quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Doença por identificar volta a assombrar crianças na região do Cuango


Sociedade
02 de Outubro de 2018



Francisco Paulo



Já vitimou seis menores nas últimas três semanas

Milhares de crianças no município do Cuango, província da Lunda-Norte, estão a ser acometidas por uma doença ainda não identificada mais que já causou a morte de seis menores nas últimas três semanas, apurou o Correio Angolense, de um dos regedores da região, Jordan Muacabinza.

Muacabinza informa que os sintomas do surto estão associados a diarreia, vómitos e fraqueza, mas que não se trata de paludismo ou malária, a avaliar pelo processo evolutivo da enfermidade.
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Enquanto não recebe o ponto de vista dos responsáveis provinciais, a autoridade tradicional sublinha que membros da sociedade civil e activistas sociais tradicionais se desdobram para conter e identificar a enfermidade que constitui, neste momento, uma séria ameaça para as crianças da região.

“O Cuango não está preparado para receber fortes chuvas; a região tem problemas graves de saneamento básico em época chuvosa, criando-se, deste modo, danos a saúde de muitas crianças por serem as mais frágeis”, alertou Jordan Muacabinza, que diz que todos os anos, nessa época, o município regista um aumento de crianças doentes, assim como de óbitos, em virtude dessa estranha doença.  
“É de estranhar o cinismo desta governação. O problema das mortes de menores está no débil saneamento básico na região e as autoridades vêm com políticas paliativas para dizer que conseguiram estancar o problema. Não é verdade, porque estas doenças surgem sempre do fenómeno da natureza que são as águas produzidas pelas chuvas,” estoirou Jordan Muacabinza. 

O outro grande problema com que os habitantes se debatem, segundo o regedor, é a falta de transportes para levar as crianças doentes das aldeias para o hospital, já que a única unidade sanitária existente no município se encontra na localidade de Cafunfo.

Muacabinza diz, finalmente, que desconfia que este ano a situação possa ser muito mais mortífera se as autoridades sanitárias não procurarem rapidamente por soluções, pois há relatos do surto um pouco por todo o município.

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