quinta-feira, 26 de julho de 2018

É um facto que a Vila autárquica cresceu, a cada dia novos bairros surgindo, há cada dia novos investimentos surgem, novos postos de trabalhos e novas oportunidades de investimentos.

Por: Lunede Parrote</p>
É um facto que a Vila autárquica cresceu, a cada dia novos bairros surgindo, há cada dia novos investimentos surgem, novos postos de trabalhos e novas oportunidades de investimentos. Nota-se também o esforço do governo para atrair mais investimentos e com eles a criação de novos postos de trabalhos, novas parcerias surgem entre o CMVM e alguns empresários residentes na urbe, com elas novas salas de aulas para os nossos petizes, novos centros comerciais, estão perfilados ao longo da única estrada alcatroada, um troço pavimentado dá uma nova imagem a entrada do mercado. Mas nem tudo é sucesso ou progresso, bem na entrada, um projecto de implantação de um novo parque rodoviário fracassado e os silos gigantes e abandonados já denunciam que nem tudo vai bem na terra do Tumbine. Já dentro da vila, bem na saída para o vizinho Malawi, um edifício abandonado com características típicas de uma sala de cinema, confirma que os problemas são realmente da idade da vila, 54 anos, mudam-se os governantes, mas prevalecem os problemas. Vamos em partes…
Ser residente da vila de Milange, é viver na incerteza se dá para pagar a TV, se dá para fazer o rancho com produtos congelados, é viver em Moçambique e depender da energia do estrangeiro, é ver os eletrodomésticos cederem as oscilações e ficar sem saber com quem reclamar, se é com os malawianos ou com os moçambicanos, é ver o pacote da TV terminar sem nunca ter assistido.
O problema da energia é cronico, dias há, em que dá impressão que alguém está a brincar de liga/desliga com os munícipes. É um problema com a mesma idade da vila, há quem diga que é falta de vontade politica, visto que é uma zona predominantemente da oposição, há quem diga que a crise em que o país atravessa esta na origem dos atrasos da chegada da corrente da rede nacional. Entre dúvidas e especulações, os anos se vão e a vila continua refém da energia do estrangeiro
A circulação nas artérias da vila, vai de mal à pior, pesa embora, o esforço do município para tapar os buracos nos últimos meses ou os trabalhos de manutenção de algumas artérias a nível da urbe. Nos últimos meses assistiu-se a colocação de pavês na entrada do mercado central, que em parte, trouxe melhoria na transitabilidade, mas as estradas da urbe, clamam não só por reabilitação, mas por alargamento.
A água é outro problema que assola a vila, além de um sistema de distribuição de água obsoleto e ineficaz, dias há em que à água não jorra em alguns bairros, consequência disso, os munícipes são forçados a recorrer a poços artesanais, dada a disposição do relevo, já se pode imaginar o esforço que se empreende para encontrar o precioso líquido.
Não se pode falar de segurança, onde há problemas de iluminação pública nas zonas suburbanas, zonas há em que falta tudo, desde policiamento até iluminação. Sem efectivo que cubra a área municipal, alguns munícipes estão largados a sua sorte, não há patrulhamento nos bairros, nem por parte da PRM e nem da Policia Municipal. Iluminar as ruas, ajudaria muito.
A gestão dos resíduos sólidos, deixa a edilidade em bons lençóis, além da construção, dos silos ao longo de alguns pontos estratégicos e colocação de tambores, nota-se o desdobramento dos poucos meios circulantes na recolha do lixo, nota-se as mamanas pelas manhãs a cuidarem da limpeza da vila. Com um pouco mais de empenho, é possível sim manter a vila limpa.
É visível o desmatamento na zona do posto de travessia de Melosa, bem aos olhos das autoridades, é visível as queimadas descontroladas no monte Tumbine para a prática da agricultura, caça ou procura de lenha para confeição dos alimentos ou fabrico de tijolos, assistiu-se o desmatamento na zona residencial Liaze, e não se viu a intervenção do governo. Há que questionar o nível de comprometimento das autoridades locais na preservação do meio ambiente.

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