terça-feira, 3 de julho de 2018

“Não se trava corrupção sem devida responsabilização dos infractores”


“Não se trava corrupção sem devida responsabilização dos infractores”

Geert Anckaert foi quem falou em representação da União Europeia, na conferência sobre o combate à corrupção, que decorre desde esta terça-feira, em Maputo, e que termina esta quarta. O responsável afirma que enquanto não houver investigação e devida responsabilização nos casos de corrupção, não se pode combater o fenómeno.
“No contexto da crise económica que o país atravessa, não podemos aceitar que um só metical seja desviado do caminho da melhoria da vida dos cidadãos moçambicanos. Os contribuintes europeus não aceitariam continuar a apoiar o país”, alertou Anckaert, realçando que é tempo de Moçambique tomar medidas concretas para combater o fenómeno da corrupção, que vem lesando o Estado em milhões de meticais. “Sem investigação, julgamento e sanções, a corrupção não pode ser travada. A corrupção não tem fronteiras e Moçambique já passou por muito, sendo que agora é tempo de focar os esforços para demonstrar que a luta contra a corrupção em Moçambique é efectiva”, disse.
Geert Anckaert deixou garantias de que a União Europeia não vai economizar esforços na luta pelo fim da corrupção em Moçambique.
Já a embaixadora de Portugal em Moçambique, Maria Amélia Paiva, que esteve presente na conferência, interveio dizendo que Moçambique ainda tem desafios consideráveis na luta contra a corrupção. “Ainda há um longo caminho a percorrer, no qual é de salientar o importante papel da boa governação, o bom e célere funcionamento das instituições no domínio da justiça, mas também no domínio legislativo e ao nível dos governos e de uma sociedade mais forte, constituída por organizações da sociedade civil e agentes económicos que sintam este desafio como uma causa própria”, afirmou a diplomata portuguesa.
“O mote desta conferência remete precisamente para a intervenção do Estado, da sociedade e do direito nestas causas, o que pressupõe um papel activo e um contributo diferenciador de cada um destes actores na prevenção e combate à corrupção”, acrescentou.
Lembre-se que o PACED, projecto no âmbito do qual decorre a conferência sobre corrupção, centra-se em acções destinadas a reforçar a capacidade institucional das autoridades competentes, ao nível legislativo, executivo e judiciário, promovendo o intercâmbio e partilha de conhecimentos e boas práticas.

Sem comentários: