domingo, 14 de outubro de 2018

Kanye propôs a Trump um avião. E é uma parvoíce


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Donald Trump toma decisões que fazem a maioria dos não americanos regozijar-se por... não serem americanos. Uma das mais recentes foi receber Kanye West, que lhe propôs um avião ridículo.

Um líder de uma empresa ou de um país não é uma pessoa qualquer, mesmo que tenha sido isso mesmo até assumir o lugar. Um desses indivíduos, com o poder e a exposição inerentes ao cargo que desempenha, não pode receber qualquer um e permitir que lhe seja apresentado, publicamente, uma ideia tão estúpida que faria corar de vergonha qualquer engenheiro recém-formado. Pois foi isso exactamente que aconteceu, quando Donald Trump decidiu receber o rapper Kanye West, também conhecido por ser o marido de Kim Kardashian, o que é sempre uma boa “referência”. Ele que, ao ligar o seu telemóvel na Sala Oval, permitiu que todos se apercebessem que recorre a uma password para desbloquear o seu aparelho que é praticamente à prova de qualquer tipo de violação, ao pressionar 000000.
Esta semana, sem qualquer motivo aparente, para além de se tornar mais popular junto da comunidade negra, Trump acolheu na Casa Branca o popular Kanye. O que seria uma boa ideia, se ele fosse lá cantar ou partilhar o seu mais recente êxito. Sucede que o Sr. Kardashian estava imparável na sua veia tecnológica. Numa completa falta de respeito pelo cargo do homem que tinha pela frente, West massajou o ego do Presidente, deu-lhe dicas e se não disse em que carro o líder dos EUA se deveria deslocar, pois o veículo já foi encomendado há muito (ainda por Obama) e foi entregue há dias, aconselhou-o – publicamente – em relação ao novo Air Force One, ou seja, o avião dos EUA que transporta o Presidente.
Se esta “dica” viesse de um técnico da NASA, da associação dos engenheiros locais, ou um membro de uma reputada universidade, o conselho faria todo o sentido. Agora de West, um cantor de 41 anos que passou pela escola de raspão, não só não faz qualquer sentido, como potencialmente expõe o Presidente a situações embaraçosas. Exactamente como acabou por acontecer.
No calor do briefing ao líder dos EUA, que apoia devotamente, o marido da Kardashian disse que Trump “deveria encomendar o iPlane 1, um avião alimentado a hidrogénio feito pela Apple”. E até lhe mostrou uma fotografia do “bicho” no seu iPhone, esse sim da Apple. Sucede que bastou uma pesquisa no Google para que todos se apercebessem do ridículo da proposta. E da disposição de Trump em ouvir conselhos de West.
Primeiro, o iPlane 1 da Apple, não é um avião, não é da Apple e não é coisa nenhuma. É somente um desenho de Shabtai Hirshberg, um estudante de design criativo que, em 2012, juntou o desenho do esquisito avião à sua tese de final de curso, onde imaginava o futuro das viagens aéreas em 2030. Entrevistado, Hirshberg mostrou-se surpreendido (o termo talvez devesse ser ‘assustado’) por Kanye ter pegado na sua ideia para mostrar ao Presidente. Não pela hipótese (remota) de o cantor ter lido a sua tese, mas por se ter ficado pelos bonecos que acompanhavam o documento.
Shabtai Hirshberg, que chega a afirmar-se honrado por alguém ter dedicado atenção à sua tese de doutoramento no College for Criative Studies, em Detroit, faz questão de esclarecer de seguida que o “seu trabalho é mais aspiracional do que realista, tendo como base  sistemas de propulsão e materiais mais avançados do que os que estão disponíveis hoje em dia”, o que explica algumas das características disparatadas – mas não para Kanye West – do aparelho. E, ao que parece, o estranho e inverosímil avião – excepto para o rapper – não é movido a hidrogénio. Mas é claro que, se Kanye West pagasse a conta ou convencesse a Apple a abraçar o projecto, Hirshberg ficaria encantado. E surpreendido, especialmente se aquilo conseguisse voar.

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