Às cinco da tarde surgiram notícias de que um Canadair de combate aos fogos se tinha despenhado. Proteção Civil confirmou, avisou o gabinete de investigação de acidentes e depois desmentiu.
Afinal, o que aconteceu? Pelas 17h desta terça-feira, começaram a chegar notícias de que um avião Canadair de apoio ao combate aos incêndios teria caído perto de Ouzenda, concelho de Pedrógão. Mas, depois de confirmarem a informação e avisarem o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidenres de Aviação e Ferroviários, fontes da Proteção Civil vieram desmenti-la. Afinal, pode apenas ter sido uma explosão dentro de uma roulotte, onde estariam botijas de gás. As buscas estão ativas, mas as autoridades não confirmam a queda de qualquer Canadair. Veja nesta cronologia como tudo se passou.
17h00
Vários órgãos de comunicação social começam a noticiar que um dos aviões que estariam a combater os incêndios em Pedrógrão Grande ter-se-ia despenhado perto de Ouzenda.
À mesma hora, o gabinete de investigação de acidentes de aviação foi avisado pela Proteção Civil que tinha havido um acidente com uma aeronave de combate a incêndios na zona de Pedrógão, confirmou ao Observador o presidente do GPIAAF. Nelson Oliveira acrescenta que foi mobilizada logo uma equipa.
17h30
As autoridades espanholas, citadas pela agência de notícias EFE, dizem que a aeronave não é espanhola.
17h35
Mais televisões avançam que uma explosão foi vista perto da zona de Ouzenda e que um helicóptero do INEM estava a ir para o local do acidente. A GNR confirma a vários jornalistas, incluindo aos do Observador no local, que o Canadair teria de facto caído.
17h45
Uma fonte da Proteção Civil confirma que um avião se despenhou enquanto combatia os fogos no concelho de Pedrógrão Grande, entre as aldeias de Picha e Ouzenda, perto da fronteira com o concelho de Góis. Ao Observador, essa fonte disse tratar-se de uma aeronave do contrato português, ou seja, que não veio de empréstimo de outro país, embora pudesse ter sido contratado a outro país. Estariam na altura a caminho do local um helicóptero e duas ambulâncias do INEM para socorrer a tripulação.
O Observador sabe que a Proteção Civil avisou, para além do GPIAAF, também a Força Aérea Portuguesa para a ocorrência de um acidente com um avião de combate a incêndios.
17h55
A Força Aérea Portuguesa envia um helicóptero de busca e salvamento EH-101 da esquadra 751 do Montijo para o local onde o avião teria caído, a pedido da Proteção Civil.
18h00
Alguns meios de comunicação social avançam que o piloto da aeronave seria inglês. A informação não se confirma.
18h35
O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, não confirma a queda do avião Canadair: “Não confirmo rigorosamente que tenha havido qualquer queda de avião. Foi levantada essa suspeita. Compete à GNR, ao INEM, a todas as forças que têm essas competências verificar se tal aconteceu. Até ao momento não temos qualquer confirmação. Temos de falar de coisas que sejam reais, que sejam confirmadas”.
18h40
A mesma fonte da proteção Civil que tinha confirmado ao Observador a queda de um Canadair disse depois que “nenhum avião de combate aos incêndios caiu”. Segundo a mesma fonte, “todos os meios foram contactados e nenhum caiu”.
19h40
Vítor Vaz Pinto, comandante da Proteção Civil, volta a reforçar, no briefing de informação sobre os fogos desta tarde, que não tem conhecimento de que tenha caído qualquer aeronave. “Não tenho conhecimento da queda de nenhum avião”, afirma o comandante. E lança uma possível justificação: “Havia lá [no local onde supostamente terá caído a aeronave] uma roulotte abandonada com garrafas de gás. Explodiu uma botija e foi esse estrondo que pode ter confundido”, afirmou o comandante. Ainda assim, perante o alerta, foram enviados vários meios de socorro para o local, nomeadamente um avião da Força Aérea, um helicóptero para fazer buscas e meios de emergência médica, e não foi identificada nenhuma “situação de queda”.
A Proteção Civil avisa entretanto o gabinete de investigação de acidentes de que não se confirmava a informação inicial e a equipa do GPIAAF foi desmobilizada.
19h44
A Força Aérea Portuguesa (FAP) ainda não tinha ainda a certeza de ter caído qualquer aeronave na zona de Pedrógão Grande, disse uma fonte oficial do ramo ao Observador. Em termos de controlo do tráfego aéreo, a mesma fonte militar explicou que as aeronaves que estão a combater os fogos estão a voar em espaço aéreo “Golf”, o que quer dizer que não há controlo de tráfego aéreo — até porque voam a baixa altitude e junto a vales.
20h00
Um jornalista francês no terreno, diz que apesar de as autoridades terem desmentido a queda da aeronave, no terreno as pessoas estão a dar outras informações: