Calisto Meque Meque está com Muzungu Ndini e 9 outras pessoas.
OSSUFO MOMADE: "Os COMBATENTES DA RENAMO QUEREM UM FUTURO DIGNO"
O líder interino da RENAMO diz que a desmilitarização da RENAMO vai acontecer, mas de forma "digna". "Não queremos regressar à desgraça que aconteceu depois de 1992", afirma Ossufo Momade em entrevista exclusiva à DW.
Em entrevista à DW África, Ossufo Momadeconfirma que Moçambique continua a aguardar a reintegração dos homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) nas Forças de Defesa e Segurança (FDS), no âmbito do diálogo para a paz. No dia 21 de julho, expirou o prazo de dez dias que a RENAMO tinha para entregar ao Governo a lista de oficiais a serem incorporados nas FDS.
O líder interino do maior partido da oposição afirma que o documento está a ser elaborado e avança que deverá ser assinado nos próximos dias. Momade diz ainda que a RENAMO não precisa de armas, bastando "boa vontade das duas partes". O líder da RENAMO também falou da desmilitarização do seu partido, processo que vai ser iniciado em breve e de forma "digna e organizada".
DW África: Como vai o processo de integração dos oficiais da RENAMO nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas? Foi cumprido o prazo estabelecido a 11 de julho?
Ossufo Momade (OM): Neste momento está a ser elaborado o documento para que enquadramento dos oficiais da RENAMO nas FDS aconteça de facto. O processo ainda não se iniciou, mas trata-se de um processo que, tudo indica, vai iniciar em breve
DW África: Havia um prazo de dez dias para concluir o processo, a partir do dia 11 de julho...
OM: É um processo complexo. Dentro de dias poderá ser assinado o documento por mim próprio e pelo chefe do Estado, espero eu.
DW África: A militarização é um dos fatores que diferencia a RENAMO de outros partidos, conferindo à RENAMO um certo poder que os outros partidos não têm. Por isso há quem acredite que a RENAMO não se vai desfazer tão cedo desse seu trunfo. Faz sentido esta desconfiança?
OM: Não, de maneira nenhuma. A RENAMO não é um partido que goste de ser militarizado. Os nossos dirigentes e a Comissão Política Nacional não estão no mato. Existe, sim, uma ala da RENAMO, uma força residual, que continua armada. Neste momento estamos num processo, como já referi. Queremos, de facto, ver os nossos militares enquadrados nas FDS desde 1992, ou melhor 1994, pois eles não tiveram oportunidades ou a sorte de serem promovidos. O que nós queremos é que eles também possam ocupar cargos de chefia nas FDS. Depois desse processo vamos caminhar para a integração de membros da RENAMO na Polícia da República de Moçambique (PRM). E depois disso, sim, vamos proceder à desmilitarização e à reinserção na vida social daqueles que não vão poder estar na polícia. De facto; não há necessidade de termos armas. Haja boa vontade de ambas as partes. Nós gostaríamos também de ter alguns quadros da RENAMO nos serviços secretos, ou seja; nos SISE. Porque é o SISE que faz planos para matar e armar emboscadas a elementos da oposição.
Joaquim Chissano (FRELIMO) e Afonso Dhlakama (RENAMO) assinaram o Acordo Geral de Paz, em 1992, em Roma
DW África: Em relação à questão do SISE, foi alcançado algum consenso com o Presidente da República?
OM: Na altura em que eu pude conversar com o chefe do Estado ainda não tínhamos alcançado um entendimento. Mas penso que se trata de uma negociação em curso e nós gostaríamos que a outra parte pudesse aceitar os nossos princípios. Nós queremos uma reconciliação nacional e não deveria existir qualquer receio da outra parte.
DW África: O desentendimento em torno do processo é sinal que a falta de confiança permanece?
OM: Eu ainda considero que há, da parte do governo, uma tentativa de chantagem. Iso ficou bem claro quando os membros da bancada da FRELIMO apareceram em público a dizer que a sessão extraordinária e as negociações não poderiam continuar. Isso foi, de facto, uma chantagem. Quando a Assembleia da República convocou a sessão todo o mundo sabia que a RENAMO tinha a sua segurança. Eles preferiam gastar o dinheiro do erário público e que tudo ficasse sem efeito. Preferiam que nós deixássemos de fazer aquilo que tinha sido planeado. É isso que está mal na posição da bancada parlamentar da FRELIMO.
DW África: Os Estados Unidos e outros países comprometeram-se a apoiar a RENAMO no processo de desarmamento. Que tipo de apoio interessa à RENAMO?
OM: Não podemos ter a mesma sorte que tivemos durante a desmobilização em 1994, depois do Acordo Geral de Paz de 1992. Nessa altura o desmobilizado recebia uma catana, uma enxada e uma camisa. Agora queremos uma situação diferente. E quando conversamos com a comunidade internacional, pedimos que apoiem este processo de desmilitarização e de reintegração social dos nossos desmobilizados. Queremos uma vida digna, diferente da do passado.
DW África: Já fizeram uma proposta nesse sentido?
OM: A nossa proposta ainda não é muito concreta, mas, em poucas palavras, queremos uma vida melhor, não queremos regressar àquela desgraça do passado.
· Responder · 16 min“Al Shaabab moçambicano” continua suas investidas de terror em Cabo Delgado Insurgentes atacaram aldeia Chitolo
Depois de sensivelmente 10 dias de relactiva calmia, os insurgentes que, desde finais do ano passado, têm estado a semear um clima de dor, luto e terror, particularmente nos distritos do norte de Cabo Delgado, voltaram a atacar na madrugada deste domingo.
Desta vez o alvo, segundo fontes ouvidas pelo mediaFAX no terreno, foi a aldeia de Chitolo, posto administrativo de Chaka, distrito de Mocímboa da Praia, por sinal, o primeiro a ser atacado pelo grupo na madrugada de 5 de Outubro do ano passado.
O que se diz é que pela madrugada, os insurgentes tentaram tomar um posto avançada da força conjunta (Forças Armadas de Defesa de Moçambique e Polícia da República de Moçambique) e um intenso tiroteio foi ouvido por cerca de duas horas.
Ao que soubemos, apesar da pronta reacção da força conjunta, há indicação de que um militar terá perdido a vida na confrontação e algum equipamento militar terá sido roubado pelo bando atacante.
Depois do sucedido, o grupo terá imediatamente desaparecido pela mata adentro, estando, neste momento, as autoridades a fazerem o que apelidam de “perseguição”.
A aldeia Chitolo fica cerca de 25 quilómetros da sede distrital de Mocímboa da Praia. Dada a troca de tiros que houve, a indicação é que os insurgentes não conseguiram chegar ao centro da aldeia Chitolo, daí que não há relatos de mortos ou feridos entre a população civil.
Numa contabilização pelo que no dia-a-dia tem estado a acontecer em alguns distritos de Cabo Delgado, até aqui já é possível contabilizar perto de 80 vítimas mortais, dezenas de residências e infra-estruturas públicas e privadas vandalizadas e destruídas e ainda o deslocamento da população para zonas aparentemente mais seguras, deixando, deste modo, as suas actividades de subsistência para trás.
MEDIAFAX – 30.07.2018
Depois de sensivelmente 10 dias de relactiva calmia, os insurgentes que, desde finais do ano passado, têm estado a semear um clima de dor, luto e terror, particularmente nos distritos do norte de Cabo Delgado, voltaram a atacar na madrugada deste domingo.
Desta vez o alvo, segundo fontes ouvidas pelo mediaFAX no terreno, foi a aldeia de Chitolo, posto administrativo de Chaka, distrito de Mocímboa da Praia, por sinal, o primeiro a ser atacado pelo grupo na madrugada de 5 de Outubro do ano passado.
O que se diz é que pela madrugada, os insurgentes tentaram tomar um posto avançada da força conjunta (Forças Armadas de Defesa de Moçambique e Polícia da República de Moçambique) e um intenso tiroteio foi ouvido por cerca de duas horas.
Ao que soubemos, apesar da pronta reacção da força conjunta, há indicação de que um militar terá perdido a vida na confrontação e algum equipamento militar terá sido roubado pelo bando atacante.
Depois do sucedido, o grupo terá imediatamente desaparecido pela mata adentro, estando, neste momento, as autoridades a fazerem o que apelidam de “perseguição”.
A aldeia Chitolo fica cerca de 25 quilómetros da sede distrital de Mocímboa da Praia. Dada a troca de tiros que houve, a indicação é que os insurgentes não conseguiram chegar ao centro da aldeia Chitolo, daí que não há relatos de mortos ou feridos entre a população civil.
Numa contabilização pelo que no dia-a-dia tem estado a acontecer em alguns distritos de Cabo Delgado, até aqui já é possível contabilizar perto de 80 vítimas mortais, dezenas de residências e infra-estruturas públicas e privadas vandalizadas e destruídas e ainda o deslocamento da população para zonas aparentemente mais seguras, deixando, deste modo, as suas actividades de subsistência para trás.
MEDIAFAX – 30.07.2018
Desta vez o alvo, segundo fontes ouvidas pelo mediaFAX no terreno, foi a aldeia de Chitolo, posto administrativo de Chaka, distrito de Mocímboa da Praia, por sinal, o primeiro a ser atacado pelo grupo na madrugada de 5 de Outubro do ano passado.
O que se diz é que pela madrugada, os insurgentes tentaram tomar um posto avançada da força conjunta (Forças Armadas de Defesa de Moçambique e Polícia da República de Moçambique) e um intenso tiroteio foi ouvido por cerca de duas horas.
Ao que soubemos, apesar da pronta reacção da força conjunta, há indicação de que um militar terá perdido a vida na confrontação e algum equipamento militar terá sido roubado pelo bando atacante.
Depois do sucedido, o grupo terá imediatamente desaparecido pela mata adentro, estando, neste momento, as autoridades a fazerem o que apelidam de “perseguição”.
A aldeia Chitolo fica cerca de 25 quilómetros da sede distrital de Mocímboa da Praia. Dada a troca de tiros que houve, a indicação é que os insurgentes não conseguiram chegar ao centro da aldeia Chitolo, daí que não há relatos de mortos ou feridos entre a população civil.
Numa contabilização pelo que no dia-a-dia tem estado a acontecer em alguns distritos de Cabo Delgado, até aqui já é possível contabilizar perto de 80 vítimas mortais, dezenas de residências e infra-estruturas públicas e privadas vandalizadas e destruídas e ainda o deslocamento da população para zonas aparentemente mais seguras, deixando, deste modo, as suas actividades de subsistência para trás.
MEDIAFAX – 30.07.2018
Comments
1
Francisco Moises said...
Parece me haver mais que se passa em Cabo Delgado do que esta informaçao cozinhada que se apresenta neste artigo admite. No esforço de tentar ocultar os verdadeiros factos, os fornecedores desta informaçao criaram buracos que deixam aqueles que têm "olhos" para verem as mentiras e os factos ocultados.
O que foi atacado aqui: uma aldeia ou um aquartalemnto do Exercito da Frelimo?
Tendo os rebeldes atacado de madrugada enquanto os soldados da Frelimo dormiam e nao podiam responder adequadamente, nao podia ter havido um tiroteio. O ataque foi um sucesso dos rebeldes tendo em conta aquilo que se vê entre as linhas apesar das mentiras.
Os insurrectos capturaram armamento a Frelimo, coisa que é propagandisticamente descrito como roubo. Quanto material os rebeldes capturaram, possivel que seja uma quantidade consideravel depois de terem neutralisado as forças da Frelimo.
Quantos soldados do Exército da Frelimo os rebeldes abateram? Um so? Incrivel. Deve tambem ser mais do que um; talvez um bom numero.
Perseguiçao aos rebeldes, parece me ser fantasia. Aquela tropa da Frelimo nao pode penetrar nas matas onde od rebeldes sao donos e conhecem todos os pontos de entrada, esconderijos e de saida. Nao nos esqueçamos que sao guerrilheiros e alguns deles foram antigos membros das forças armadas e da policia da Frelimo.
Afinal de contas, os rebeldes tambem atacam aquartelamentos das forças armadas da Frelimo enquanto esta mesma Frelimo sempre negou e disse que os rebeldes atacavam ou queimavam as habitaçoes da populaçao? Os rebeldes parecem serem bem disciplinados. Quanto a isto, nao haja duvida. Os ataques a palhotas da populaçao, se na verdade acontecem, sao o trabalho da Frelimo.
Estes rebeldes tem ligaçoes com jovens do Niassa de acordo com o que Felipe Nyussi acaba de dizer em Lago no Niassa. A sua rebeliao nao é so de Cabo Delgado. Ela parece ser popular no Niassa e em Nampula e recebem armas clandestinamente de alguns oficiais da Frelimo.
É a este exercito da Frelimo que os renamistas, ainda acegados politicamente, aspiram se ajuntar? Frank e eu sempre deixamos claro que o exército actual em Moçambique sao forças armadas da Frelimo e nao forças armadas moçambicanas. Os renamistas nao vem isto? Quando é que se pereceberao isto?
Como Frank, um analista sezudo nos comentarios neste blog que é lido la no Quartel General rebelde da Renamo em Gorongosa, diz algures neste blog que os homens da Renamo podem ser readmitidos ou admitidos nas forças armadas da Frelimo hoje, amanha Nyusi correra com eles visto que ele é o comandante em chefe que pode decidir como quer e ele nao quer a Renamo no seu Exército, na sua Policia e na sua SISE da Frelimo. O que ele quer, ainda adianta Frank, é acabar com a Renamo. Ponto final.
Se os renamistas nao querem ver isto, verao quando estiverm na gaiola da Frelimo sem um beco de saida.
30/07/2018 at 2
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Francisco Moises said...
Parece me haver mais que se passa em Cabo Delgado do que esta informaçao cozinhada que se apresenta neste artigo admite. No esforço de tentar ocultar os verdadeiros factos, os fornecedores desta informaçao criaram buracos que deixam aqueles que têm "olhos" para verem as mentiras e os factos ocultados.
O que foi atacado aqui: uma aldeia ou um aquartalemnto do Exercito da Frelimo?
Tendo os rebeldes atacado de madrugada enquanto os soldados da Frelimo dormiam e nao podiam responder adequadamente, nao podia ter havido um tiroteio. O ataque foi um sucesso dos rebeldes tendo em conta aquilo que se vê entre as linhas apesar das mentiras.
Os insurrectos capturaram armamento a Frelimo, coisa que é propagandisticamente descrito como roubo. Quanto material os rebeldes capturaram, possivel que seja uma quantidade consideravel depois de terem neutralisado as forças da Frelimo.
Quantos soldados do Exército da Frelimo os rebeldes abateram? Um so? Incrivel. Deve tambem ser mais do que um; talvez um bom numero.
Perseguiçao aos rebeldes, parece me ser fantasia. Aquela tropa da Frelimo nao pode penetrar nas matas onde od rebeldes sao donos e conhecem todos os pontos de entrada, esconderijos e de saida. Nao nos esqueçamos que sao guerrilheiros e alguns deles foram antigos membros das forças armadas e da policia da Frelimo.
Afinal de contas, os rebeldes tambem atacam aquartelamentos das forças armadas da Frelimo enquanto esta mesma Frelimo sempre negou e disse que os rebeldes atacavam ou queimavam as habitaçoes da populaçao? Os rebeldes parecem serem bem disciplinados. Quanto a isto, nao haja duvida. Os ataques a palhotas da populaçao, se na verdade acontecem, sao o trabalho da Frelimo.
Estes rebeldes tem ligaçoes com jovens do Niassa de acordo com o que Felipe Nyussi acaba de dizer em Lago no Niassa. A sua rebeliao nao é so de Cabo Delgado. Ela parece ser popular no Niassa e em Nampula e recebem armas clandestinamente de alguns oficiais da Frelimo.
É a este exercito da Frelimo que os renamistas, ainda acegados politicamente, aspiram se ajuntar? Frank e eu sempre deixamos claro que o exército actual em Moçambique sao forças armadas da Frelimo e nao forças armadas moçambicanas. Os renamistas nao vem isto? Quando é que se pereceberao isto?
Como Frank, um analista sezudo nos comentarios neste blog que é lido la no Quartel General rebelde da Renamo em Gorongosa, diz algures neste blog que os homens da Renamo podem ser readmitidos ou admitidos nas forças armadas da Frelimo hoje, amanha Nyusi correra com eles visto que ele é o comandante em chefe que pode decidir como quer e ele nao quer a Renamo no seu Exército, na sua Policia e na sua SISE da Frelimo. O que ele quer, ainda adianta Frank, é acabar com a Renamo. Ponto final.
Se os renamistas nao querem ver isto, verao quando estiverm na gaiola da Frelimo sem um beco de saida.
30/07/2018 at 2