11.10.2018 às 11h22
Jamal Khashoggi, autoexilado e crítico do regime do seu país, entrou no consulado saudita em Istambul na semana passada e nunca mais foi visto. A Turquia diz que Khashoggi foi morto mas a Arábia Saudita nega as alegações. “Não podemos deixar que isto aconteça aos repórteres, a ninguém. Estamos a exigir tudo”, garantiu o Presidente norte-americano
O Presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu esta quarta-feira “chegar ao fundo” da questão no caso do jornalista saudita desaparecido há mais de uma semana. Jamal Khashoggi, autoexilado e crítico do regime do seu país, entrou no consulado saudita em Istambul na terça-feira da semana passada e nunca mais foi visto.
A Turquia diz que Khashoggi foi morto mas a Arábia Saudita nega as alegações. “Não podemos deixar que isto aconteça aos repórteres, a ninguém. Estamos a exigir tudo. Queremos ver o que se está a passar lá”, disse Trump, acrescentando que conversou com as autoridades sauditas “ao mais alto nível” sobre o caso.
Esta quarta-feira, a televisão turca News 24 mostrou imagens de Khashoggi a dirigir-se ao consulado e posteriormente uma carrinha a abandonar o edifício em direção à residência do cônsul. As imagens parecem sugerir que o jornalista se encontrava no interior do veículo, uma carrinha Mercedes de cor preta. Segundo o relato da televisão, o veículo fez o percurso de dois quilómetros entre o consulado da Arábia Saudita e a residência do cônsul, tendo entrado numa garagem.
NOIVA TURCA DE KHASHOGGI PEDE AJUDA A CASAL TRUMP
Além das imagens que transmitidas pela News 24, um jornal turco, pró-governamental, publicou os nomes e as fotografias de 15 cidadãos sauditas que chegaram a Istambul, a bordo de dois aviões privados, no dia em que Khashoggi desapareceu.
Entretanto, a noiva turca do saudita desaparecido, colaborador do jornal “The Washington Post”, pediu ajuda a Trump e à primeira-dama no sentido de se esclarecer o desaparecimento. Num texto publicado no mesmo jornal, Hatice Cengiz exorta também a Arábia Saudita – e especialmente o rei Salman e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman – a mostrarem “sensibilidade” em relação ao caso e a “tomarem a iniciativa de mostrar as imagens das câmaras de segurança do interior do consulado”.
Khashoggi fugiu da Arábia Saudita no ano passado por achar que seria o nome seguinte na lista de alvos a silenciar. Nessa altura, o regime apertou a vigilância sobre intelectuais, ativistas e jornalistas que, como ele, criticavam algumas decisões do príncipe herdeiro.
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