia são ligados por um programa bilateral de cooperação. No início de fevereiro, apareceram comunicados de que os dois países pretendem concluir um contrato no valor de 1,5 biliões de dólares de fornecimento de baterias de defesa antiaérea Pantsir e de baterias de sistemas de mísseis antiaéreos portáteis Igla. Ao mesmo tempo, em dezembro passado, no quadro das conversações entre os líderes dos dois paises, Vladimir Putin e Dilma Rousseff, foram discutidas novas vias de interação na área do comércio. Este tema continuará a ser abordado na sexta sessão da Alta Comissão Russo-Brasileira para a Cooperação, da qual participará o chefe do Governo da Rússia, Dmitri Medvedev. A visita prevê também um encontro com a presidente brasileira, Dilma Rousseff.
A Rússia e o Brasil têm amplas perspectivas de realização de projetos conjuntos, considera o diretor do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia, Vladimir Davydov:
"A meu ver, temos perspectivas de cooperação no setor da produção de energia nuclear para fins pacíficos e na exploração do espaço. A Rússia é capaz também de conceder serviços de engenharia ao Brasil, enquanto o Brasil pode prestar serviços em outros ramos. Iremos completar-nos mutuamente".
Peritos destacam que a interação entre a Rússia e países latino-americanos se carateriza também pelas posições comuns em relação a vários problemas políticos. Enquanto no caso do Brasil isso é refletido na cooperação pela linha do Grupo dos BRICS, a semalhante posição única com outros países pode servir de exemplo para todo o mundo, sustenta Boris Martynov:
"Novas áreas da interação na América Latina, nos países da Região da Ásia e do Pacífico e no continente africano prometem à Rússia boas perspectivas. Somos praticamente unânimes em relação à maioria dos problemas da política mundial contemporânea, o que se constata em todos os documentos bilaterais e multilaterais com a participação da Rússia. Manifestamo-nos por um mundo multipolar e pelo reforço da ONU e contra intervenções humanitárias, contra a política de limitação da soberania. Praticamente, não temos divergências nos assuntos políticos".
Peritos assinalam que a dinamização das relações econômicas faz parte da agenda de muitos países. A Rússia ocupa uma posição especial nesta lista por ter uma boa experiência no passado e planos sérios para o futuro.
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