11 de Março 12h13 - 203 Visitas
Face a crise de meios para transportar passageiros, a importação de autocarros para o sector público sempre esteve entre as soluções do Governo para aliviar o drama do transporte.
Em 2011 fez-se a maior aquisição de sempre. Foram investidos 622.7 milhões de meticais para compra de 158 autocarros, alocados exclusivamente aos Transportes Públicos de Maputo. Em 2014, três anos mais tarde, o Estado investiu 140 milhões de meticais para aquisição de 38 autocarros, alocados para Maputo e Beira.
A expectativa era minimizar o problema do Grande Maputo, mas a solução foi de pouca duração. Só para se ter uma ideia, com as aquisições feitas, TPM chegou a ter em 2012 um total de 391 autocarros, mas apenas 105 estavam em circulação. Ou seja, mesmo considerando que a empresa já tinha autocarros em funcionamento, o número de autocarros disponíveis para transportar passageiros estava abaixo da aquisição feita um ano antes. Até Abril de 2017, a empresa tinha 257 autocarros, dos quais diariamente apenas 50 conseguiam transportaar passageiros. O Conselho de Administração resume todo o problema à insustentabilidade do negócio, causado, principalmente pela baixa tarifa cobrada, disse Lourenço Albino, PCA da EMTPM.
Em 2014, parte dos problemas dos TPM foram transferidos para Matola, com a criação da ETM, Empresa Municipal de Transportes Públicos da Matola. A ETM iniciou as operações em Junho de 2014, com 75 autocarros, dos quais 64 avariados e 11 operacionais.
Com apenas 10 autocarros em circulação, a empresa tinha 41 linhas por cobrir, o que se revelou impraticável. Poucos autocarros provocaram fraca produtividade e geraram incapacidade para pagar despesas básicas.
Mas nem com a receita da cobrança de bilhetes a companhia consegue pagar as despesas de manutenção, sobre o assunto, ouvimos João Castanheira, PCA da ETM.
Mas nem com a receita da cobrança de bilhetes a companhia consegue pagar as despesas de manutenção, sobre o assunto, ouvimos João Castanheira, PCA da ETM.
Para o académico António Matos este é um exemplo de que a solução do problema do transporte não está na aquisição de autocarros, mas no investimento de transporte diversificado, como o ferroviário.
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