Breaking: Do coração da cidade Maputo, junto Assembleia da república
Cidadão reporta
Hoje, dia 24 de Junho de 2017, entre às 09:00h - 11:00h, a avenida 24 de Julho ficou paralisada, devido a uma manifestação sem precedentes na história do País.
Os vendedores do Mercado Wancacana, das diferentes secções, de roupa usada, vulgo "xicalamidade", de farelo, produtos alimentares diversos, amotinaram-se, paralisaram a passagem de viaturas na zona compreendida entre a praça 16 de Junho até o semáforo da DHL.
Munidos de cartazes, panelas, frigideiras, apitos, cânticos de revolta, se associaram as mamanas outros grupos de cidadãos, com destaque para membros da Assembleia Municipal do MDM, capitaneados pelo seu chefe da bancada, Ismael Nhacucue. O deputado Venâncio Mondlane, chegou, viu e venceu, foi recebido pelas vendedeiras com gritos, cânticos eufóricos e com uma alegria delirante, enquanto cantavam "Loko angale Venâncio na hi fili". Traduzido: se não fosse Venâncio estaríamos mortos".
Esta referência à morte relacionava-se com o facto do Município ter estipulado o prazo de 26 de Junho para que todos os vendedores se retirem do Mercado wancacana.
O Conselho Municipal de Maputo em coordenação com a empresa Maputo Sul, tendo em vista prosseguir com as obras da ponte Maputo - Catembe, construiu uma alpendre com 140 bancas minúsculas no mercado Malanga para albergar os vendedores provenientes do mercado Wancacana.
Paradoxalmente os vendedores do Mercado wancacana são pouco mais de 600, isto é, a solução as banquinhas montadas na Malanga vão resultar em mais de 500 vendedores condenados a miséria, pois, vão perder a única fonte de receita que sustenta mais de 500 famílias há mais de 30 anos.
Ressalte-se muitos dos vendedores, mais de 70%, são do sexo feminino, viúvas, mães soleiras, sendo quase na globalidade chefes de família. Elas têm filhos a estudar e alguns dos quais no ensino superior.
O Conselho Municipal, na pessoa do Presidente David Simango, respondeu as manifestações legítimas, com envio de força de repreensão, Polícia da ordem pública, Polícia de intervenção rápida, Polícia canina e muitos agentes do SISE vestidos à civil mas armados no seio da população.
A população não recuou e continuou a sua reivindicação. O comandante da unidade de intervenção rápida tentou, sem sucesso, intimidar a população, os membros da Assembleia Municipal do MDM e outros. Deu autorização para que os cães da polícia atacassem a população, mas os polícias que se encontravam nem sequer conseguiam segurar a trela que prendia os cães. Os cães eram mais fortes que os polícias que os orientavam.
A Polícia armada de forma desproporcional, não desistia das tentativas de segurar o ímpeto da população, manipulavam as armas como que a dar prenúncio de que iriam disparar. Mas a população não se deixava intimidar e continuava exigindo os seus direitos.
Segundo a população não se compreende as decisões do Conselho Municipal, porque tiveram informação, confessada por técnicos seniores da Maputo Sul de que esta empresa entregou ao Conselho Municipal, para indemnizar os vendedores, pouco mais de 16 milhões de meticais.
As 140 branquinhas montadas na malanga consumiram os 16 milhões de meticais? Responda caro Dr David Simango. Responda com honestidade, uma vez que diz ter "medo" dos teus netos te chamarem "ladrão". Responda se tiver coragem.
Caro Presidente! Como não te chamarem de ladrão quando a Maputo Sul entregou a todos os vendedores senhas que serviriam de garantia para o pagamento das compensações, mas o Senhor, inexplicavelmente, cancelou a promessa dos pagamentos e apenas diz que todos os mais de 600 vendedores devem ocupar 140 banquinhas? Como assim? O Senhor que foi professor não conhece a lei da física diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço no mesmo instante e sob as mesmas circunstâncias?
Esse coração que não tem mínima sensibilidade para a miséria que vão cair mais de 500 famílias só pode ser do diabo.
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General Mangane Mangane
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