quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O TRAÇADO DAS FRONTEIRAS MOÇAMBICANAS

O TRAÇADO DAS FRONTEIRAS MOÇAMBICANAS
Perguntas de partida: Por que motivo o mapa de Moçambique se apresenta da forma como o conhecemos hoje? Por que o Malawi penetrou rumo ao Zambeze, e Tete se dirigiu a Zâmbia enquanto o Zimbabwe aperta Manica? Não seria mais fácil fazer traçados rectos? Nos próximos posts falarei do traçado das fronteiras de Moçambique com Tanzânia, Suazilândia e África do Sul, Zimbabwe, Maurícias, Zâmbia e Malawi.
Apresentação geral da ocupação
A partilha de África não começou e não terminou na Conferência de Berlim (1884), que definiu as condições de ocupação efectiva. Com pequenas excepções, a Europa e o Mundo aceitaram o facto a África ser propriedade de uma outra potência europeia: A Inglaterra, a França, a Alemanha, a Itália, Portugal, Espanha e Bélgica. No entanto, uma grande parte desta partilha foi efectuada na Europa, nas reuniões de Berlim, Paris ou Londres e noutras capitais onde os estadistas europeus definiram fronteiras entre as zonas rivais de influência dos seus países, que eram assinalados em mapas de pequena escala e nem sempre muito precisos. Quando se concluíram esses acordos na Europa muito pouco se tinha realmente feito no próprio continente africano.
Frequentemente, um único enviado de um governo ou de uma companhia competia com os seus rivais em África para obter uma assinatura de um dirigente africano, num acordo que podia ser usado na Europa para argumentar que os territórios que outros pretendiam governar tinham sido colocados sob protecção desse governo ou dessa companhia. Mas resta saber se o dirigente africano interpretava o acordo nesse sentido, se nesse caso, compreendia todas as suas implicações presentes e futuras, ou se o seu povo aceitava o seu direito de agir nesse sentido ou ainda se todo o povo do território que ele reclamava como seu reconhecia efectivamente a sua autoridade.
Muitos desses chefes africanos eram enganados com panos de algodão, objectos de adorno e aguardente, para assinarem a papelada. Quando quando a partilha foi concluída na Europa, houve necessidade de determinar onde se encontravam realmente no terreno os limites das colónias de África e estabelecer a ocupação efectiva das terras contidas dentro deles. As primeiras dessas medidas não podem ser caracterizadas antes de dez ou vinte anos ou mesmo mais anos depois de os primeiros acertos de partilha terem sido assinados na Europa. A instalação de administrações efectivas que controlassem todo o território e os povos que viviam dentro das fronteiras foi uma questão demorada, que raramente ficou concluída antes de 1914. Na verdade, não constituía de modo algum tarefa fácil porque as áreas envolvidas eram vastíssimas. A França, a Inglaterra e Portugal, reivindicavam impérios que possuíam uma área vinte vezes maior que a Metrópole.
As fronteiras coloniais foram decididas por negociadores que pouca consideração tinham pelas condições locais. Atravessavam pelo menos 177 áreas culturais dividindo unidades étnicas, económicas e sociais preexistentes e distorcendo o desenvolvimento de regiões inteiras. As fronteiras de Moçambique vieram a ser reguladas pelo tratado de 11 de Junho de 1891. A partir dessa altura, passou a ter as actuais fronteiras. Segundo a papelada, o país partilhava a fronteira de cerca de 4212 km (2795 milhas) com seis países vizinhos. Newitt, no A History of Mozambique (1995:352) refere que “o esboço contorcido de Moçambique moderno, fechado com os territórios anteriores de África Central Britânica, não representa nenhuma consequência racional das necessidades de um Estado Moderno, mas imortaliza momento do dia 11 de Janeiro de 1890, quando a música parou os missionários, aventureiros, cônsules, investigadores de concessão, enquanto os caçadores e o população inteira estavam congelados”. Depois do referido tratado, Moçambique passou a incluir os antigos territórios das cidades do litoral, e zonas do interior que estavam sob sua influência, no século XVI.

Baissa Changula, Jorge Pereira Gimo Tivane, Luiz Gaby e 35 outras pessoas gostam disto.
Comentários
David Ferreira Duf
David Ferreira Duf A conferência de Berlim não decorreu entre finais de 1884 e inícios de 1885?
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Obrigado, foi 15 de novembro de 1884 e 26 de fevereiro de 1885
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David Ferreira Duf
David Ferreira Duf Obrigado eu pela aula cima dada...
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Benjamim Muaprato
Benjamim Muaprato Me desculpa entrar em "contramao" caro Eusebio Gwembe. No seu comentario no blog de JJC, disse, dentre outras coisas, que a Frelimo nao foi a única forca que pegou em armas... e eu sendo catecúmeno na Historia Universal no Geral e a de Mocambique em particuar, agradecia o favor que me esclarecesse essa minha dúvida por si provocada. Aquele abraco.
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Benjamim, até 1974 existia o Exército Revolucionário Popular de Moçambique (EREPOMO), que ficou mais mediatizado pelo rapto e posterior assassinato de funcionários da GPZ em 1971. Era a força do Coremo, cujo primeiro grupo foi enviado para os Montes Kazembe (Zumbo), em 23 de Novembro de 1965, após um período de ataques de guerrilha, como a ocorrida a 11 do mesmo mes. Era seu comandante, Julius Dzonzi e compunha-se de 16 elementos armado entre eles, Mazunzo M. Bobo (morto em 29 de Fevereiro de 1968), Fanuel Mahluza, Jemeson Michael, Mariano Mponda, Abu Rajabu, Joseph Nyankombe, Gabriel Machava, José Tambala (morto em 5 de Maio de 1967), Costa Dyomba, José bande, Lucas Mtumbo morto em 5 de Maio de 1967, Kamulani Phiri, Alfredo Sakala, Chikonga Kavai. Este grupo cresceu e libertou grandes partes da província de Tete, até junto de Cahora Bassa. A Frelimo começou a lutar com o COREMO na busca do protagonismo nesta província e alguns de seus membros como Machava (apontado como substituto de Gumane que já estava velho), foram mortos nos recontros emboscadas da Frelimo. Mas o Coremo não foi a única força com expressão. A MANU também o fez e houve uma força militar que invadiu o Posto de Chare (Mutarara?) em 29 de Março de 1964, tendo desarmado os militares que lá se encontravam a guarnecer a administração.
3 · 23 h
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Benjamim Muaprato
Benjamim Muaprato Muito obrigado! No momento em que se desenrolavam as conversações de Lusaka, um grupo auto-denominado “Moçambique Livre”, em oposição ao acordo, ocupou em Lourenço Marques, ao fim da tarde do dia 07 de Setembro, a estação da Rádio Clube de Moçambique, situação que durou alguns dias. Nomes como Urias Simango, Mateus Gwenjere e Joana Simeão, estavam envolvidos nesse movimento,mas que veio a ser desmantelado definitivamente a 10 de Setembro de 1974. OS NOMES ACIMA EXPOSTOS FAZIAM PARTE TAMBEM DA COREMO? Desculpa se estiver a incomodar, mas sinto que como mocambicano tenho o direito de conhecer a verdade da historia do meu pais, mas fontes fidedignas sao raras, nao fosse pessoas de boa vontade como o Senhor nos ajudar.
2 · 23 h · Editado
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Germano Milagre
Germano Milagre Isso é um dos maiores mitos ... nenhum dos três nomes mencionados se reviu naquele movimento que tinha por base aqueles que acreditavam que poderiam criar um regime tipo Rodesia aqui em Moz ... e mesmo entre os brancos na época tiveram algum apoio inicial q rapidamente esmoreceu quando perceberam que era totalmente inviável... nessa época o meu pai foi recebido por Almeida Santos ( ministro de assuntos interterritorias no governo desses acontecimentos ) ambos foram da opinião que era loucura ... Almeida Santos reconheceu que não era viável qualquer alternativa q não fosse com acordo da frelimo e a frelimo foi bem clara ... ninguém mais tem direito de governar Moçambique... e assim aconteceu ... Urias Simango e especialmente Joana Simeão eram favoráveis a um sistema democrático do estilo da Suecia e países nórdicos e com o aparecimento da Renamo foram mortos pelo medo q a Frelimo tinha q se fossem soltos ou fugissem parassem como líderes da Renamo.
1 · 16 h
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Germano Milagre acusar a Renamo como sendo a causa que precipitou a execução daqueles náo me parece lógico nem pode encontrar sustentaáo material. O que era a Renamo em 1977?
2 · 16 h
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Germano Milagre
Germano Milagre Benjamim Muaprato esse movimento apareceu dias antes da assinatura do acordo de lusaka e extinguiu-se de seguida com a fuga dos seus líderes aobretudo p a vizinha Africa do Sul ... a independência nunca poderia ser na base de exclusão da maioria ... infelizmente excluiu uma minoria de Moçambicanos e impôs uma ditadura marxista que os líderes da Frelimo na altura achavam que era o melhor caminho. Portugal errou desde o inicio em todo o processo. Nunca deveriam ter deixado as coisas irem para a luta armada, mas com Salazar e o fascismo Portugal atrasou-se, o próprio povo português na metrópole vivia debaixo de uma ditadura fascista feroz. Se Salazar tivesse tido visão nos anos 30 teria começado a tomar medidas que teriam elevado primeiramente o nivel educacional para preparar o povo ( nessa altura Salazar apoiava Hitler embora de maneira discreta por causa da aliança c a Inglaterra ) e depois teria posto um plano preparatório para as independências de uma forma totalmente aceite por todos sem excepção... Macau foi facilimo pois era um regime democratico a negociar c uma China que apesar dos pesares soube fazer muitíssimo bem a anexação de Macau ( e até de Hong Kong ) e está a demonstrar saber como lidar com a Formosa. O pecado original foi do fascista Salazar que acreditava numa política errada.
1 · 15 h
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Germano Milagre o Coremo é diferente do movimento FICO. Estamos a falar de partidos que pegaram em armas para lutar contra o Regime Colonial Português. O Coremo veio de muito longe
1 · 15 h
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Germano Milagre
Germano Milagre Eusébio A. P. Gwembe precisamente porque não tinha líderes Moçambicanos conhecidos ou carismáticos era visto como um perigo em 78 ou 79 qd foram assassinados de darem força de liderança e carisma a um movimento q estava possibilitado pelo CIO rodesiano depressa encontrou gente muito dissatisfeita com a liderança de Maputo como já eram vistos os membros do Comitê Central etc. imagina que os soltassem e eles no estrangeiro se tivessem coligado a Renamo ( embora isto quanto a mim não fosse assim tão liquido porque Joana Simeão até ao fim defendeu que não era necessário guerra para conquistar a independência ou para obrigar a um sistema democrático... duvido que ela tivesse alinhado com a Renamo ... mas iria concerteza fazer campanha nos países ocidentais para forçar uma mudança de regime em Moçambique... estou a extrapolar mas acredito por tudo o q ouvi na época em comicios da Joana Simeão e depois do que li sobre ela. Num comício em Lourenço Marques em Agosto de 1974 ela disse ( nunca me esqueci disso ) a Frelimo pode ganhar até folgadamente mas terá que ser pelo voto e nenhuma outra maneira terá a legitimação do povo. Anos mais tarde a sua posição fazia muito mais sentido e era muito mais óbvia do que em 1974 também compreendo isso.
1 · 15 h
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Germano Milagre
Germano Milagre Eusébio A. P. Gwembe concerteza ... como é que o Coremo iria embandeirar junto uns poucos colonos ( ou supremacistas ) que eram contra tudo o q esses 3 sempre acreditaram como ponto 1 que era Moçambique para os Moçambicanos ? Joana Simeão nada tinha de racista por isso advogava a continuação dos brancos que aqui viviam e aceitassem a independência. Achava também que Moçambique precisava de quadros durante ainda uns bons anos enquanto a ala comunista defendia que havia urgência de substituir esses quadros coloniais com quadros dos países de leste (do bloco soviético sobretudo ). Esta foi a realidade ... certo ou errado ( penso eu ) nào seria concebível naquela época esses 3 se alinharem com a loucura do 7 de Setembro... até pk se sabiaq a Frelimo tinha estruturas em LM e estavam prontas a agir como o fizeram ...
1 · 15 h
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Germano Milagre Na altura dos acontecimentos de Setembro a Joana Simiáo já náo fazia parte do Coremo. Porém, os acordos de Lusaka foram a consequência directa do apoio do regime de Kenneth Kaunda ao Coremo que seria uma ameaça a supremacia da Frelimo enquanto organização armada e cujos membros (alguns deles) tinham ocupado cargos de chefia no CC da Frelimo.
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Germano Milagre
Germano Milagre Eusébio A. P. Gwembe o Fico foi mais uma resposta de brancos ( e outros anti-comunistas sobretudo ) á maioria de brancos q nunca se sentiram Moçambicanos por mais que gostassem desta terra mas se sentiam portugueses e preferiam regressar á metrópole e que nunca foram compreendidos pelos brancos que aqui já estavam há gerações e que sempre acharam que poderiam optar por ficar tanto como Portugueses ou Moçambicanos depois da independência. Esses do FICO eram apologistas de um sistema também eleitoral ... vi algumas semelhanças entre esses e os membros do National Party na Africa do Sul depois da Codesa ... so q os sul-africanos eram milhões e os do FICO nem 10 mil teriam ...
2 · 15 h
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Germano Milagre
Germano Milagre Eusébio A. P. Gwembe sinceramente na minha opinião se a Frelimo tem optado pelo caminho de adotar uma democracia do estilo ocidental teria ganho com uma maioria na região dos 80% se organizada ainda antes das eleições... se tivessem sido dentro do 1o ano após a independência provavelmente essa maioria seria ainda maior ... e teriam esvaziado por bons anos ( tal como o ANC fez ) o espaço para oposição ... teria sido muitissimo melhor para Moçambique pois seria incluso e muito mais integrada a todos os países e não só aos do bloco soviético ( especialmente após 77 ), teria sido uma sociedade aberta etc ... como eu cheguei acreditar que JC queria fazer após 1994 ... quando olho a tudo o que se passou a minha perspectiva é que já por 2 vezes a Frelimo perdeu a oportunidade de criar uma sociedade com valores realmente Republicanos e Democratas, com natural alternãncia drmocrática ( muito no estilo do Botswana ). Na 1a falhou por ideologias/politicas que a humanidade no seu geral acabou vendo como falhadas. Na 2a por ganância, para que alguns se tornem muito ricos mesmo que para isso condenem a vasta maioria a abjecta pobreza ...
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Germano Milagre
Germano Milagre Desculpem me mas de vez em quando perco a noção do assunto e estico-me kkkkkkkkk
2 · 15 h
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Germano Milagre nada, é bom assim. Assim fica mais rico o debate
2 · 15 h
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Germano Milagre
Germano Milagre Benjamim Muaprato so mais um aparte FICO e o Moçambique Livre não eram a mesma coisa ... havia uma percentagem de pessoas que aderiram ao FICO e ao Moçambique Livre. Mas também houve os q eram do FICO e não alinharam com o Moçambique Livre ...
2 · 15 h
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Germano Milagre
Germano Milagre Eusébio A. P. Gwembe mas agora parece mais uma narrativa do q me lembro e algumas apreciações minhas kkkkkkk ... ha muita gente q qd se eu escrever mais do q 5 linhas num comentário me condenam á chatice 😉
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe No fundo no fundo, o Moçambique Livre e o Fico coincidiam numa coisa: a independência de Moçambique. Os métodos métodos é que divergiam. Náo sei se depois de uma guerra fazia sentido haver eleições. Acho que não. Mas o erro foi o da exclusão daqueles que quer queiramos quer não também tinham lutado contra o sistema. Há países que fizeram isso no final das suas revoluções e se deram bem, Germano Milagre
1 · 15 h
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Germano Milagre
Germano Milagre Eusébio A. P. Gwembe exacto ... à exclusão e as opções políticas marxistas que deixaram a economia de rastos ... eu até acho que muito do sucesso da renamo tanto na sua aceitação em grande parte do território pelas populações ( apesar de fortes e continuas campanhas de informação e desinformação durante os 16 anos ) como pela área de influência se deveu a essas opções desastrosas ... a partir de 84 o regime estava em modo de sobrevivência nas cidades ... agora não é por razões ideológicas mas o resultado para o povo pode ser ainda mais desastroso ...
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Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Germano Milagre e Eusébio Eusébio A. P. Gwembe, Simango, Joana Simeão e alguns outros estiveram no Rádio Clube, aquando da ocupação dos colonos recalcitrantes.
2 · 13 h
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Lyndo A. Mondlane
Lyndo A. Mondlane Participando?!!!!!
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Elton Bila
Elton Bila Interessante
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Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Sim,Lyndo A. Mondlane, participando!
1 · 1 h
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Mondlane Calane Dzovo Kito
Mondlane Calane Dzovo Kito História de nosso moz
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Lis Swizalio
Lis Swizalio isso ja foi estudado. principalmente por De Brito (1965), no tratado sobre as fronteiras de Moçambique. o Mesmo contém dados do dossier das fronteiras, por Barbosa de Bocage, entao ministro dos negocios estrangeiros de Portugal. o horizonte temporal vai desde a primeira metade do sec. XIX a 1891 ano em q se finaliza a negociação fronteiriça com a Alemanha.
cc/ Yussuf Adam
1 · 16 h
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Germano Milagre
Germano Milagre Gazankulo nos cunhados devia pertencer a Moçambique ... fronteiras europeias em Africa ...
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Os recursos naturais jogaram o seu papel nos cunhados
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Benjamim Muaprato
Benjamim Muaprato Muito obrigado aos ilustres Eusebio Gwendw, Germano Milagre e Gabriel Mutisse. Como diz o ditado popular: "de grão em grão, a galinha vai enchendo o papo"
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Rosa Maria
Rosa Maria A historia esta' saindo aos poucis e os nossos estudantes podem muito bem aproveitar este mapa este escrito e guards- la porque e' muito importante o que esta' escrito Estes brancos nos enganaram sempre ja' longa data. A Africa devia acordar e mostrar estes todos que ja' nao nos podem dominar mais como nawueles tempos que eramos enganados com ninharia de coisas sem vslores. Vamos pefir ao Senhor para que a Africa acorde....nao pode m vir enganar nos mais ....ela tem que ser unida....deve obrigar que lhe seja respeitada....
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Joao Cabrita
Joao Cabrita Pretende-se aqui justificar a prisão de Simeão, Simango pelo facto de terem usado o Rádio Clube de Moçambique como plataforma para exigir direitos universalmente consagrados que a Frelimo e o governo colonial continuaram a negar, embora se afirmassem pela democracia.

Pecado de Simeão, Simango e outros; perdão para os que logo a seguir utilizaram aviões da Força Aérea colonial no transporte para Nachingwea de políticos da oposição presos em colaboração com a tropa portuguesa, e aí submetidos a uma caricatura de julgamento e condenados a uma pena não prevista em nenhuma lei.

Prender nacionalistas antes do 25 de Abril era mau, depois passou a ser bom: equação da propaganda de dumba nengue
1 · 4 h · Editado
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Talvez pelas consequências do acto em si, Joao Cabrita.
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Joao Cabrita
Joao Cabrita Eusébio A. P. Gwembe, qual acto ? e que consequências ?
1 · 4 h
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Joao Cabrita o vandalismo e sinais de ingovernabilidade que se seguiram ao acto da revolta. Entendo que a base de tudo era a recusa da entrega do poder exclusivo à Frelimo.
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Joao Cabrita
Joao Cabrita Entendeu mal, Eusébio A. P. Gwembe A. P. Gwembe. Antes do assalto aos estúdios do Rádio Clube de Moçambique, a Frente de Libertação de Moçambique e o Estado português haviam assinado um acordo, considerado de secreto pela Frelimo, e que dizia no seu Art. 10 que «O Estado Português e a Frente de Libertação de Moçambique cooperarão na detecção e neutralização de todos os agentes reaccionários e subversivos e nomeadamente os ex-agentes da PIDE- DGS.». Isto para dizer que a decisão de se destruir a oposição em Moçambique em preparação do caminho para uma nova ditadura, foi tomada antes do 'pecado' dos ditos reaccionários.

P.S. Um antigo Ministro está a pretender negar a história da própria formação política a que pertence, cujo discurso diz claramente que a presença dos 'pecadores' nos estúdios do RCM foi uma traição e justificativo para serem submetidos a 'recuperação ideológica' numa antiga base do exército colonial no Niassa. Isso fica-lhe mal, Sr. Ex-Ministro!
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Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse A pergunta feita aqui foi: esses indivíduos estiveram presentes no Rádio Clube, quando este foi assaltado pelos ultra-colonialista. Eu respondi: sim, estiveram presentes.

Foi daí que o senhor Joao Cabrita me acusou, como sempre faz, de justificar crimes. Onde, na minha resposta, justifique alguma coisa? Emiti, neste post, algum juízo de valor sobre isso?

É evidente que eu tenho uma posição sobre isso. Mas não a expressei. Cabrita sabe qual é? Como advinhou?
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Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Para além de que ninguém justificou nada, Eusébio Gwembe. Alguém perguntou se tinham ou não estado no Rádio Clube. Como essa pergunta não tinha, explicitamente, sido respondida, eu fi-lo. Simples facto. Estiveram lá! Não houve, de minha parte, nenhum juízo de valores.
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Elton Bila
Elton Bila Interessante
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José de Matos
José de Matos Nao percebo qual a relaçao entre a presença no Radio Clube e barbaridade que a Frelimo fez a nacionalistas moçambicanos!
Essas tentativas de branquearem os crimes sao inaceitaveis!

" Nao vamos esquecer o tempo que passou"
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Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Conheci José de Matos nos blogues. Lá a foto de perfil, era a de um indivíduo trajado de uniforme do exército colonial. Ou algo parecido. Dizia viver na África do Sul. E dizia que não pisaria, jamais, Moçambique enquanto a FRELIMO estivesse no poder. Mais tarde, começou a dizer que já vinha, com frequência.

Já agora, como foi parar na África do Sul? Teria sido parte do grupo que assaltou o Rádio Clube?

Por fim, quem branqueou história aqui? É um facto, ou não, que Simango, Joana e outros, participaram nessa saloiada que custou a vida de dezenas de Moçambicanos e portugueses?
1 · 54 min
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José de Matos
José de Matos MENTIRAS MALICIOSAS QUE REVELAM BEM O CARCTER DA PESSOA QUE INVENTA ESSES DISPARATES!
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Lyndo A. Mondlane
Lyndo A. Mondlane Isso nao sabía
.ou seja isso nao se conta...isso se omite, se oculta...
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Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Estiveram lá, Lyndo A. Mondlane. Isso ninguém pode desmentir
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José de Matos
José de Matos Gabriel, esse é um chorrilho de disparates e mentiras maliciosas que lhe fica muito mal e que revela o seu caracter! Nao tenho foto com uniforme do exercito colonial e muito menos usei foto de perfil! Na altura do assalto ao radio Clibe eu estava em Tete e fui um dos que defendeu o Radio Clube local de qualquer possivel tentativa de assalto! Essa de que nao pisaria Moçambique é uma mentira descarada, sempre visitei Maputo, onde tenho familia, os meus pais morreram la, inclusivamente casei-me em Maputo, minha esposa e filho viveram la durante algum tempo, etc. etc! O que afirmei é que nao residria permanentemente em Moçambique enquanto a Frelimo que cometia desmandos, abusos dos direitos humanos, fuzilamemtos publicos, fraudes eleitorais,perseguiçao a quem pensa diferente, etc., etc., estivesse no Poder a cometer impunemente esses actos!

Gabriel, o que tem a ver a minha vida com o tema ? E o que tem a ver os nacionalistas criminosamente assasinados pela Frelimo com a presença deles naquele momento conturbado no Radio Clube ?
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Baissa Changula
Baissa Changula !!!
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Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse O que tem a ver a minha resposta com branqueamento da história?
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José de Matos
José de Matos Gabriel, eu nao perco tempo com pessoas que espalham mentiras maliciosas! Prove aqui o que afirmou, e o meu blog ainda esta activo, ou retrate-se da baixaria que tentou aqui!
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Fidalgo Salomao Madeirao Mauai
Fidalgo Salomao Madeirao Mauai Aprendendo
1 · 30 min
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Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Poste aqui a foto de perfil que andava lá há uns 10 anos. Era de um soldado uniformizado, sim
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José de Matos
José de Matos MENTira maliciosa!
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Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Poste a foto, José de Matos.
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José de Matos
José de Matos nao tenho nenhuma foto dessas e o meu blog continua activo, POSSO TRAZER AQUI TESTEMUNHAs para atestarem a sua mentira sem escrupulos!
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Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Poste a foto que andava no teu perfil. Custa isso?
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José de Matos
José de Matos Gabriel Muthisse , Nao tenho dessas fotos e muito menos usei qualquer dessas fotos no meu perfil! Gabriel, mostra-me essa foto e eu reconhecerei que sou mentiroso! enquanto nao o fizeres, mostras que és uma peassoa sem escrupulos que espalha mentiras maliciosas! Nao confies tanto na impunidade, poder chegar o dia em que eu te processo potrdifama çao!
O meu blog esta activo e posso chamar varias pessoas que me conhecem e ao blog para desmascararem a tua vil mentira!
Traçado das Fronteiras Moçambicanas
Do Mapa cor-de-rosa ao Ultimato Britânico
Antes de pormenorizar o traçado da fronteira moçambicana com a Tanzânia torna-se útil um conhecimento superficial do que foi o Ultimato Britânico que esteve na base da definição das fronteiras actuais, excepto Quıonga, recuperada das forças alemãs em Abril de 1916. Durante a Conferência de Berlim (1884/5), Portugal apresentou aos chefes de Estado europeus um mapa, elaborado pela Sociedade de Geografia de Lisboa, representativo da pretensão de Lisboa a exercer soberania sobre os territórios entre Angola e Moçambique. Esta Conferência foi um ponto de viragem diplomática. Segundo o seu Acto Geral de 26/2/1885, o princípio da legitimidade histórica (que havia presidido à resolução dos diferendos anglo-portugueses até 1875) foi substituído por um princípio de ocupação efectiva. O princípio anterior beneficiava a Portugal que, nas palavras de Almada, tinha “o direito que nasce de havermos sido os primeiros que ali penetramos, os primeiros que ali exercemos o domínio e praticamos o comércio”. Todos os Estados envolvidos na Conferência aceitaram a solicitação portuguesa, visto que não tinham nenhuma pretensão em explorar essa área, com uma excepção: a Inglaterra. Os ingleses tinham um projecto, idealizado por Cecil Rhodes cujo nome foi atribuído as duas Rodesias (do Norte-Zâmbia e do Sul-Zimbabwe), de construir uma estrada de ferro que ligasse o Cairo (Egipto) ao Cape Town, (África do Sul), e o domínio português nessa área reivindicada impedia os ingleses de terminar seu projecto.
Segundo o princípio de ocupação efectiva, Portugal iria ser o mais prejudicado tendo em consideração o seu vasto historial de exploração e descobertas. A diplomacia portugueses ja suspeitava de todo o jogo diplomático das principais potencias antes da abertura da referida Conferência. Para prevenir-se das investidas estrangeiras adoptou a política de valorização das potencialidades de África. Para o efeito, em 1875 foi fundada a Sociedade de Geografia de Lisboa e a partir de 1877, iniciaram as expedições de Serpa Pinto, Hermenegildo Capello e Roberto Ivens, seguidos da de Henrique de Carvalho (1884) e de Augusto Cardoso (1884-5). Ao nível político-diplomático, a ameaça representada pela Inglaterra levou Portugal a uma aproximação delicada visando a conclusão do Tratado de Lourenço Marques (Maputo) de 30/5/1879. Este tratado foi objecto das críticas acirradas da França, da Alemanha e da imprensa inglesa. O resultado foi o abandono do Tratado pela Inglaterra colocando a posição portuguesa em apuros e justificando a atenção do Chanceler Bismarck para a convocação de uma Conferência Internacional Colonial para a redefinição das regras do jogo.
1) liberdade comercial absoluta na bacia do Congo;
2) liberdade de navegação no rio Níger;
3) atribuição da margem esquerda do Congo e respectivo hinterland ao Rei Leopoldo II da Bélgica;
4) liberdade das missões e cultos na região;
5) consagração internacional do princípio da ocupação efectiva.
Portugal se vendo na contingência de definir os limites dos seus territórios coloniais apoiou-se na sua elite intelectual para defender uma África Meridional Portuguesa (de Cabinda a Lourenço Marques,), cujo eco estava no Mapa Côr-de-rosa da Sociedade de Geografia (1881). A convicção dos defensores do Império Português em África: Paiva Andrade, Vítor Cordon, António Maria Cardoso e Serpa Pinto chocava com outra, bem mais pragmática; a do Império Inglês em África, sintetizada na conhecida expressão “do Cabo ao Cairo”, e fortemente instigada pelo fundador da British South Africa Company, Cecil J. Rhodes, com o beneplácito da Coroa e do governo britânicos.
Portugal queria retardar as discussões porque “Este direito é preciso mantê-lo pelo trabalho produtivo e pela influência civilizadora nas tribus selvagens que vagueiam por aquêles territórios” mas, em Outubro de 1889, a rainha Vitória concedeu, por carta régia, personalidade jurídica e poderes majestáticos à British South África Company. Reconhecido o seu sistema, Cecil Rhodes pressionou o Governo Britânico para que impusesse uma resposta ao Governo Português, o que acabou por acontecer em Dezembro. A partir de então, cresceu a rapidez na troca das notas diplomáticas e, com ela, a violência da linguagem. No teatro africano, entretanto, as operações evoluíam. No vale do Chire, Serpa Pinto (bem perto dai onde o Malawı construiu o seu porto e espera pela resposta de Moçambique sobre a navegabilidade do Zambeze) encontrou hasteada a bandeira inglesa e os Macololos (carregadores de Lıvıngston) revoltados contra Portugal. As movimentações militares continuaram e, quando João de Azevedo Coutinho conquistou a região e submeteu os chefes africanos à soberania portuguesa, o Governo Inglês considerou esta acção casus belli.
Em 1887 acusa do cometimento de irregularidades dizendo-se que Serpa Pinto teria atacado a tribo dos Macololos, sob “suposta” protecção britânica, e ainda afirmando-se que forças portuguesas estariam a desrespeitar estabelecimentos ingleses no Nyassa e no Chire. Em 9 de Maio de 1888, “é comunicado pelo Colonial Office ao Foreign Office, o tratado celebrado com Lobengula, rei dos Matabeles, em nome de Inglaterra, e em 24 desse mesmo mês Lord Salisbury declara o protectorado da Inglaterra sobre os territórios de Khama e Matabeles, apesar dos protestos portugueses. A Inglaterra rejeitou qualquer solução negociada ou arbitragem, concentrou as forças navais em pontos estratégicos da costa africana e a 11 de Janeiro de 1890 enviou a Portugal um memorando que pôs fim aos incidentes. Era o Ultimatum:
«O Governo de Sua Majestade Britânica não pode dar como satisfatórias ou suficientes as seguranças dadas pelo Governo Português[...] O que o Governo de Sua Majestade deseja e em que mais insiste é no seguinte: que se enviem ao governador de Moçambique instruções telegráficas imediatas para que todas e quaisquer forças militares portuguesas no Chire e no país dos Macololos e Machonas se retirem. O Governo de Sua Majestade entende que, sem isto, todas as seguranças dadas pelo Governo Português são ilusórias. Mr. Petre ver-se-á obrigado, à vista das suas instruções, a deixar imediatamente Lisboa com todos os membros da sua legação se uma resposta satisfatória à precedente intimação não for por ele recebida esta tarde; e o navio de Sua Majestade Enchentress está em Vigo esperando as suas ordens.»[1]
Perante o Ultimato, na própria noite de 11 de Janeiro reuniu-se o Conselho de Estado, sob a presidência do rei D. Carlos. O comunicado final, tornado público pelo ainda ministro Barros Gomes, afirmava que «O Governo vai expedir para o Governo-Geral de Moçambique as ordens exigidas pela Grã-Bretanha»[2] O Ultimatum foi objecto de múltiplas e diferentes abordagens, entre conferências, brochuras e folhetos anti-ingleses, inflamados pelo patriotismo ofendido[3]. Pressionados e isolados, já que os outros Estados europeus não os apoiavam mais, os portugueses acabaram por se retirar das áreas. Assim, em 1891 os ingleses enviaram um mapa a Portugal que definia quais seriam os limites entre seus territórios, e que corresponde ao atual desenho do território moçambicano. Essa delimitação foi oficializada por um tratado luso-britânico datado do mesmo ano. Perdido o direito histórico sobre as terras para onde fora com a Cruz, com a Espada e com o Comércio, um explorador português desabafava que “o nosso fracasso diminuiu por circunstâncias que não são para apreciar neste momento.[4]”
Até ao Tratado de 20 de Agosto de 1890, a atitude diplomática Britânica era dura e intransigente, visava de forma clara a capitulação portuguesa. A nota de 11 de Janeiro, confirmada com a do dia 28 do mesmo mês e corroborada com a do dia 21 de Março negava a Portugal o direito de recurso à mediação ou arbitragem[5] da Alemanha[6]. O Tratado de 20 de Agosto tinha sido escondido a opinião pública e
1) Reconhecia a soberania britânica sobre toda a região do Chire até ao Zambeze para ter em troca o reconhecimento da soberania portuguesa no planalto de Manica e a sul da baía de Lourenço Marques e de uma extensa parte de Angola;
2) Autorizava Portugal construir estradas e caminho-de-ferro e instalar linhas telegráficas nos territórios ao norte do Zambeze reservados à influência britânica, contra igual direito concedido à Inglaterra;
3) Liberdade de navegação no Zambeze e no Chire e liberdade de trânsito de mercadorias entre a zona de influência britânica e o porto da Beira;
4) Obrigação de Portugal não alienar os territórios que lhe eram reconhecidos pelo Tratado sem o prévio consentimento do governo britânico;
5) Reconhecimento em todos os territórios africanos de Portugal e da Grã- Bretanha do livre exercício de culto e ensino religioso;
6) Consagração de disposição que remete controvérsias para arbitragem.
Contudo, o Tratado de 20 de Agosto esteve sob pressão da opinião pública e das oposições políticas, pelo que o Parlamento Português não o ratificou[7]. Como referıa o Times à época: “O tratado [...] converte em realidade as aspirações da Grã-Bretanha por dilatadas regiões, sem fazer sacrifício algum. A Inglaterra limitou-se a reconhecer o direito de Portugal sôbre aquelas regiões, que ela não tinha interesse em anexar[8]. Perante uma crescente agitação interna em Portugal que punha em risco o regime, por um lado, e pela mudança de interlocutores, a Inglaterra suavizou a sua postura tornando-se mais transigente e dialogante, e esta nova atitude expressa-se logo na aceitação do Modus Vivendi de 14 de Novembro e, depois, na disposição para negociar o novo tratado[9] de Junho de 1891, que, longe de ser favorável a Portugal, se revelara mais penoso em algumas das suas cláusulas[10].
Ao contrário do que acontecera em Agosto de 1890, o Tratado de 1891 foi recebido pelo País em plena tranquilidade e ratificado pelo Parlamento. Porém, uma consequência directa do Ultimato foi a queda de Governos até ao fim da monarquia. O Partido Regenerador, pela voz do seu órgão oficial, A Gazeta de Portugal, excitava a opinião pública contra o Governo e incitava a rua a fazer justiça pelas próprias mãos: «Que se faça justiça a essa gente e que não haja demoras nem delongas.» Governos anunciavam a sua demissão, justificando a renúncia por imperativos de ordem patriótica porque, a resistência em relação a uma nação poderosa como a Inglaterra poderia dar lugar à ocupação, como represália, de mais territórios coloniais portugueses e a sua perda irremediável e, isto deixaria a Coroa e os governos seguintes em graves dificuldades.[11] Começou-se a procurar a política de alianças mais favorável a Portugal porque «Se a Inglaterra [...] é a nossa inimiga em África, é preciso encontrar na Europa os inimigos naturais dos Ingleses: ora estes inimigos de raça, de história e de interesses políticos e económicos são a França e a Espanha.»[12]
2 comentários
Comentários
Lucas Henrique Matine
Lucas Henrique Matine O poder do Império Britânico na África Austral contribuíu na má descrição do Mapa de Moçambique. Pois Portugal foi um País colonizador de fraco poder económico e militar em relação à Grã-Bretanha e outras potências.
Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Era negocıo entre as coroas. Queria vender a colónia de Moöambique que era motıvo de humılaç,oes constantes. O pais continuava em estado de choque e a sofrer novas humilhações, a cada encontro diplomático para negociar os limites de sua colónia. Mas será que o destino de Portugal dependia das possessões ultramarinas. Eça de Queirós, publicou um artigo sob nome disfarçado de João Gomes, sobre o ultimato. O nosso Gomes mostrava-se contra as virtudes do colonialismo e adversário do imperialismo e não se conformava com o tratamento vexatorico que Portugal recebia de seu aliado histórico, cujos líderes pareciam comprazer-se em rebaixa-lo. Vender as colónias era dar-lhes razão autodenegrindo-se, dızia ele
Josué Tambara
Josué Tambara Discutiam nossa terra. Que coisa.
Lucas Henrique Matine
Lucas Henrique Matine Até hoje discutem recursos da nossa terra.
Josué Tambara
Josué Tambara Lucas Henrique Matine veja quem negocia sobre a paz. Se tens olho, saiba que entre nós não estamos a lutar mas sim outros lutam entre eles e usam-nos. Caguei a merda
Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe usados e sem o sabermos!
Lucas Henrique Matine
Lucas Henrique Matine Mesmo sabendo o que vai fazendo. Um profeta já profetizou que o Homem amará mais no dinheiro (currupção) do que a Deus. Muitos sofrem e gemem por fome não por que não há o sufiente para se comer mas tudo é desviado. Já entrei em um grande supermercado estava lá muitos produtos fora do prazo mas vejo muitas crianças através da tv a morrerem por desnutrição.
Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Lucas Henrique Matine as vezes as pessoas morrem não por culpa de quem os governa, mas deles proprıos. Salta me a memorıa um senhor que encontrei no meio rural, algures em Sofala. Tinham passado 12 anos que nao nos víamos. A nossa ultima vez em que nos encontramos tınha sıdo em Mandruze (Dondo) numa machamba de arroz com a qual partılhavamos a agua. Naquele tempo, o homem dızıa-se vítima de governantes corruptos, de Sofala. Deu exemplos dele que aparentemente eram convıncentes. Pelo conselho de uma freıra (ırma Delfına, se nao estou em erro), que tambem tınha sua machamba naquele lado, mudou-se para Caıa onde começou a cultıvar mılho. Ja era homem bem sucedıdo, com doıs camıoes, um trator e outras coısas. E tınha 4 fılhos e 2 fılhas com formacao superıor e empregados dos seus 11 fılhos, nascıdos das suas duas esposas. Para dızer que temos que trabalhar e se possıvel pedırmos ajuda de quem nos possa orıentar.

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