quinta-feira, 18 de outubro de 2018

ESTADO-PALHAÇO? ESTADO-BANDIDO? ESTADO-LADRÃO?


Não fica bem para a imagem de Moçambique, como Estado, que as suas instituições administrativas (sobretudo as de justiça, as eleitorais e as de ordem e segurança públicas) sejam, mais do que vistas, objectivamente tidas como associações politicamente partidarizadas de delinquência organizada. Temos já quase 50 anos de experiência de Estado. Não se pode jogar ao lixo tamanha responsabilidade e os nossos dirigentes máximos, quando em missões de Estado no concerto das nações, devem parar de ser tidos como ridículos e especialmente por causa dessa conduta errante e irresponsável domesticamente. Chega de andarmos a brincar aos Estados. O imperativo categórico de Estado de Direito Democrático, constitucionalmente consagrado, tem de ser formal e materialmente perseguido, em toda a sua compreensão e extensão, sob todas e quaisquer circunstâncias. Os titulares dos órgãos de soberania, especialmente no que à administração da justiça diz respeito, têm uma responsabilidade didáctica acrescida nesse desiderato.
25 anos de experiência eleitoral é muito tempo para ainda sermos um Estado às vezes sério e às vezes palhaço. Um Estado às vezes íntegro e, às vezes, um Estado bandido. Esta conduta moralmente desequilibrada das nossas instituições não inspira confiança, respeito e seriedade, tanto fora como dentro do país. Num espaço de apenas dois ou três meses, vimos uma Comissão Nacional de Eleições a agir como aquela vizinha fofoqueira que não suporta a ideia de a vizinha do lado (e que não é das suas relações) ser esteticamente mais apelativa do que a sua comadre com quem tem privado extensões, txuna-babies ou bolsas na saga por um futuro pagador de contas. Testemunhamos a conduta propositadamente distraída de um Conselho Constitucional como a de um árbitro de futebol que inventa um fora de jogo qualquer quando a equipa do seu coração está prestes a sofrer um golo certeiro que lhe pode fazer perder o campeonato local.
Observamos, incrédulos, um Secretariado Técnico de Administração Eleitoral que processa resultados em velocidades diferentes, em função do grau de simpatia política dos seus dirigentes máximos pelas consequentes projecções matemáticas da orientação de voto no terreno. Assistimos a Polícia da República de Moçambique a funcionar como aquele guarda do prédio que oferece protecção e até ajuda especializada a ladrões que roubam em determinados apartamentos e não noutros… Identificamos órgãos de comunicação social, dentre públicos e privados, que fazem manchetes espectaculares quando os resultados eleitorais favorecem aos patrões dos seus chefes e que promovem distracções organizadas, censuram condutas e práticas criminosas ou ocultam deliberadamente da opinião pública factos que colocam em causa a seriedade, a fiabilidade e a responsabilidade dos agentes e dos processos eleitorais.
O efeito moralmente perverso dessas condutas paralelas das nossas instituições só legitima todos os desvios sociais que fragilizam o nosso Estado, a todos os níveis e manifestações. Pegar em armas para forçar mudanças políticas através da violência (ou da ameaça do seu uso) é apenas uma delas, quando todas as outras opções legalmente permitidas se esgotam nesse tipo de brincadeiras estimuladas, ensinadas e praticadas pela CNE, pelo Conselho Constitucional, pelo STAE, pela PRM ou pela TVM (ou a RM, ou o jornal Domingo, ou a STV). Ver uma e outra instituição estatal a sabotar processos políticos de forma desavergonhada e impune promove nos cidadãos, sob determinadas circunstâncias, a criminalidade e a sensação de impunidade e de desresponsabilização. Quem rouba ou desvia votos com o beneplácito do Estado, por exemplo, pode muito seguramente também roubar ou desviar bens, meios e recursos alheios. Naturalmente. Assusta-me muito o efeito didáctico desse tipo de conduta. Com a normalização dessas práticas, o Estado moçambicano está tecnicamente a produzir palhaços, ladrões e bandidos dentro e fora das suas estruturas. Em série e à larga escala, com todos os efeitos contraproducentes daí decorrentes.
Comentários
Félix Esperança "Às vezes sério"? Quando é que o fomos?
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1 dia(s)
Liga J. Beira Renamo Meu irmão a questão não é parece, são de facto instituições partidarizadas e isso precisa que o povo tome consciência para forçar a saída desses fulanos, esses fulanos estão desde 1975 a humilhar o povo.
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1 dia(s)Editado
Devis Gimo Às vezes me pergunto como poderá meu chefe sancionar em ações futuras de roubo na minha instituição se a sua permanência na chefia foi por mim promovida através do roubo de votos a seu favor?
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1 dia(s)
Julio Lacitela Falta seriedade das organizaçoes regionais africsnas. Yaya Jammeh da Gabia, malabarista como estes, foi escoraçado do poder pela CEDEAO pois internamente tinha todos poderes corrompidos. Onde anda a SADC?
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1 dia(s)
Edmu Joao Panguene Julio Lacitela 
Meu irmão a SADC é uma instituição regional inexistente
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23 h
Jorge Macamo Depois chamamos o presidente norte-americano de louco e racista quando fala a verdade. Então como é que é!
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1 dia(s)
Raúl Salomão Jamisse De facto tens muita razão caríssimo, é inconcebível que as TV's e Jornais nos distraiam em função dos seus interesses e nos façam crer que, os resultados só estavam bem onde X ganhou e demore onde o Y leve vantagem.
É no mínimo chato e constrangedor vo
tar e os responsáveis pela contagem acharem que, não votei bem por isso, invalidem uma série de votos até onde lhes interessa e a esse rítmo, nas pŕóximas eu é que não vou votar pois, o meu voto não conta.
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1 dia(s)
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1 dia(s)
Bone Waka AMAAAANDLAA
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23 h
Kuyengany Produções Hasta la Victoria
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Ver Tradução22 h
Planos De Deus Bem vindo de volta, não pare por aí.

Porrada com eles
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23 h
Bone Waka FALOU E DISSE BEM....BANDIDOS\
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23 h
Sura Rebelo de Oliveira O que se assiste neste processo e flagrantemente vergonhoso. Se restava um pingo de Disfarce de vergonha agora evaporou completamente. Olhando para trás e atual tenho a perceção que interessa a frelimo a oposição governar no máximo 5municipios assim a fasquia a aumentar é preciso combater a tendência crescente a tudo custo e o interessa aqui é uma questão de APARENCIAS porque isso é terrível pra Frelimo. Certo que quando se concorre não é pra perder mas ganhar. Que se ganhe LIMPO. isto está emporcalhado faz tempo
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23 h
Kuyengany Produções O Bom do Dhlakama Sempre dizia e nós não lhe demos ouvidos 👂
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22 h
Sura Rebelo de Oliveira Kuyengany Produções as vezes na vida é assim só percebemos que nossos pais tinham razão quando esfocinhamos no ALCATRÃO
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22 h
Rico Roque Boa txaia neste post.
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23 h
Rico Roque Jesse J. MariadoCadre Cadre olhem pessoas que pensam e falam.
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23 h
Alfredo Macuácua Realmente que estamos "rotulando" o Estado moçambicano de algo insignificante, com instituições dirigidas de forma obscura e sem regras. Estamos criando um precedente muito mau pra as futuras gerações. Hoje em dia, os putos adolescentes estão a "assistir este espetáculo" feio que nos é dado a assistir pela administração eleitoral e pra eles vai vai ficar na mente a lição de que votar ou não, c'est la meme chose.
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23 h
Masterv Nwdjahane Essa è verdade desse pais
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23 h
Edmu Joao Panguene Concordo plenamente com esta sua abordagem mano Barroso estamos num país falhado😅😢😥
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23 h
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23 h
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22 h
Giro da Fonseca É conveniente que as instituições não sejam credíveis para que um certo partido se perpetue no poder.
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21 h
Tania Cardoso Tudo dito!!!
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21 h
Adelino Branquinho Eu gosto de ler, coisas bem escritas, gosto de fazer o meu juízo , sobre o que leio, por mais extensas que sejam; esta explanação sobre o estado, a justiça, o direito, a liberdade, lembra o livro de Alexander Mitscherlich: a ideia de paz e a agressividade humana.
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20 h
Kiki Costa D. Tovele Me dói o coração quando penso que terei que ser governado a força.. Por um partido e um edil do qual não votei...
Meu voto conta e sempre irei votar de acordo com a minha consciência
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20 h
Kiki Costa D. Tovele Me dói o coração quando penso que terei que ser governado a força.. Por um partido e um edil do qual não votei...
Meu voto conta e sempre irei votar de acordo com a minha consciência
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20 h
Sisolhano Tovela Vick Mandlate e Fidélio Tembe,FAXAVOR leiam.
O nosso amigo Valério me bloqueiou
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20 h
Vick Mandlate Kkkkkkkkk
É bem possível que também tenha me bloqueado. 
Mas em fim, não vejo melhores adjetivos que esses. Pena que sabem o que é TER VERGONHA NA CARRA.
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13 h
Fidélio Tembe Sisolhano Tovela, foi bom que te tenha bloqueado! 
Amizades daquelas só merece um desmiolado como ele!
Tão jovem que é, ainda não aprendeu a viver no pluralismo de ideias!
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13 h
Sisolhano Tovela Eles conseguem reunir tais adjetivos num só Estado.
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20 h
Amilton Munduze "Associações politicamente partidarizadas de delinquência organizada".Muito forte!
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20 h
Hermínio Doce Grande reflexão ilustre!
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20 h
Calvino Cumbe Um estado sequestrado por um partido, não tem como a justiça ser plena, nem ser um estado de direito.
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19 h
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19 h
Arsenio Tovela Bem dito estamos mal.
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19 h
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18 h
Adriano Nhamona Chora amigo, chora...para ver se o cidadão moçambicano fica educado. De quem é a responsabilidade da partidarização dos órgãos eleitorais? Quem é o responsável pela imaturidade dos mesmos. Mudamos leis como se de roupa íntima tratasse, ...quem é o responsável??? Gostaria de saber... nós moçambicanos não sabemos bem bem onde vamos.....É necessário mesmo comprar facas e catanas para reivindicar algo? Chora meu brother Edgar Barroso...
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18 hEditado
Egidio Filipe Tembe Crime organizado. Repudio os que dirigem essas instituições, que acham que podem pegar na sociedade, torcer-lhe o pescoço e a todo custo fazer uma nova, ao seu gosto.
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16 h
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16 h
Felix Vicente Mais palavras para o quê
Falou tudo e bem o disse.
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15 h
Mwana Acusdo Estado somos todos nós! Agora, Gatunos são nossos dirigentes
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13 h
Nelson Badaga Mwana Acusdo pois é👏👏👏👏👏👏
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13 h
Paula Martins Retirando as conclusões que já tiraste e o uso do Recurso ás Armas, tens razão.
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12 hEditado
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11 h
David Colaco Ribeiro Estamos mal...isso virou uma capoeira.
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9 h

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