domingo, 26 de junho de 2016

Canal do Panamá 2.0: será que reconstrução vai preservar o monopólio?

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Passados nove anos de reconstrução, hoje (26) o canal do Panamá será reinaugurado na presença de muitos convidados estrangeiros. No entanto, este não pode ser considerado um triunfo completo.

Construído mais de cem anos atrás, o canal requeria ser reconstruído há muito. Os navios tinham de estar à espera durante dias para passar. Além disso, as esclusas não correspondiam aos tamanhos dos navios modernos.
Agora o canal tornou-se mais profundo, mais largo e a sua capacidade de escoamento duplicou. No entanto, mesmo assim, não pode satisfazer todas as necessidades do mundo, que está mudando tão rapidamente.
Neste fim de semana, a rota será inaugurada pelo cargueiro de contêineres chinês Cosco Shipping Panama, com 48,25 metros de largura e 299,98 metros de comprimento.
O canal foi ampliado para permitir a passagem de embarcações com capacidade de transportar até 14.000 contêineres. As obras de expansão custaram US$ 5 bilhões. Em princípio, o canal foi adaptado para os navios-tanque que transportam gás liquefeito.
A partir de agora a capacidade do canal vai triplicar, assim como as expectativas de lucro das autoridades panamenhas, que recolhiam antes cerca de US$ 1 bilhão anualmente.
No entanto, a maior vantagem será não do Panamá, mas dos EUA que eram desde o início os mais interessados na construção do canal. Os EUA estiveram na posse da infraestrutura até 1999, mas tiveram que devolver o controle ao Panamá após múltiplas manifestações contra a presença norte-americana.
Graças ao canal, o petróleo e gás podem ser fornecidos do Golfo do México a qualquer ponto do mundo.
A falta da competitividade é mais uma carência do canal modificado. A China e Venezuela não se submetiam ao monopólio dos EUA. A ideia de criar um canal ligando os dois oceanos não é nova, apareceu ainda no século 16 e pertenceu ao rei Carlos V de Espanha. No século XXI uma empresa de Hong Kong, a HKND Group, acordou com as autoridades nicaraguenses e começou a construção em 2014.  O canal deve ser concluído em 2029.
De acordo com o projeto, o canal da Nicarágua deve “vencer” o concorrente panamenho em todas as caraterísticas. 
Acima de tudo, o surgimento do novo canal vai reduzir os preços de trânsito e pedágios das embarcações.
“A China, construindo o canal da Nicarágua, se instala a longo prazo no continente americano e torna-se um dos atores principais na região, sem falar das vantagens econômicas”, comunica o canal televisivo RT, adicionando que isso não agrada aos EUA.
No entanto, o destino do canal substituto vai ser decidido nas presidenciais nicaraguenses, em 6 de novembro, e americanas, em 8 de novembro. 
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