Três réus do caso FDA negam participação intencional nos desvios
Mais
três acusados de desviar 170 milhões do Fundo de Desenvolvimento
Agrário (FDA) foram ouvidos hoje e negam ter participado de forma
intencional no esquema. Alguns admitem que submeteram projectos para ter
financiamento, mas negam que eram projectos falsos, tal como avança a
acusação.
Milda
Cossa, a mesma que foi apontada como gestora dos negócios de Setina
Titosse, ex-PCA do Fundo de Desenvolvimento Agrário, foi a primeira a
explicar o seu envolvimento no esquema de desvio de cerca de 170 milhões
de meticais.
Diz
que nunca submeteu projecto ao FDA, mas admite que trabalhava para
Titosse. Avança, porém, que apenas recebia ordens para fazer
transferências. Nisso, chegou a abrir uma conta bancária a mando de
Titosse, onde eram canalizados vários fundos.
E
na vez de Neide Xerinda, então directora do FDA, esta diz ter submetido
sim um projecto para ganhar financiamento da instituição na qual era
funcionária. Entretanto, veio a trocar do projecto de criação de gado
para um de criação de frangos. Argumenta que está ainda dentro do tempo
acordado para começar a desembolsar os valores, devendo fazê-lo a partir
de Janeiro de 2018.
O
último a se defender no banco dos réus chama-se Humberto Cossa, primo
de Setina Titosse e marido de Milda Cossa. Era beneficiário do
financiamento do FDA, no valor de 12 milhões de meticais, solicitado
para a criação de gado. Diz ter comprado terreno, que nunca chegou a
ficar em seu nome, e gado, mas que foi perdendo durante o tempo.
Pela
frente estão ainda 20 arguidos por serem ouvidos neste julgamento do
esquema que aconteceu entre 2012 e 2015, envolvendo familiares,
conhecidos e ex-colegas de serviço de Titosse. Pesam sobre os acusados
crimes de corrupção, burla por defraudação, abuso de cargo, pagamento de
remunerações indevidas, branqueamento de capitais, associação para
delinquir e crime de peculato.
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