Ano XVI
Nº 4847
Segunda-feira
20/06/2016
Editor: Refinaldo Chilengue
FUNDADO EM 10 DE FEVEREIRO DE 1997
Correio
da manhã
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Previsão do tempo
Frase:
Cm
MAPUTO
Segunda-feira
Máxima 33 – Mínima 18
Terça-feira
Máxima 24 – Mínima 18
Quarta-feira
Máxima 22 – Mínima 15
Quinta-feira
Máxima 23 – Mínima 14
Fonte: Canal do tempo
Cont. na pág. 2
Ler mais na pág. 2
Primeiro jornal ilustrado transmitido por FAX, E-mail e entregue por estafeta no endereço desejado (só cidade de Maputo), de 2ª a 6ª-feira.
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Os artigos de opinião inseridos nesta edição são da inteira responsabilidade dos respectivos autores e não reflectem necessariamente o ponto de vista nem a linha editorial deste jornal
“Só tem convicções aquele
que não aprofundou nada”.
‒ EM Cioran (1911-95), escritor e
filósofo francês de origem romena
Entende docente e politólogo
moçambicano João Pereira
Frelimo transformou-se
em mera “máquina eleitoral”
Considerado um dos
grandes produtores de
algodão em Moçambique, o
Vale do Zambeze acaba de
rever em baixa a colheita
para este 2016, em resultado
das cheias e seca que
assolaram o país.
Concretamente, os produtores
do algodão desta região
esperam colher até ao fim da
presente campanha cerca de
7,500 toneladas desta cultura
de rendimento, contra mais
de 10 mil toneladas conseguidas
em 2015, apurou o
Correio da manhã de fonte
segura da OLAM AVZ, concessionária
responsável pela
comercialização do chamado
“ouro branco” no Vale do
Zambeze.
Refira-se que nesta região
o algodão é produzido nos
distritos de Mossurize, Machaze,
Tambará, Vanduzi,
Guro e Báruè, na província
de Manica, e Mágoe, Changara
e Cahora Bassa, em
Tete. Esta cultura movimenta
cerca de 12 mil produtores
do sector familiar numa extensão
de aproximadamente
19 mil hectares na presente
campanha.
O início da colheira e comercialização
do algodão
do Vale do Zambeze arranca
ainda este mês (Junho),
sendo que a OLAM AVZ já
disponibilizou aos produtores
mais de 66 mil sacos
para colheita nos distritos
de Manica e 46,300 em
Tete, envolvendo 29 brigadas
de comercialização.
A OLAM comprometeu-se
a pagar um valor mínimo de
15 meticais por quilograma
do algodão, preço ligeiraEFEITO
DAS CHEIAS E SECA QUE FUSTIGARAM MOÇAMBIQUE NO INÍCIO DESTE 2016
Vale do Zambeze revê
em baixa colheita do algodão
mente acima do aprovado
pelo Conselho de Ministros
para a presente campanha,
fixado em 14,50 meticais/kg.
Chineses compram
menos
Por seu turno, a China
Africa Cotton Company, uma
empresa chinesa fomentadora
do algodão na província
de Sofala, deverá reduzir
o seu volume de compra
deste produto em sete mil
toneladas neste 2016.
A companhia prevê adquirir
somente mil toneladas na
presente campanha algodoeira,
contra oito mil compradas
em 2015, segundo
o Instituto do Algodão de
Moçambique (IAM).
De referir que para a presente
campanha os produtores
do algodão de Sofala
exploraram uma área de
5,639 hectares e esperavam
colher pelo menos seis
mil toneladas desta cultura
de rendimento, porém, devido
à estiagem prolongada e
chuvas tardias apenas germinaram
3,546 hectares.
No geral, projecções,
entretanto, para até finais
deste 2016 apontam para
um crescimento de produ-
ção do algodão em cerca
de 42%, ou seja, o sector
espera atingir um volume
de pouco mais de 70
mil toneladas do produto,
contra 49,174 toneladas
registadas na campanha
anterior.
(E. Arante)
Segunda-feira 20/06/2016 2 Correio da manhã Nº 4847
política
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O
politólogo moçambicano
João Pereira entende
que as crises que Moçambique
atravessa descredibilizam
fortemente a Frelimo,
considerando que o partido
no poder há mais de 40
anos revela-se incapaz de
apresentar soluções para os
problemas do povo moçambicano.
“Estas situações todas
descredibilizaram fortemente
o partido Frelimo”,
disse à Lusa o professor de
Ciência Política na Universidade
Eduardo Mondlane,
à margem de uma manifestação
contra a crise política
e a situação económica do
país, organizada sábado em
Maputo.
Para o académico mo-
çambicano, os valores pelos
quais a Frelimo lutou
pela independência foram
esquecidos e, nos últimos
tempos, o partido liderado
por Filipe Nyusi, também
Chefe de Estado, “passou
de uma organização
política que responde
às necessidades do seu
povo para uma simples
máquina eleitoral”.
Incapaz de responder às
necessidades básicas do
seu povo e sem reformas
políticas que respondam ao
dinamismo dos novos tempos,
observou o politólogo,
a Frelimo arrisca-se a perder
os próximos pleitos eleitorais,
na medida em que a insatisfação
da população cresce
gradualmente.
“Se a crise económica aumentar,
sem dúvida, a probabilidade
de vitória é muito
reduzida para a Frelimo”, afirEntende
docente e politólogo moçambicano João Pereira
Frelimo transformou-se
em mera “máquina eleitoral”
mou o académico, alertando
que os níveis de abstenção
eleitoral no último escrutínio
revelam uma descrença na
política por parte dos moçambicanos.
Céptico quanto aos resultados
das negociações
recentemente restabelecidas
entre o Governo e
a Renamo, João Pereira
entende que o processo
para o fim da crise política
e militar será demasiadamente
longo, observando
que, enquanto as partes
não restabelecerem a confiança,
Afonso Dhlakama
não vai sair do mato para
negociar com o Presidente
da República, Filipe Nyusi.
“Não sei se estas comissões
vão conseguir chegar
a acordos que facilitem a
saída de Afonso Dhlakama”,
afirmou, apontando a exigência
da Renamo de governar as
seis províncias onde reivindica
vitória nas eleições de 2014
e a inserção de quadros do
partido de Afonso Dhlakama
na Polícia e no Exército como
os aspectos que mais vão
criar dissensos no processo
negocial.
“Nós ainda vamos ter
momentos muito difíceis”,
declarou, observando que
nos próximos tempos a situação
se vai deteriorar, apesar
de os líderes das duas
partes terem manifestado
recentemente a ambição de
acabar com a crise política
em Moçambique.
Na quinta-feira, o Presidente
moçambicano disse
que aceitará a presença de
mediadores nas negociações
entre o Governo e a Renamo,
apontando o fim imediato dos
confrontos como uma prioridade.
O líder do principal partido
de oposição moçambicano
disse, na sexta-feira,
que alcançou, por telefone,
consensos com o Chefe do
Estado moçambicano, Filipe
Nyusi, sobre a paz, mas fez
depender o fim dos confrontos
armados de garantias de
segurança.
Moçambique tem conhecido
um agravamento dos
confrontos entre as Forças de
Defesa e Segurança e o braço
armado da Renamo, além de
acusações mútuas de raptos e
assassínios de militantes dos
dois lados.
O principal partido da oposição
recusa-se a aceitar os
resultados das eleições gerais
de 2014, ameaçando governar
em seis províncias onde reivindica
vitória no escrutínio.
(Redacção)
Segunda-feira 20/06/2016 3 Correio da manhã Nº 4847
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RILs caem
Segunda-feira 20/06/2016 4 Correio da manhã Nº 4847
internacional & opinião
Cont. na pág. 5
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Cm
r de: Adelino Buque eflexão (297)
Thangani wa Tiyani *
Acrise económica no Zimbabué
vai de mal a pior. Em
Fevereiro de 2009, o Governo
abandonou o uso do Dólar
zimbabueano na sequência
de hiperinflação e introduziu
o sistema multi-moeda para
minimizar o impacto da derrapagem
económica.
As transacções comerciais
correntes passaram a ser
efectuadas em Dólar norteamericano,
Rande (sul-africano),
Euro e Libra britânica.
Mas os agentes económicos
preferiam usar o Dólar norteamericano.
Cerca de 95 por cento das
transacções comerciais correntes
no Zimbabué são feitas
em Dólar norte-americano.
Escassez do USD
No entanto, de algum tempo
para cá, a deterioração
da situação económica tem
estado a provocar escassez
de liquidez da nota verde nos
bancos comerciais.
Na semana passada, agentes
económicos, incluindo
bancos comerciais, apelaram
para a massificação do uso
do Rande, alegando que o
volume das trocas comerciais
entre o Zimbabué e a África é
muito grande e favorece esta
opção.
Para os agentes económicos,
o escasso USD pode ser
usado para operações internacionais
e electrónicas.
O Governo do idoso Presidente
Robert Mugabe é cauteloso
em defesa da soberania
zimbabueana.
O recurso ao uso das moedas
ocidentais era basicamente
considerada uma estratégia
político-económica de guerra
contra os seus inimigos liderados
pelo Reino Unido, antiga
potência colonial.
Os líderes zimbabueanos
dizem que os ocidentais, revoltados
com a reforma agrária,
usavam a moeda como arma
para destruir a credibilidade
do Governo.
Pedido encerramento de
embaixadas
Entretanto, o Parlamento
zimbabueano apelou ao encerramento
de embaixadas
do Zimbabué no exterior por
causa da crise económica.
O país não tem dinheiro
para pagar rendas e salários
dos seus diplomatas no estrangeiro.
O Presidente da comissão
parlamentar para Relações
Exteriores, Kindness Paradza,
é citado pelo semanário
African Independent como
tendo afirmado nos debates
que edifícios de algumas emNA
ESTEIRA DA CRESCENTE FALTA DE DÓLARES NORTE-AMERICANOS NO ZIMBABUÉ
Agentes económicos
querem Rande nas transacções
baixadas estão em precárias
condições colocando em risco
a vida do pessoal diplomático.
O embaixador do Zimbabué
no Kuwait, Grey Marongwe,
disse à comissão parlamentar
que o seu Governo lhe deve
127 mil dólares norte-americanos
de salários atrasados
de vários meses.
O proprietário do edifício já
deu sinal de que vai despejar
o pessoal da embaixada por
causa de dívidas acumuladas
de sete meses que ascendem
a USD 130 mil.
O Zimbabué tem 43 embaixadas
e cinco consulados em
todo mundo.
* nosso correspondente na
África do Sul
Enquanto escrevia esta reflexão, dois acontecimentos
marcavam a actualidade desportiva do mundo: a
selecção brasileira tinha sido afastada da Copa América
e a selecção de Portugal tinha caído aos pés de um país
estreante e sem expressão no futebol continental, ao
consentir um empate a um golo.
No desporto existem três resultados possíveis, como
é óbvio. No entanto, as expectativas criadas em torno
da estreia de Portugal no Euro/2016 eram tais que se
esperava uma autêntica goleada contra a Islândia!
Toda a comunicação social, ou melhor dizendo,
quase toda a comunicação social portuguesa esteve
virada a reportar a estreia de Portugal.
O Presidente português, Marcelo Rebelo de
Sousa, e o Primeiro-ministro, António Costa, são as
figuras públicas que deram ainda maior visibilidade à
selecção portuguesa, desde o estágio em Portugal ao
lugar de jogo em França.
Da peleja russa/inglesa
ao desaire de Portugal!
Segunda-feira 20/06/2016 5 Correio da manhã Nº 4847
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EFEMÉRIDES
Os portugueses, quer em Portugal quer no estrangeiro,
manifestavam confiança absoluta no sucesso de
Portugal nas entrevistas feitas pelas televisões locais
na estreia, até vaticinavam a Taça do Euro/2016 para
Portugal.
Verdade seja dita: nada indicia que não possam ganhar
essa taça, no entanto, depois da estreia da selecção
portuguesa, recomenda-se prudência na abordagem e nos
excessivos elogios, sejam eles colectivos ou individuais.
Definitivamente, Brasil é que não tem esperança
nenhuma. A selecção foi afastada da Copa América e
o seleccionador do Brasil, Dunga, demitido por maus
resultados e, nas redes sociais, pede-se o “regresso”
de Pelé à selecção para a inversão dos actuais resultados
desportivos.
Sabe-se que o Brasil é uma das selecções favoritas
à conquista de qualquer competição em que participam.
Nela militam estrelas que “cintilam” nos melhores
clubes europeus, e não só. Provavelmente, o seleccionador
Dunga não tenha sabido lidar com a constelação
de estrelas que tinha, e deu no que deu.
Se a Copa América decorre com alguma normalidade
em termos de plateia e do civismo dos adeptos,
o mesmo não se pode dizer do velho continente que,
logo nos primeiros dias, foram reportadas cenas de
vandalismo que recordam os tempos medievais com
lutas corpo a corpo, com uma ligeira diferença: nesses
tempos as batalhas eram travadas no descampado,
enquanto agora, mais concretamente no Euro/2016,
ocorreram nas cidades de Marselha e de Nice. Antes,
eram arbustos e savanas, em Marselha, são prédios,
cafés e restaurantes e as pelejas acontecem depois de
absorverem uma boa dose de copos de cerveja e outras
bebidas disponíveis no local.
Como saldo destas refregas, fala-se de um cidadão
inglês de aproximadamente 50 anos em estado grave,
103 detenções e algumas expulsões de França. Fala-se
igualmente de condenados nas cadeias francesas, alguns
órgãos de comunicação social noticiaram a hipótese de
as selecções da Rússia e da Inglaterra serem excluídas
do Euro, não se sabendo ao certo se se trata de uma
posição oficial ou pura especulação, já que nenhuma
personalidade da UEFA se pronunciou oficialmente, pelo
menos que tenha visto nos ecrãs de televisão. Isto em
Marselha. Em Nice, as coisas parece não terem a mesma
dimensão, pois não mais se falou da confusão.
Os maiores cuidados públicos neste Euro/2016
eram com os ataques do famoso Estado Islâmico ou de
terrorismo nos campos de futebol e, para isso, foram
criados dispositivos que pudessem controlar a situação
a esse nível.
Felizmente, enquanto escrevia a presente reflexão
ainda não se tinha reportado nenhum incidente dessa
natureza, reportou-se, sim, a morte de dois polícias nos
arredores de Paris, reivindicada pelo Estado Islâmico,
mas de longe se pode relacionar com o Euro/2016.
De recordar que as seguranças norte-americana e a
europeia davam como certos atentados de terrorismo
contra alvos na África do Sul, prognóstico que levou as
autoridades sul-africanas a reagirem de forma vigorosa.
Não tardou que nos Estados Unidos da América
acontecesse um atentado de grandes proporções equiparado
aos de 11 de Setembro; fala-se em mais de 50
mortos e vários feridos, numa discoteca alegadamente
frequentada por gays e provocou várias reacções internas
nos states. Barack Obama deslocou-se ao local
para homenagear as vítimas e voltou a falar da lei que
proíbe a venda desordenada de armas no país. Caso
para dizer que a Europa e a América têm segurança
que vê muito longe, mas não consegue enxergar perto
de si mesmo.
Por tudo isto, espero, com franqueza, que a selecção
portuguesa tenha outra sorte, que os adeptos
ingleses e russos honrem o continente em que vivem
e parem com cenas de pugilato que recorda a vida
selvagem dos tempos medievais. Que a segurança
americana quanto europeia não distraiam os seus
cidadãos, mas que crie condições para prevenir, de
facto, incidentes como aqueles que foram reportados
nos últimos dias. A morte de pessoas é sempre
lamentável, futebol é festa e não espaço para exibir
selvajaria civilizacional!
Da peleja russa/inglesa ao desaire de Portugal!
Cont. da pág. 4
Principais acontecimentos registados
no dia 20 de junho
Dia Mundial dos Refugiados &
Dia do Relógio de Sol
1791 - Luís XVI e a família real tentam abandonar a França. São
detidos em Varennes.
1837 – Subida ao trono britânico da rainha Vitória, após a morte
de Guilherme IV.
1961 - O Kuwait é admitido na Liga Árabe.
1965 – Golpe militar na Argélia depõe o primeiro presidente do
país, Ahmed Ben Bella, que permanece em prisão domiciliária
durante 15 anos.
1967 – O pugilista norte-americano Muhammad Ali, Cassius Clay,
campeão olímpico e mundial de pesos pesados, é condenado
pelo tribunal de Houston, por recusar a mobilização para
a Guerra do Vietname.
1984 - A Polícia do Exército prende o tenente-coronel Otelo
Saraiva de Carvalho, no âmbito da investigação sobre
as actividades das FP-25.
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