Ano 8 | número 1731 | Maputo, Segunda-Feira 20 de Junho de 2016
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A conversa telefónica de dois dias
entre Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi
Maputo (Canalmoz) – O presidente
da Renamo, Afonso Dhlakama,
anunciou, na passada sexta-feira,
que, durante dois dias de conversa
telefónica com Filipe Nyusi, alcan-
çou consensos sobre o processo de
negociações para a busca da paz.
Numa teleconferência com jornalistas
dos principais órgãos de
comunicação social nacionais e
estrangeiros, Afonso Dhlakama declarou
que foi a pedido de Filipe
Nyusi que convocara a imprensa,
para informar aos moçambicanos
e à comunidade internacional sobre
a conversa que mantiveram
na quarta-feira e na quinta-feira
acerca da crise político-militar.
“Nós os dois chegámos ao entendimento
de que tínhamos que
arranjar a solução, como moçambicanos,
através do diálogo sério.
É assim em toda parte do mundo”,
afirmou o presidente da Renamo
que anunciou a retomada do
diálogo na Comissão Mista, que
estava interrompido há duas semanas,
devido a um impasse sobre
os termos de referência para
a realização do encontro entre
Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama.
O presidente da Renamo falava
a partir da Gorongosa, na província
de Sofala, onde diz que está
a residir. Afonso Dhlakama confirmou
que, durante a conversa
telefónica, Filipe Nyusi aceitou a
participação de mediadores internacionais
nas negociações, nomeadamente
a União Europeia, a
África do Sul e a Igreja Católica.
Convém lembrar que, durante
muito tempo, Filipe Nyusi
andou a dizer que não tinha
como contactar o presidente da
Renamo para falar com ele sobre
a questão da paz no país.
“Como sabem, havia problemas
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2 ano 8 | número 1731 | 20 de Junho de 2016
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por parte do Governo, que não
queria ouvir falar da mediação internacional,
e a Renamo insistia,
com base na experiência que nós
temos do passado. É um dos pontos
que pude discutir com ele, e
fiz-lhe entender que era necessá-
rio que houvesse mesmo mediação
internacional, da União Europeia,
África do Sul e Igreja Católica, e
ele acabou por me dizer que sim”,
afirmou o presidente da Renamo.
Afonso Dhlakama disse que Filipe
Nyusi também aceitou que o
encontro entre os dois só poderá
acontecer depois de as equipas da
Renamo e do Governo chegarem
a consenso sobre os quatro pontos
que estão na mesa das negociações.
“Quando tudo for cozinhado,
já podemos apadrinhar e abraçarmo-nos,
para evitar decepcionar
o povo de Moçambique e a pró-
pria comunidade internacional”,
disse o presidente da Renamo.
Quando questionado pelos jornalistas
sobre a possibilidade de um
cessar-fogo imediato depois desta
conversa com Filipe Nyusi, o presidente
da Renamo respondeu que
tal cenário é complicado, pois são
necessárias garantias de segurança.
“Tudo pode ser negociado para
que haja a tranquilidade nas estradas
e nas famílias. Gostaria, mas
não posso adiantar, porque isto tem
implicações. Cessar-fogo significa
o quê? Pararmos, você pára, alguém
que está escondido ali, você
pensa que já está, parámos, alguém
vai-te capturar, vai-te matar”, disse.
Afonso Dhlakama declarou também
que chegou a entendimento
com Filipe Nyusi sobre a Comissão
Mista, que actualmente é composta
por seis membros, três indicados
por ele, e os outros três mandatados
por Filipe Nyusi. Segundo o
entendimento agora alcançado, a
Comissão Mista deverá ser alargada
para doze elementos, sendo seis
de cada lado. Essa Comissão Mista
vai negociar os quatro pontos sobre
os quais se alcançou consenso.
Na quinta-feira, no início da sua
deslocação de trabalho à província
de Maputo, Filipe Nyusi afirmou,
num comício popular, que aceita a
presença de mediadores nas negociações
entre o Governo e a Renamo,
apontando como uma prioridade
o fim imediato dos confrontos.
Nyusi afirmou: “Vamos aceitar
que haja a intervenção desse
tipo de pessoas, mas o importante
é que o papel dessas pessoas
ajude a acabar com a guerra em
Moçambique, para desenvolvermos
o país”. (Bernardo Álvaro)
Negociações entre Governo
e Renamo deverão incluir
mediadores e observadores
Maputo (Canalmoz) – A Comissão
Mista encarregada de preparar o
encontro entre Filipe Nyusi e Afonso
Dhlakama, anunciou, na sexta-
-feira, 16 de Junho, que o processo
de negociações entre o Governo e
a Renamo vai envolver mediadores
da União Europeia, da África
do Sul e da Igreja Católica Romana,
mas também outros participantes,
designados como “observadores”.
Numa breve declaração à imprensa
no final da quinta sessão
da Comissão Mista, José Manteigas,
um dos mandatários de Afonso
Dhlakama, disse que o grupo de
trabalho debateu este ponto, faltando
acertar a terminologia que deverá
ser dada aos mediadores, se
serão designados por este nome ou
se serão designados “facilitadores”.
Mas José Manteigas garantiu
que também serão convidados
“observadores” para serem
integrados neste processo.
Outra questão debatida na Comissão
Mista foi a necessidade da
cessação das hostilidades militares
o mais rapidamente possível.
O próximo encontro desta Comissão
deverá realizar-se na segunda-feira,
na sede da Assembleia
da República. (Bernardo Álvaro)
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“Queremos que o ex-Presidente e o seu Governo respondam por estas dívidas”
– Alice Mabota presidente da Liga dos Direitos Humanos
“Exigir o desarmamento da Renamo é uma falácia. O Governo deve também deixar as armas”
– Alice Mabota presidente da Liga dos Direitos Humanos
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Centenas de pessoas saíram à rua
contra a guerra e as dívidas escondidas
Maputo (Canalmoz) – Centenas
de cidadãos saíram à rua, no passado
sábado, numa manifestação
pacífica contra a guerra e as dívidas
escondidas. Os manifestantes
levantaram a voz contra a intolerância
política e as execuções
sumárias. Empunhando cartazes
com diversas mensagens e entoando
cânticos, exigiram a responsabilização
dos autores das dívidas
escondidas e o fim da guerra.
“Atum na lata, ladrão na cadeia”
foi um dos dizeres dos cartazes
que chamou atenção durante a
marcha, que teve o seu início por
volta das 8h00 na estátua de Eduardo
Mondlane e seguiu o percurso
Av. Eduardo Mondlane – Av. Karl
Marx – Av. Ho Chi Minh, até desaguar
na Praça da Independência.
Em corro, os manifestantes gritaram
exigindo a responsabilização
pelas dívidas escondidas.
A presidente da Liga dos Direitos
Humanos, Alice Mabota, disse
que acredita que a marcha
vai ter algum efeito e que o ex-
-Presidente e o seu Governo devem
responder por estas dívidas.
Sobre a guerra, Alice Mabota
afirma que as duas partes
devem abandonar as armas,
visto que, segundo diz Alice Mabota,
a Renamo não luta sozinha.
“Exigir o desarmamento da
Renamo é uma falácia. O Governo
deve também deixar as
armas”, afirma Alice Mabota.
Polícia serena
A Polícia esteve presente em todo
o trajecto da marcha. Armada e
com cães, a Polícia, contrariamente
ao que tem acontecido em outras
manifestações, não interveio.
No final da marcha, a organização
da marcha leu um manifesto.
A organização afirma: “As
explicações dadas pelo Governo
tentam fazer-nos crer que a situação
será gerível com custos
mínimos, mas deixam de lado o
essencial: quem são os burlões
que lesaram o Estado em 2,2 biliões?
Quando serão levados à
Justiça? Serão os seus bens confiscados
para amortizar a dívida?”.
Nyusi deve suspender
as acções militares
Numa das passagens do manifesto,
as organizações não-governamentais
que participaram na
marcha exigem que Filipe Nyusi
“suspenda de imediato todas as
acções militares e garanta a transmissão
pública e em directo das
rondas de negociação entre as partes
beligerantes” para que os cidadãos
“possam acompanhar a evolução
das mesmas, garantindo que
possam ajuizar da transparência
e honestidade das duas partes”.
Querem que Filipe Nyusi garanta
a efectiva informação às famílias
que “perderam os seus entes queridos
em acções militares, pois a
maioria só sabe que os filhos ou
parentes foram mobilizados, mas
desconhece o seu destino, o que
é muito cruel”. Consideram que
deve “dirigir-se à Nação para apresentar
a sua posição sobre a situação
da dívida pública, incluindo
as medidas a serem tomadas para
responsabilização dos culpados e
mitigação dos efeitos negativos”.
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Ministério da Agricultura
apresenta proposta de
isenções aduaneiras para o sector
Maputo (Canamoz) – O Ministé-
rio da Agricultura vai apresentar, até
Agosto próximo, à Assembleia da
República, para a debate, uma proposta
de legislação para isenção de
taxas aduaneiras na importação de
equipamento agrícola e fertilizantes.
Segundo o director da Agricultara
e Sivicultura, Momed Valá,
que falava na sexta-feira, em Marracuene,
por ocasião da I Reunião
Nacional da Agricultura e silvicultura,
um dos pontos levantados
pelas associações de agricultores
tem a ver com a redução ou eliAssembleia
da República
Da Assembleia da República, as
organizações não-governamentais
que participaram na marcha exigem
que tome medidas para “repor
a normalidade constitucional e venham
a público informar as medidas
tomadas e a sua relevância na
defesa do nosso Estado de Direito”.
PGR deve investigar
As organizações não-governamentais
que participaram na marcha
querem que a Procuradoriaminação
de taxas aduaneiras na
importação de material agrícola.
Momed Valá diz que, durante a
reunião, os agricultores pediram
a isenção de taxas aduaneiras na
compra de peças de tractores e equipamentos.
Acrescentou que isto
vai facilitar que os preços baixem
e os custos de produção reduzam.
“Temos custos de produção muito
elevados. A isenção vai proporcionar
maior competitividade. Se forem
retiradas todas taxas na importação
de fertilizantes, os produtores
vão ter algum subsídio que irá per-
-Geral da República garanta a
realização de investigações claras
e transparentes, com a participa-
ção de uma equipa de técnicos
independentes e competentes, nacionais
e internacionais, sobre “os
assassinatos e execuções políticas,
de modo a desmascarar os que
montaram e gerem esta máquina
de morte e violência; os raptos em
Moçambique, para que de uma vez
por todas se desmontem as quadrilhas
de crime organizado no país;
a existência de valas comuns para
mitir que os produtos tenham pre-
ços mais competitivos”, afirmou.
Competividade só daqui
a dez anos
Momed Valá disse que, se a legislação
sobre isenções for aprovada
ainda este ano, deverá entrar
em vigor até ao primeiro trimestre
de 2017. “É esta a competitividade
que queremos. Não será
de imediato que vamos resolver o
problema. Paulatinamente e nos
próximos dez anos, vamos ser
mais competitivos. (Cláudio Saúte)
a identificação das vítimas, formas
de execução e recolha de testemunhos
sobre as condições do seu desaparecimento
ou rapto; o processo
de endividamento, identificando
os responsáveis e rastreando para
onde o dinheiro foi encaminhado,
através de uma auditoria forense
independente; que se proceda
à abertura de processos judiciais
para todas as investigações acima
discriminadas e, no caso da dívida
pública, confiscação dos bens dos
responsáveis”. (André Mulungo)
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5 ano 8 | número 1731 | 20 de Junho de 2016
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por Adelino Timóteo
Canal de Opinião
Pobre de um pobre povo com um
Governo rico de sujo
Beira (Canalmoz) – Há coisas que,
mesmo lavando com muita persistência,
jamais ficarão limpas. Uma
delas é o Governo. O Governo tenta
lavar-se no assunto do descaminho
dos fundos, mas, debaixo, há uma
nódoa que não sai nem mesmo com
lixívia, nem mesmo com “javel”.
O Governo tenta minimizar que
a crise não afectará o povo, mas a
imundície é tamanha que não tem
como encobrir, mesmo que o tente,
pois tudo está aí à vista desarmada.
O Governo pode usar “omo”
para iludir a corrupção, mas há
uma marca indelével que nenhum
detergente pode remover.
O Governo pode desdobrar-se em
explicações, reuniões, conferências,
mas, atrás, tem o seu sórdido
cortinado, sobre o qual o Governo
jamais conseguirá iludir. Está tudo
tão sujo, que nem com a farsa, nem
com disfarce, jamais ficará limpo.
O Governo pode colocar mil vezes
a sua descabelada explicação numa
máquina lavadora, para a lavagem
da mentira e da corrupção, mas tudo
está lá. Intacto no pano. Nem com
acetona, não sai. Nem com diluente,
também não. Com petróleo, pior.
O Governo tenta usar as suas fórmulas.
Mas nem com a manipula-
ção, toda a gente consegue ver o que
está lá. Toda a gente consegue ver
que o Governo é o factor da insegurança,
dos assassinatos, da transparência
e da retracção de apoio dos
doadores. Nem com a extravagância
de discursos e explicações rascas,
a sujidade lá está. Nem com a sua
cativadora palavra, não conseguirá
doravante atrair a nossa perplexidade.
Nem mesmo com a sua técnica
cativadora de explicações baseadas
na mão externa, não voltará a iludir,
porque os agentes causadores da
crise económica são da mão interna,
devidamente identificados. Nem
mesmo com os seus famosos encapsulados
que servem de antenas multiplicadoras,
toda a gente sabe quem
são os agentes da mão interna interessados
nesta guerra civil em que o
país está mergulhado. Tudo está tão
sujo como a água turva, e só o Governo
não vê, porque não quer ver.
O país das Maravilhas que o Governo
tenta mostrar é esse condenado à
tristeza e à amargura, e há intocá-
veis da nossa classe política responsáveis
por este estado desolador
que atravessamos, a passearem-se.
O país das Maravilhas que o Governo
tenta mostrar ao mundo é a
purga levada a efeito pelos seus
agentes, a retractação a que tem
forçado os jornalistas, para desmentirem
o indesmentível. A sujidade
do lençol nodoso que toda a gente
vê, sem precisar de binóculos,
a carniçaria de um Executivo que
perdeu o humanismo, o escrúpulo
e o respeito pela vida humana.
O Governo pode continuar a
tentar branquear-se, pode tentar
maquilhar-se do lado onde está a
borra, mas toda a gente sabe onde
está exactamente a mancha. Toda
a gente sabe quem chantageia os
cientistas sociais que têm alertado
para o que eles não querem ver,
de tão obcecados que estão em
esconder os lençóis sujos de lama
e de sangue. Toda a gente sabe o
nexo de causalidade de toda a saga
de violência que se vive no país.
Os assassinatos, as chantagens, as
ameaças são reveladores do desespero
de que o Governo já não sabe
como se lavar, pois, no exercício da
forçada esfrega, esgotou o sabão, o
“omo”, os diluentes líquidos e em
pó para se lavar, e não consegue,
mesmo com recurso a desinfectantes.
Nem com creolina, este Governo
não se limpa. E como nenhuma
lavandaria dos seus G40 lhe serve
com eficácia, o que resta ao Governo,
de consolação, para lavar a sua
face sórdida, são as armas contra cidadãos
independentes e indefesos.
O único argumento com que esse
tristemente Governo conta para salvar
a honra, que não tem, o bom
nome, de que também não dispõe,
a dignidade, que infelizmente deixou
escapar-se-lhe, são as balas.
A única substância capaz de lavar
esse Governo seria a humildade.
Coisa infelizmente com que
ele não conta, e está longe de ter.
Pobre de um pobre povo com um Governo
rico de sujo. (Adelino Timóteo)
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6 ano 8 | número 1731 | 20 de Junho de 2016
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Jó Capece lança
“Resgate do saber das comunidades locais”
Maputo (Canalmoz) – O “Resgate
do saber das comunidades locais,
sugestões para a melhoria do ensino
de Ciências Naturais do 1.º
Grau” é a obra que foi apresentada
ao público por Jó António Capece,
na passada sexta-feira, na cidade
da Matola, província de Maputo.
Com prefácio de Alípio Casali,
da Universidade Pontíficia de
São Paulo, no livro, o autor fala
de coisas simples, como uma
rede de pesca, um artesanato decorativo,
que traduz para uma
linguagem físico-matemática.
A obra é editada pela “PubliFix”,
com financiamento do Fundo
Nacional de Investigação, e
procura introduzir um olhar crí-
tico e de aprendizagem em Mo-
çambique, principalmente na disciplina
de Ciências Naturais no
Ensino Primário do primeiro grau.
Ao “Canalmoz”, Jó Capece disse
que se trata de um trabalho de pesquisa
feito na zona centro do país,
nomeadamente em duas comunidades
da cidade da Beira e três
do Dondo, na província de Sofala,
onde trabalhou com cesteiros, artesãos
e pescadores do Rio Zambeze.
Essencialmente, o autor diz
que foi pesquisar os “saberes locais”,
ou seja, o que é que os cidadãos
têm, que eles trabalham
e não sabem que nesse trabalho
existe ciência que pode ser levada
da comunidade para a escola.
“Dessa auscultação, constatei
que os saberes que as comunidades
locais detêm, quando bem sistematizados,
podem e devem ser
apropriados e socializados para o
curriculo oficial”, disse Capece.
Ele diz que os saberes locais
possuem elementos que são de
grande valor e que devem ser
aproveitados para o saber escolar.
Afirma que, por consequência,
torna-se urgente que a formação
de professores, sobretudo para o
Ensino Primário do primeiro grau e
na disciplina de Ciências Naturais
inclua a possibilidade de apropria-
ção desta riqueza cultural e acientífica
que está presente, às vezes
de forma latente, na comunidade.
“É minha convicção que, na formação
de educadores, deve haver
espaço para a criação duma
metodologia que leve o educadora
o “garimpo” à procura dos
saberes locais junto às comunidades,
para que seja capaz de
“aprender” o que existe do universal
no saber local, convertendo-
-se no saber escolar”, considera
Jó Capece diz que é sua convicção
que, na formação de educadores
deve haver a possibilidade de criar
uma metodologia que leve o educador
à procura dos “saberes locais”
existentes na comunidade, para que
ele seja capaz de aprender o que
existe de universal no saber local,
convertendo-o em saber escolar.
Jó António Capece nasceu no
Luabo, no distrito de Chinde, província
da Zambézia, em Janeiro
de 1954. Possui o grau de Licenciatura
em Ensino de Física, pelo
Instituto Superior Pedagógico (actual
Universidade Pedagógica), o
doutoramento em Educação de
Currículo, pela Universidade Católica
de São Paulo do Brasil, e
tem pós-graduaçao em Educação.
Foi professor na Escola Industrial
e Comercial “Joaquim Mara”,
em Chimoio, professor de Física
e director da Universidade Pedagógica
na Beira. Actualmente,
lecciona e faz regências nas seguintes
disciplinas: Métodos de
Investigação Científica; Física Estatística
e Termodinâmica; Mecânica
Quântica e Estatística; Teorias de
Desenvolvimento Curricular; Avaliação
Curricular. (Bernardo Álvaro)
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Maputo, 20.06.2016 5 v Assinaturas mensais - Ordinária: 20 USD* Institucional: 35 USD* Embaixadas e ONG’s estrangeira: 50 USD - Outras moedas ao câmbio do dia mediaFAX Maputo, Segunda-feira, 20.06.16 *Nº6082 De segunda a sexta, um diário no seu fax ou e-mail * Propriedade e edição: mediacoop SA * Editor: Fernando Mbanze * Sede: Av. Amilcar Cabral, nº.1049 - C.P. 73 * Maputo-Moçambique Telfs: 21301737/327631 ou 823171100, 843171100 *Fax:21302402 * E-mail: mediafax@mediacoop.co.mz *INTERNET: www.savana.co.mz Delegação na Beira: Prédio Aruângua, nº. 32 - Apartamento A - 1º. Andar *Telef. & Fax 23327957 * C.Postal 15 mediaFAX Pág. 1/5 Publicidade É tarde porque tanta gente já foi morta sem a mínima e qualquer culpa. É tarde porque muita gente já foi privada dos seus pais, tios, primos…enfim, dos seus próximos. É tarde porque muitas infraestrutu-ras públicas e privadas foram destruídas. É tarde porque potenciais projectos empresariais foram pelos ares. É tarde porque muitos empresários nacionais e estrangeiros foram acumulando, nos últimos anos, prejuízos incalculáveis e de difícil recupe-ração. É tarde porque o país vem perdendo a credibilidade que tinha conseguido acumular na história dos 20 anos que os moçambicanos conseguiram manter a paz e tenta-ram cultivar a reconciliação. É tarde sim, para tudo isso e mais alguma coisa. Entretanto, não é tarde para os moçambicanos tentarem, uma editorial Apesar de tarde… (Maputo) A Procuradora Geral da República, Beatriz Buchili, estará, esta quarta e quinta-feira, nas instalações da Assembleia da República para a chamada “informação anual sobre o estado de legalidade e justiça”. Entretanto, uma vez mais, o documento a ser apresentado, a que o mediaFAX teve acesso, não traz quase nada de novo, senão a descrição dos acontecimentos que marcaram o ano de 2015, isto no que concerne a administração da justiça. No capítulo sobre os raptos, por exemplo, a procuradoria vai partilhar, Informe anual Buchili na Assembleia da República com os mandatários do povo, números que revelam a ocorrência, no ano passado, de um total de 19 casos, contra 42 do ano anterior (2014), o que representa uma redução de 23 casos. De acordo com a PGR, foram acusados, neste período, 36 processos contra 20 de igual período anterior, julgados 14 contra 18 e os arguidos sido condenados a penas que variam de 12 a 23 anos de prisão maior. Em 14 casos recaíram despachos de abstenção e 23 encontram-se em instrução preparatória.(Redacção) Maputo, 20.06.2016 mediaFAX nº. 6082 - Pág. 2/ 5Publicidade (No Recinto da Escola Náutica) Reservas pelo tel:21301408, 843053209, Fax:21327691 E-mail: maputowaterfront@tdm.co.mz Site: www.maputowaterfront.net Sábado, dia 24 de Junho/19h, música internacional com Ze Barata ou Fernando Luís C o C k t a i l d a s e m a n a Sex On The Beach 13 de Junho -Sopa de Vegetais, Arroz de Garoupa 14 de Junho-Sopa de Grao de Bico, Caldeirada de Lulas, Arroz Branco de segunda à domingo Almoço Expresso - 12h – 15h00 De Segunda a Sexta-Feira Pratos saborosos da cozinha tradicional Mocambicana, servidos em menos de 10min, para satisfazer o seu paladar a 250,00mt A sopa não está incluída no preço do prato do dia. Principais Câmbios MZN em 16 de Junho de 2016 Moeda Compra Venda ZAR/MT 3,83 3,90 USD/MT 58,35 59,53 GBP/MT 82,27 84,40 EUR/MT 65,84 67,18 ZAR/MT 2,93 2,99 Fonte: Nota: Cotações válidas apenas para montantes inferiores ao contravalor de 5.000 USD (cinco mil dólares americanos) (Beira) Fernando Carrelo, membro sénior da Renamo, morreu no Fernando Carrelo Lendário membro da Renamo morre vítima de doença passado dia 11 de Junho, no Hospital Central da Beira, vítima de doença. Carrelo era empresário e um dos cotados amigo de Afonso Dhlakama. A viúva de Fernando Carrelo, Dulce Carrelo, disse ao mediaFAX, que o malogrado vinha lutando pela vida durante dois nos, depois que lhe foi diagnosticado uma infecção nos pulmões. “Ele adoeceu durante muito tempo, lutou e finalmente não aguentou e nos deixou”, explicou Dulce Carrelo, que é quadro fundadora do partido de Daviz Simango vez mais, encontrar os caminhos da reconciliação. Não é tarde para deixar a razão falar. Não é tarde para aprendermos dos nossos erros e, se calhar, de erros alheios. Não é tarde para aprendermos, de uma vez por todas, que a guerra nada resolve, senão matar pessoas inocentes e atrasar o desenvolvimento. Não é tarde para aprendermos que não existe condicionalismo e nem razão alguma que deve ser usada como justificação para promo-ver e perpetuar o sofrimento do povo. É pois, por isso, que os sinais de esperança emitidos pelo Presidente da República, Filipe Nyusi e pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, devem vingar. Devem triunfar, pondo de lado todos e quaisquer interesses pessoais que possam existir, tanto de um como do outro lado. Agindo desta maneira, acreditamos que Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama estarão a escrever positivamente os seus nomes na história deste país que, precisa de gente que consegue promover a reconciliação e, ao mesmo tempo, “matar” ó odio. Acreditamos nós que é possí- vel sim acomodar as queixas de quem se julga injustiçado sem, necessariamente, pôr em causa a lei fundamental. Os políticos estão conscientes disso, daí que todos os dias se apela ao bom senso e a necessidade de encontrarmos caminhos políticos para resolver o actual problema político. Para isso, basta vontade, como aliás já foi demonstrado pelas duas partes. É tempos de mostrarmos o nosso compromisso com a paz. É hora de mostrarmos que sim, somos capazes de cultivar a paz e a reconc i l i a ç ã o nacional.(fernando.mbanze@mediacoop.co.mz) O funeral de Fernando Carrelo aconteceu quarta-feira última. Na qualidade de membro da Assembleia Provincial de Sofala, eleito pela bancada da Renamo, no círculo eleitoral da Beira, o seu velório aconteceu no espaço onde funciona a Assembleia Municipal daquela urbe. Fernando Carrelo tornou-se quase uma lenda política no partido de Afonso Dhlakama devido a sua versatilidade e capacidade que tinha de lidar com os seus adversários políticos. Na época em que um membro da Renamo não devia ser visto a tomar um café com o da Frelimo, Carrelo quebrava os preconceitos. Dizia publicamente o que andava errado no seu partido, o que não era comum entre os militantes. Carrelo chegou mesmo a convocar uma conferência de imprensa para denunciar métodos poucos transparentes para admissão de candidatos a deputados da Assembleia da República pelo seu partido. Carrelo militava na Renamo desde a sua fundação. Ele, na qualidade de empresário, actuava na clandestinidade durante a guerra dos 16 anos e, somente em 1993, se identificou publicamente como sendo membro do partido de Afonso Dhlakama. Sucessivamente financiou as actividades partidárias. A família Carrelo é constituída por políticos que militam em formações políticas diferentes, realidade que admira muita gente. Carrelo sempre militou na Renamo, tendo num certo período apoiado o então candidato independente, Daviz Simango, aquando da desinteligência com Afonso Dhlakama. A sua esposa, Dulce Carrelo, Maputo, 20.06.2016 5 Publicidade Venha disfrutar do nosso maravilhoso e exotico espaco para casamentos e eventos ao ar livre, resguardado de plantas e arvo-res que proporcionam um bem estar num ambiente harmonioso Aluguer do espaço / Servicos de cateringAniversários, Baptisados, Casamentos, Seminários, Eventos 50- 250 Pessoas RESERVAS/INFORMACOES: 84 3875595 *174, Rua 12.338, Matola-Mozambique E-mail: info@quintajazzclube.com Site: www.quintajazzclube.com mediaFAX nº. 6082 - Pág. 3/ (Maputo) Mais de cinco centenas de pessoas percorreram, no último sábado, as ruas da cidade de Maputo, em protesto contra a actual situação política, militar, económica e social do país. Organizada por Organizações da Sociedade Civil, a marcha pacífica foi marcada por mensagens de repúdio à guerra, à criminalidade e ainda por mensagens críticas em torno do alto endividamento público do país. Em relação à tensão política, os Devido a situação político-económica Mais de 500 disseram “BASTA” manifestantes pediram aos políticos para encontrarem caminhos que possam devolver a paz efectiva ao país, enquanto que em relação à dívida pública pediram a responsabilização efectiva e exemplar das pessoas que estiveram por detrás da contratação de avultadas dívidas, sem conhecimento dos moçambicanos. Com o lema “pelo direito à esperança”, os marchantes pediram igualmente que o poder do dia parasse de perseguir vozes e opiniões contrárias e discordantes. (Raf. Ricardo) (Maputo) Depois de o Presidente da República, Filipe Nyusi, ter anunciado, num comício popular, a total abertura para a inclusão dos mediadores internacionais, condição que a Renamo exige para o início e andamento efectivo do diálogo entre as partes, o presidente da Renamo, Caminhos para o fim da tensão política e militar Dhlakama anuncia avanços e consensos Afonso Dlhakama, convocou, na passada sexta-feira, a imprensa, para anunciar que chegou a acordo com Filipe Nyusi. Ou seja, o diálogo irá sim contar a participação de mediadores internacionais indicados pela Renamo. Falando em teleconferência, a partir da “parte segura”, algures na serra da Gorongosa, Dhlakama disse que conversou longamente com Filipe Nyusi, na passada terça e quartafeira, sobre a situação política e militar do país. Segundo ele, “houve entendimento mútuo” em relação à inclusão de mediadores, nomeadamente a União Europeia, África do Sul e a Igreja Católica nas conversações entre o Governo e a Renamo. Aliás, disse Dhlakama, os dois acordaram que é urgente resolver e, de uma vez por todas, a questão da tensão político militar, tudo na perspectiva de parar com a parar com o cenário de paralisação do país. “Fiz entender que era necessário que houvesse a mediação internacional, a União Europeia, a Africa do Sul e a Igreja católica. Ele acabou por me dizer que aceitaria e que havia de anunciar, e ontem (quintafeira), num dos comícios ele deu um cheirinho, e combinamos que no comí- cio de hoje (sexta-feira), ele vai detalhar isso. Estou satisfeito porque era um dos pontos que o governo negava” disparou Afonso Dhlakama, presidente do partido de Renamo. Encontro ao mais alto nível A este respeito, o líder da Renamo começou por recordar as emboscadas que diz ter sofrido em Setembro do ano passado. Nisto, justificou Dhlakama, não existem condições para sair em segurança do lugar seguro onde se encontra. Para sair do local onde se encontra, Dhlakama diz que as equipas negociais devem fechar todos os dossiers sobre questões de segurança e outros. Dhlakama disse que o encontro que até chegou a ser detida por causa das manifestações, militou na Renamo e foi fazer parte da equipa constitutiva do MDM. Um dos seus filhos é cotado membro da Frelimo e até é escalado em vários eventos partidários. Carrelo chegou a cogitar abandonar a vida activa partidária, para se dedicar aos negócios, mas não levou muito tempo. Em vida Carrelo desejou imortalizar em livro a sua participação em clandestinidade durante a guerra dos 16 anos, onde segundo ele, jogou um papel preponderante para o nascimento da democracia em Moçambique. (Domingos Bila) Maputo, 20.06.2016 mediaFAX nº. 6082 - Pág. 5/ 5 mediaFAX nº. 6082 - Pág. 4/ (Maputo) Na quinta sessão da comissão mista, que está a preparar o diálogo ao mais alto ní- vel consensualizou, na sexta-feira, três pontos,nomeadamente, a partilha de entendimento que existe sobre a necessidade de haver participação no diálogo de facilitadores, de mediadores e ainda o entendimento mútuo de que é necessário, urgentemente, cessar as hostiPreparação do diálogo político Comissão mista volta a reunir-se hoje lidades militares. Nos próximos tempos serão encontrados mecanismos para a materialização dos consensos alcançados. A comissão mista, que entrou em funções no dia 25 de Maio, continua a assumir que há necessidade de se acelerar o trabalho que se está a fazer. A comissão mista volta a reunir-se hoje (segunda-feira). (Rafael Ricardo) (Maputo) O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) promove, a partir de hoje até sextafeira, nas instalações do seu edifíciosede, uma acção de formação para investigadores dos Gabinetes Central e Provinciais de combate à corrupção. A acção de formação insere-se no âmbito da implementação do Plano de Actividades do GCCC e visa dotar os investigadores dos GaFormação em anti-corrupção binetes de combate à corrupção de competências técnicas para a investigação de crimes de corrupção. A mesma terá lugar sob o tema Técnicas de Investigação de Crimes de Corrupção, será orientada por um facilitador da Polícia Judiciária da República Portuguesa e com o apoio da União Europeia (UE), parceiro estratégico da Procuradoria-Geral da República (PGR).(Redacção) (Maputo) De diversos sectores, incluindo agricultura, turismo, comércio e mineração, duzentas empresas da Polónia manifestaram, sexta-feira, o seu interesse em investir em Moçambique. O interesse foi testemunhado no Fórum de Negócios Polónia-Angola-Moçambique-Brasil, que decorreu na capital da Polónia, Varsóvia. No evento, Moçambique foi representado pelo presidente da Confederação Empresarial da CPLP, o empresário Moçambicano, Salimo Abdula, que apresentou as oportunidades de investimento no país, onde destacou o crescimento económico que o país vem assinalando nos últimos vinte anos. A Polónia apresenta uma economia diversificada, dividida entre as indústrias de construção naval, produção de carvão, aço e energia elétrica. (Redacção) Polacos querem investir Publicidade Rua dos Irmãos Roby, 32 - Maputo Cel: +2 58 8 2 8119 94 0 Cel: +2 58 8 4 8119 94 0 E-mail: vcltrailer@gmail.com Fabricante de trailers. Venda de bombas Diesel. Venda de acessórios de trailers. Aluguer de trailers LEIA E DIVULGUE mediaFAX Prémio Leaders & Achivers - F l ec h a Di am an t e 20 1 6 P M R Af ri c a Site: www.savana.co.mz savana@mediacoop.co.mz mediafax@mediacoop.co.mz com Presidente da República só vai servir para selar ou rubricar o trabalho feito pelas equipas de ambas as partes, supervisionado claro, pelo grupo dos mediadores internacionais que serão anunciados dentro em breve. Em meio a gargalhadas, aquele líder afirmou que no tal dia, ha-verá espaço até para o habitual aperto de mãos, seguido dos respectivos abraços. “Eu lhe fiz entender que não era possível, depois de tudo aquilo que aconteceu em Setembro do ano passado, mesmo agora com ofensivas e mercenários que querem matar o Dhlakama. Também em termos metodológicos não é correcto que sejam os próprios líderes a negociar. É preciso que sejam os grupos de negociação. Quando tudo estiver cozinhado, já podemos apadrinhar tudo, para evitar decepcionar o povo de moçambicano e a própria comunidade internacional”, explicou. Por outro lado, Dhlakama anunciou que, nos próximos dias, as equipas negociais irão crescer de número, passando a ser constituí- dos por seis elementos de cada e não três como actualmente acontece. (Ilódio Bata)
Maputo, 20.06.2016 5 v Assinaturas mensais - Ordinária: 20 USD* Institucional: 35 USD* Embaixadas e ONG’s estrangeira: 50 USD - Outras moedas ao câmbio do dia mediaFAX Maputo, Segunda-feira, 20.06.16 *Nº6082 De segunda a sexta, um diário no seu fax ou e-mail * Propriedade e edição: mediacoop SA * Editor: Fernando Mbanze * Sede: Av. Amilcar Cabral, nº.1049 - C.P. 73 * Maputo-Moçambique Telfs: 21301737/327631 ou 823171100, 843171100 *Fax:21302402 * E-mail: mediafax@mediacoop.co.mz *INTERNET: www.savana.co.mz Delegação na Beira: Prédio Aruângua, nº. 32 - Apartamento A - 1º. Andar *Telef. & Fax 23327957 * C.Postal 15 mediaFAX Pág. 1/5 Publicidade É tarde porque tanta gente já foi morta sem a mínima e qualquer culpa. É tarde porque muita gente já foi privada dos seus pais, tios, primos…enfim, dos seus próximos. É tarde porque muitas infraestrutu-ras públicas e privadas foram destruídas. É tarde porque potenciais projectos empresariais foram pelos ares. É tarde porque muitos empresários nacionais e estrangeiros foram acumulando, nos últimos anos, prejuízos incalculáveis e de difícil recupe-ração. É tarde porque o país vem perdendo a credibilidade que tinha conseguido acumular na história dos 20 anos que os moçambicanos conseguiram manter a paz e tenta-ram cultivar a reconciliação. É tarde sim, para tudo isso e mais alguma coisa. Entretanto, não é tarde para os moçambicanos tentarem, uma editorial Apesar de tarde… (Maputo) A Procuradora Geral da República, Beatriz Buchili, estará, esta quarta e quinta-feira, nas instalações da Assembleia da República para a chamada “informação anual sobre o estado de legalidade e justiça”. Entretanto, uma vez mais, o documento a ser apresentado, a que o mediaFAX teve acesso, não traz quase nada de novo, senão a descrição dos acontecimentos que marcaram o ano de 2015, isto no que concerne a administração da justiça. No capítulo sobre os raptos, por exemplo, a procuradoria vai partilhar, Informe anual Buchili na Assembleia da República com os mandatários do povo, números que revelam a ocorrência, no ano passado, de um total de 19 casos, contra 42 do ano anterior (2014), o que representa uma redução de 23 casos. De acordo com a PGR, foram acusados, neste período, 36 processos contra 20 de igual período anterior, julgados 14 contra 18 e os arguidos sido condenados a penas que variam de 12 a 23 anos de prisão maior. Em 14 casos recaíram despachos de abstenção e 23 encontram-se em instrução preparatória.(Redacção) Maputo, 20.06.2016 mediaFAX nº. 6082 - Pág. 2/ 5Publicidade (No Recinto da Escola Náutica) Reservas pelo tel:21301408, 843053209, Fax:21327691 E-mail: maputowaterfront@tdm.co.mz Site: www.maputowaterfront.net Sábado, dia 24 de Junho/19h, música internacional com Ze Barata ou Fernando Luís C o C k t a i l d a s e m a n a Sex On The Beach 13 de Junho -Sopa de Vegetais, Arroz de Garoupa 14 de Junho-Sopa de Grao de Bico, Caldeirada de Lulas, Arroz Branco de segunda à domingo Almoço Expresso - 12h – 15h00 De Segunda a Sexta-Feira Pratos saborosos da cozinha tradicional Mocambicana, servidos em menos de 10min, para satisfazer o seu paladar a 250,00mt A sopa não está incluída no preço do prato do dia. Principais Câmbios MZN em 16 de Junho de 2016 Moeda Compra Venda ZAR/MT 3,83 3,90 USD/MT 58,35 59,53 GBP/MT 82,27 84,40 EUR/MT 65,84 67,18 ZAR/MT 2,93 2,99 Fonte: Nota: Cotações válidas apenas para montantes inferiores ao contravalor de 5.000 USD (cinco mil dólares americanos) (Beira) Fernando Carrelo, membro sénior da Renamo, morreu no Fernando Carrelo Lendário membro da Renamo morre vítima de doença passado dia 11 de Junho, no Hospital Central da Beira, vítima de doença. Carrelo era empresário e um dos cotados amigo de Afonso Dhlakama. A viúva de Fernando Carrelo, Dulce Carrelo, disse ao mediaFAX, que o malogrado vinha lutando pela vida durante dois nos, depois que lhe foi diagnosticado uma infecção nos pulmões. “Ele adoeceu durante muito tempo, lutou e finalmente não aguentou e nos deixou”, explicou Dulce Carrelo, que é quadro fundadora do partido de Daviz Simango vez mais, encontrar os caminhos da reconciliação. Não é tarde para deixar a razão falar. Não é tarde para aprendermos dos nossos erros e, se calhar, de erros alheios. Não é tarde para aprendermos, de uma vez por todas, que a guerra nada resolve, senão matar pessoas inocentes e atrasar o desenvolvimento. Não é tarde para aprendermos que não existe condicionalismo e nem razão alguma que deve ser usada como justificação para promo-ver e perpetuar o sofrimento do povo. É pois, por isso, que os sinais de esperança emitidos pelo Presidente da República, Filipe Nyusi e pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, devem vingar. Devem triunfar, pondo de lado todos e quaisquer interesses pessoais que possam existir, tanto de um como do outro lado. Agindo desta maneira, acreditamos que Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama estarão a escrever positivamente os seus nomes na história deste país que, precisa de gente que consegue promover a reconciliação e, ao mesmo tempo, “matar” ó odio. Acreditamos nós que é possí- vel sim acomodar as queixas de quem se julga injustiçado sem, necessariamente, pôr em causa a lei fundamental. Os políticos estão conscientes disso, daí que todos os dias se apela ao bom senso e a necessidade de encontrarmos caminhos políticos para resolver o actual problema político. Para isso, basta vontade, como aliás já foi demonstrado pelas duas partes. É tempos de mostrarmos o nosso compromisso com a paz. É hora de mostrarmos que sim, somos capazes de cultivar a paz e a reconc i l i a ç ã o nacional.(fernando.mbanze@mediacoop.co.mz) O funeral de Fernando Carrelo aconteceu quarta-feira última. Na qualidade de membro da Assembleia Provincial de Sofala, eleito pela bancada da Renamo, no círculo eleitoral da Beira, o seu velório aconteceu no espaço onde funciona a Assembleia Municipal daquela urbe. Fernando Carrelo tornou-se quase uma lenda política no partido de Afonso Dhlakama devido a sua versatilidade e capacidade que tinha de lidar com os seus adversários políticos. Na época em que um membro da Renamo não devia ser visto a tomar um café com o da Frelimo, Carrelo quebrava os preconceitos. Dizia publicamente o que andava errado no seu partido, o que não era comum entre os militantes. Carrelo chegou mesmo a convocar uma conferência de imprensa para denunciar métodos poucos transparentes para admissão de candidatos a deputados da Assembleia da República pelo seu partido. Carrelo militava na Renamo desde a sua fundação. Ele, na qualidade de empresário, actuava na clandestinidade durante a guerra dos 16 anos e, somente em 1993, se identificou publicamente como sendo membro do partido de Afonso Dhlakama. Sucessivamente financiou as actividades partidárias. A família Carrelo é constituída por políticos que militam em formações políticas diferentes, realidade que admira muita gente. Carrelo sempre militou na Renamo, tendo num certo período apoiado o então candidato independente, Daviz Simango, aquando da desinteligência com Afonso Dhlakama. A sua esposa, Dulce Carrelo, Maputo, 20.06.2016 5 Publicidade Venha disfrutar do nosso maravilhoso e exotico espaco para casamentos e eventos ao ar livre, resguardado de plantas e arvo-res que proporcionam um bem estar num ambiente harmonioso Aluguer do espaço / Servicos de cateringAniversários, Baptisados, Casamentos, Seminários, Eventos 50- 250 Pessoas RESERVAS/INFORMACOES: 84 3875595 *174, Rua 12.338, Matola-Mozambique E-mail: info@quintajazzclube.com Site: www.quintajazzclube.com mediaFAX nº. 6082 - Pág. 3/ (Maputo) Mais de cinco centenas de pessoas percorreram, no último sábado, as ruas da cidade de Maputo, em protesto contra a actual situação política, militar, económica e social do país. Organizada por Organizações da Sociedade Civil, a marcha pacífica foi marcada por mensagens de repúdio à guerra, à criminalidade e ainda por mensagens críticas em torno do alto endividamento público do país. Em relação à tensão política, os Devido a situação político-económica Mais de 500 disseram “BASTA” manifestantes pediram aos políticos para encontrarem caminhos que possam devolver a paz efectiva ao país, enquanto que em relação à dívida pública pediram a responsabilização efectiva e exemplar das pessoas que estiveram por detrás da contratação de avultadas dívidas, sem conhecimento dos moçambicanos. Com o lema “pelo direito à esperança”, os marchantes pediram igualmente que o poder do dia parasse de perseguir vozes e opiniões contrárias e discordantes. (Raf. Ricardo) (Maputo) Depois de o Presidente da República, Filipe Nyusi, ter anunciado, num comício popular, a total abertura para a inclusão dos mediadores internacionais, condição que a Renamo exige para o início e andamento efectivo do diálogo entre as partes, o presidente da Renamo, Caminhos para o fim da tensão política e militar Dhlakama anuncia avanços e consensos Afonso Dlhakama, convocou, na passada sexta-feira, a imprensa, para anunciar que chegou a acordo com Filipe Nyusi. Ou seja, o diálogo irá sim contar a participação de mediadores internacionais indicados pela Renamo. Falando em teleconferência, a partir da “parte segura”, algures na serra da Gorongosa, Dhlakama disse que conversou longamente com Filipe Nyusi, na passada terça e quartafeira, sobre a situação política e militar do país. Segundo ele, “houve entendimento mútuo” em relação à inclusão de mediadores, nomeadamente a União Europeia, África do Sul e a Igreja Católica nas conversações entre o Governo e a Renamo. Aliás, disse Dhlakama, os dois acordaram que é urgente resolver e, de uma vez por todas, a questão da tensão político militar, tudo na perspectiva de parar com a parar com o cenário de paralisação do país. “Fiz entender que era necessário que houvesse a mediação internacional, a União Europeia, a Africa do Sul e a Igreja católica. Ele acabou por me dizer que aceitaria e que havia de anunciar, e ontem (quintafeira), num dos comícios ele deu um cheirinho, e combinamos que no comí- cio de hoje (sexta-feira), ele vai detalhar isso. Estou satisfeito porque era um dos pontos que o governo negava” disparou Afonso Dhlakama, presidente do partido de Renamo. Encontro ao mais alto nível A este respeito, o líder da Renamo começou por recordar as emboscadas que diz ter sofrido em Setembro do ano passado. Nisto, justificou Dhlakama, não existem condições para sair em segurança do lugar seguro onde se encontra. Para sair do local onde se encontra, Dhlakama diz que as equipas negociais devem fechar todos os dossiers sobre questões de segurança e outros. Dhlakama disse que o encontro que até chegou a ser detida por causa das manifestações, militou na Renamo e foi fazer parte da equipa constitutiva do MDM. Um dos seus filhos é cotado membro da Frelimo e até é escalado em vários eventos partidários. Carrelo chegou a cogitar abandonar a vida activa partidária, para se dedicar aos negócios, mas não levou muito tempo. Em vida Carrelo desejou imortalizar em livro a sua participação em clandestinidade durante a guerra dos 16 anos, onde segundo ele, jogou um papel preponderante para o nascimento da democracia em Moçambique. (Domingos Bila) Maputo, 20.06.2016 mediaFAX nº. 6082 - Pág. 5/ 5 mediaFAX nº. 6082 - Pág. 4/ (Maputo) Na quinta sessão da comissão mista, que está a preparar o diálogo ao mais alto ní- vel consensualizou, na sexta-feira, três pontos,nomeadamente, a partilha de entendimento que existe sobre a necessidade de haver participação no diálogo de facilitadores, de mediadores e ainda o entendimento mútuo de que é necessário, urgentemente, cessar as hostiPreparação do diálogo político Comissão mista volta a reunir-se hoje lidades militares. Nos próximos tempos serão encontrados mecanismos para a materialização dos consensos alcançados. A comissão mista, que entrou em funções no dia 25 de Maio, continua a assumir que há necessidade de se acelerar o trabalho que se está a fazer. A comissão mista volta a reunir-se hoje (segunda-feira). (Rafael Ricardo) (Maputo) O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) promove, a partir de hoje até sextafeira, nas instalações do seu edifíciosede, uma acção de formação para investigadores dos Gabinetes Central e Provinciais de combate à corrupção. A acção de formação insere-se no âmbito da implementação do Plano de Actividades do GCCC e visa dotar os investigadores dos GaFormação em anti-corrupção binetes de combate à corrupção de competências técnicas para a investigação de crimes de corrupção. A mesma terá lugar sob o tema Técnicas de Investigação de Crimes de Corrupção, será orientada por um facilitador da Polícia Judiciária da República Portuguesa e com o apoio da União Europeia (UE), parceiro estratégico da Procuradoria-Geral da República (PGR).(Redacção) (Maputo) De diversos sectores, incluindo agricultura, turismo, comércio e mineração, duzentas empresas da Polónia manifestaram, sexta-feira, o seu interesse em investir em Moçambique. O interesse foi testemunhado no Fórum de Negócios Polónia-Angola-Moçambique-Brasil, que decorreu na capital da Polónia, Varsóvia. No evento, Moçambique foi representado pelo presidente da Confederação Empresarial da CPLP, o empresário Moçambicano, Salimo Abdula, que apresentou as oportunidades de investimento no país, onde destacou o crescimento económico que o país vem assinalando nos últimos vinte anos. A Polónia apresenta uma economia diversificada, dividida entre as indústrias de construção naval, produção de carvão, aço e energia elétrica. (Redacção) Polacos querem investir Publicidade Rua dos Irmãos Roby, 32 - Maputo Cel: +2 58 8 2 8119 94 0 Cel: +2 58 8 4 8119 94 0 E-mail: vcltrailer@gmail.com Fabricante de trailers. Venda de bombas Diesel. Venda de acessórios de trailers. Aluguer de trailers LEIA E DIVULGUE mediaFAX Prémio Leaders & Achivers - F l ec h a Di am an t e 20 1 6 P M R Af ri c a Site: www.savana.co.mz savana@mediacoop.co.mz mediafax@mediacoop.co.mz com Presidente da República só vai servir para selar ou rubricar o trabalho feito pelas equipas de ambas as partes, supervisionado claro, pelo grupo dos mediadores internacionais que serão anunciados dentro em breve. Em meio a gargalhadas, aquele líder afirmou que no tal dia, ha-verá espaço até para o habitual aperto de mãos, seguido dos respectivos abraços. “Eu lhe fiz entender que não era possível, depois de tudo aquilo que aconteceu em Setembro do ano passado, mesmo agora com ofensivas e mercenários que querem matar o Dhlakama. Também em termos metodológicos não é correcto que sejam os próprios líderes a negociar. É preciso que sejam os grupos de negociação. Quando tudo estiver cozinhado, já podemos apadrinhar tudo, para evitar decepcionar o povo de moçambicano e a própria comunidade internacional”, explicou. Por outro lado, Dhlakama anunciou que, nos próximos dias, as equipas negociais irão crescer de número, passando a ser constituí- dos por seis elementos de cada e não três como actualmente acontece. (Ilódio Bata)
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