terça-feira, 31 de julho de 2018

Faleceu Mário Cabeça Lopes, um dos mais consagrados caçadores-guias da época de ouro (1960/1974) dos safaris de caça em Moçambique


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Faleceu Mário Cabeça Lopes, um dos mais consagrados caçadores-guias da época de ouro (1960/1974) dos safaris de caça em Moçambique, que após a independência deste país, em 1975, se fixou em Espanha dedicando-se à exploração do turismo rural. 
Esta triste notícia acaba de me ser dada pelo amigo comum José Canelas, que a recebera sem muitos pormenores para além da data e local do infausto acontecimento, que foi no passado sábado dia 28, na sua residência "Casa Marta" (nome de sua esposa que é espanhola) em La Somada - San Roque-Astúrias. Não lhe tendo sido explicadas as causas, a fonte adiantou que o Mário faleceu provavelmente de um ataque cardíaco quando dormia e não terá tido sofrimentos.
Apesar da sua considerável idade (octogenário), o Mário vivia aparentemente com saúde, embora sempre muito absorvido com o trabalho, partilhado com a sua simpática esposa, que envolvia não só a bela residência de La Somada como outra em Portugal (Algarve), a "Casa Mário", situada em Curralões, Santa Margarida - Loulé.
Os seus amigos mais chegados aqui em Portugal, parte deles ex-colegas das actividades cinegéticas, tiveram o prazer de o ver e abraçar, bem como sua esposa, seu irmão e sobrinho (este também com o nome Mário Lopes) no convívio do 10º aniversário do Grupo de Amigos da Gorongosa, realizado em 2016 em Lisboa.

A minha ligação ao Mário foi muito forte, prevalecendo ao longo de décadas uma grande amizade. Ainda recentemente trocamos e-Mails, ele elogiando-me pela vitalidade com que desempenho as minhas tarefas quintaleiras e pedindo-me o envio de ficheiros das minhas "cartas da beira do Indico", eu pagando-lhe na mesma moeda e recordando-lhe passagens da nossa vivência em Moçambique, que foi muito próxima ao ponto de ter sido o único caçador-guia de Manica e Sofala que colaborou comigo, durante o defeso da caça, em tarefas de protecção das populações rurais, nomeadamente quando os elefantes invadiam as povoações e destruíam as suas culturas.
Conhecido como o "campeão da simpatia", o Mário foi dos caçadores-guias que mais elogios recebia dos turistas que conduzia nos safaris, justamente pela sua constante boa disposição, simpatia, educação, competência e brio profissional. O seu rol de anedotas era inesgotável. As suas narrativas de caça e pesca punham em suspenso quem o escutava nas longas noites à roda da fogueira!
Sinto muito a perda deste amigo e cada vez mais se agudam as saudades dos belos momentos que passamos em acampamentos de caça, na perseguição e afugentamento dos elefantes naquelas terras longínquas de Sena, Chemba, Catulene, Guro, Macossa, Canxixe, Gorongosa, etc. Mas também nas pescarias na barragem da Chicamba-Real.
Dirijo daqui a sua filha, (que vive no Chimoio, terra de seu pai e onde seu avô - o Tio Lopes - foi figura de grande estima por parte da população do Planalto e um fiel funcionário do Grémio daquela que sempre foi considerada a mais bela terra de Moçambique), os meus mais sentidos pêsames e um beijo solidário pela perda de seu querido pai.
Desejo também apresentar aos restantes familiares, com destaque para a Marta, este meu sentimento de pesar, desejando que os deuses da floresta protejam a Alma do querido amigo Mário reservando-lhe um cantinho do Eden onde todos nós, os amantes da natureza, sonham numa eternidade em Paz!
30 de Julho de 2018
Celestino Gonçalves

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