segunda-feira, 20 de junho de 2016

A conversa telefónica de dois dias entre Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi

Ano 8 | número 1731 | Maputo, Segunda-Feira 20 de Junho de 2016 Sede: Av. Samora Machel n.º 11 - Prédio Fonte Azul, 2º Andar , Porta 4, Maputo | Registo: 18/GABINFO-DEC/2009 e-mail: graficocanalmoz@gmail.com | mtsgnt@gmail.com | Telefones: 823672025 - 823053185 Director: Fernando Veloso | Editor: Matias Guente | Propriedade da Canal i, lda A conversa telefónica de dois dias entre Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi Maputo (Canalmoz) – O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, anunciou, na passada sexta-feira, que, durante dois dias de conversa telefónica com Filipe Nyusi, alcan- çou consensos sobre o processo de negociações para a busca da paz. Numa teleconferência com jornalistas dos principais órgãos de comunicação social nacionais e estrangeiros, Afonso Dhlakama declarou que foi a pedido de Filipe Nyusi que convocara a imprensa, para informar aos moçambicanos e à comunidade internacional sobre a conversa que mantiveram na quarta-feira e na quinta-feira acerca da crise político-militar. “Nós os dois chegámos ao entendimento de que tínhamos que arranjar a solução, como moçambicanos, através do diálogo sério. É assim em toda parte do mundo”, afirmou o presidente da Renamo que anunciou a retomada do diálogo na Comissão Mista, que estava interrompido há duas semanas, devido a um impasse sobre os termos de referência para a realização do encontro entre Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama. O presidente da Renamo falava a partir da Gorongosa, na província de Sofala, onde diz que está a residir. Afonso Dhlakama confirmou que, durante a conversa telefónica, Filipe Nyusi aceitou a participação de mediadores internacionais nas negociações, nomeadamente a União Europeia, a África do Sul e a Igreja Católica. Convém lembrar que, durante muito tempo, Filipe Nyusi andou a dizer que não tinha como contactar o presidente da Renamo para falar com ele sobre a questão da paz no país. “Como sabem, havia problemas Publicidade 2 ano 8 | número 1731 | 20 de Junho de 2016 www.facebook.com/canalmoz por parte do Governo, que não queria ouvir falar da mediação internacional, e a Renamo insistia, com base na experiência que nós temos do passado. É um dos pontos que pude discutir com ele, e fiz-lhe entender que era necessá- rio que houvesse mesmo mediação internacional, da União Europeia, África do Sul e Igreja Católica, e ele acabou por me dizer que sim”, afirmou o presidente da Renamo. Afonso Dhlakama disse que Filipe Nyusi também aceitou que o encontro entre os dois só poderá acontecer depois de as equipas da Renamo e do Governo chegarem a consenso sobre os quatro pontos que estão na mesa das negociações. “Quando tudo for cozinhado, já podemos apadrinhar e abraçarmo-nos, para evitar decepcionar o povo de Moçambique e a pró- pria comunidade internacional”, disse o presidente da Renamo. Quando questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de um cessar-fogo imediato depois desta conversa com Filipe Nyusi, o presidente da Renamo respondeu que tal cenário é complicado, pois são necessárias garantias de segurança. “Tudo pode ser negociado para que haja a tranquilidade nas estradas e nas famílias. Gostaria, mas não posso adiantar, porque isto tem implicações. Cessar-fogo significa o quê? Pararmos, você pára, alguém que está escondido ali, você pensa que já está, parámos, alguém vai-te capturar, vai-te matar”, disse. Afonso Dhlakama declarou também que chegou a entendimento com Filipe Nyusi sobre a Comissão Mista, que actualmente é composta por seis membros, três indicados por ele, e os outros três mandatados por Filipe Nyusi. Segundo o entendimento agora alcançado, a Comissão Mista deverá ser alargada para doze elementos, sendo seis de cada lado. Essa Comissão Mista vai negociar os quatro pontos sobre os quais se alcançou consenso. Na quinta-feira, no início da sua deslocação de trabalho à província de Maputo, Filipe Nyusi afirmou, num comício popular, que aceita a presença de mediadores nas negociações entre o Governo e a Renamo, apontando como uma prioridade o fim imediato dos confrontos. Nyusi afirmou: “Vamos aceitar que haja a intervenção desse tipo de pessoas, mas o importante é que o papel dessas pessoas ajude a acabar com a guerra em Moçambique, para desenvolvermos o país”. (Bernardo Álvaro) Negociações entre Governo e Renamo deverão incluir mediadores e observadores Maputo (Canalmoz) – A Comissão Mista encarregada de preparar o encontro entre Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama, anunciou, na sexta- -feira, 16 de Junho, que o processo de negociações entre o Governo e a Renamo vai envolver mediadores da União Europeia, da África do Sul e da Igreja Católica Romana, mas também outros participantes, designados como “observadores”. Numa breve declaração à imprensa no final da quinta sessão da Comissão Mista, José Manteigas, um dos mandatários de Afonso Dhlakama, disse que o grupo de trabalho debateu este ponto, faltando acertar a terminologia que deverá ser dada aos mediadores, se serão designados por este nome ou se serão designados “facilitadores”. Mas José Manteigas garantiu que também serão convidados “observadores” para serem integrados neste processo. Outra questão debatida na Comissão Mista foi a necessidade da cessação das hostilidades militares o mais rapidamente possível. O próximo encontro desta Comissão deverá realizar-se na segunda-feira, na sede da Assembleia da República. (Bernardo Álvaro) Publicidade 3 ano 8 | número 1731 | 20 de Junho de 2016 www.facebook.com/canalmoz “Queremos que o ex-Presidente e o seu Governo respondam por estas dívidas” – Alice Mabota presidente da Liga dos Direitos Humanos “Exigir o desarmamento da Renamo é uma falácia. O Governo deve também deixar as armas” – Alice Mabota presidente da Liga dos Direitos Humanos Publicidade Centenas de pessoas saíram à rua contra a guerra e as dívidas escondidas Maputo (Canalmoz) – Centenas de cidadãos saíram à rua, no passado sábado, numa manifestação pacífica contra a guerra e as dívidas escondidas. Os manifestantes levantaram a voz contra a intolerância política e as execuções sumárias. Empunhando cartazes com diversas mensagens e entoando cânticos, exigiram a responsabilização dos autores das dívidas escondidas e o fim da guerra. “Atum na lata, ladrão na cadeia” foi um dos dizeres dos cartazes que chamou atenção durante a marcha, que teve o seu início por volta das 8h00 na estátua de Eduardo Mondlane e seguiu o percurso Av. Eduardo Mondlane – Av. Karl Marx – Av. Ho Chi Minh, até desaguar na Praça da Independência. Em corro, os manifestantes gritaram exigindo a responsabilização pelas dívidas escondidas. A presidente da Liga dos Direitos Humanos, Alice Mabota, disse que acredita que a marcha vai ter algum efeito e que o ex- -Presidente e o seu Governo devem responder por estas dívidas. Sobre a guerra, Alice Mabota afirma que as duas partes devem abandonar as armas, visto que, segundo diz Alice Mabota, a Renamo não luta sozinha. “Exigir o desarmamento da Renamo é uma falácia. O Governo deve também deixar as armas”, afirma Alice Mabota. Polícia serena A Polícia esteve presente em todo o trajecto da marcha. Armada e com cães, a Polícia, contrariamente ao que tem acontecido em outras manifestações, não interveio. No final da marcha, a organização da marcha leu um manifesto. A organização afirma: “As explicações dadas pelo Governo tentam fazer-nos crer que a situação será gerível com custos mínimos, mas deixam de lado o essencial: quem são os burlões que lesaram o Estado em 2,2 biliões? Quando serão levados à Justiça? Serão os seus bens confiscados para amortizar a dívida?”. Nyusi deve suspender as acções militares Numa das passagens do manifesto, as organizações não-governamentais que participaram na marcha exigem que Filipe Nyusi “suspenda de imediato todas as acções militares e garanta a transmissão pública e em directo das rondas de negociação entre as partes beligerantes” para que os cidadãos “possam acompanhar a evolução das mesmas, garantindo que possam ajuizar da transparência e honestidade das duas partes”. Querem que Filipe Nyusi garanta a efectiva informação às famílias que “perderam os seus entes queridos em acções militares, pois a maioria só sabe que os filhos ou parentes foram mobilizados, mas desconhece o seu destino, o que é muito cruel”. Consideram que deve “dirigir-se à Nação para apresentar a sua posição sobre a situação da dívida pública, incluindo as medidas a serem tomadas para responsabilização dos culpados e mitigação dos efeitos negativos”. 4 ano 8 | número 1731 | 20 de Junho de 2016 www.facebook.com/canalmoz Publicidade Publicidade Ministério da Agricultura apresenta proposta de isenções aduaneiras para o sector Maputo (Canamoz) – O Ministé- rio da Agricultura vai apresentar, até Agosto próximo, à Assembleia da República, para a debate, uma proposta de legislação para isenção de taxas aduaneiras na importação de equipamento agrícola e fertilizantes. Segundo o director da Agricultara e Sivicultura, Momed Valá, que falava na sexta-feira, em Marracuene, por ocasião da I Reunião Nacional da Agricultura e silvicultura, um dos pontos levantados pelas associações de agricultores tem a ver com a redução ou eliAssembleia da República Da Assembleia da República, as organizações não-governamentais que participaram na marcha exigem que tome medidas para “repor a normalidade constitucional e venham a público informar as medidas tomadas e a sua relevância na defesa do nosso Estado de Direito”. PGR deve investigar As organizações não-governamentais que participaram na marcha querem que a Procuradoriaminação de taxas aduaneiras na importação de material agrícola. Momed Valá diz que, durante a reunião, os agricultores pediram a isenção de taxas aduaneiras na compra de peças de tractores e equipamentos. Acrescentou que isto vai facilitar que os preços baixem e os custos de produção reduzam. “Temos custos de produção muito elevados. A isenção vai proporcionar maior competitividade. Se forem retiradas todas taxas na importação de fertilizantes, os produtores vão ter algum subsídio que irá per- -Geral da República garanta a realização de investigações claras e transparentes, com a participa- ção de uma equipa de técnicos independentes e competentes, nacionais e internacionais, sobre “os assassinatos e execuções políticas, de modo a desmascarar os que montaram e gerem esta máquina de morte e violência; os raptos em Moçambique, para que de uma vez por todas se desmontem as quadrilhas de crime organizado no país; a existência de valas comuns para mitir que os produtos tenham pre- ços mais competitivos”, afirmou. Competividade só daqui a dez anos Momed Valá disse que, se a legislação sobre isenções for aprovada ainda este ano, deverá entrar em vigor até ao primeiro trimestre de 2017. “É esta a competitividade que queremos. Não será de imediato que vamos resolver o problema. Paulatinamente e nos próximos dez anos, vamos ser mais competitivos. (Cláudio Saúte) a identificação das vítimas, formas de execução e recolha de testemunhos sobre as condições do seu desaparecimento ou rapto; o processo de endividamento, identificando os responsáveis e rastreando para onde o dinheiro foi encaminhado, através de uma auditoria forense independente; que se proceda à abertura de processos judiciais para todas as investigações acima discriminadas e, no caso da dívida pública, confiscação dos bens dos responsáveis”. (André Mulungo) Visite o nosso facebook www.facebook.com/ 5 ano 8 | número 1731 | 20 de Junho de 2016 www.facebook.com/canalmoz por Adelino Timóteo Canal de Opinião Pobre de um pobre povo com um Governo rico de sujo Beira (Canalmoz) – Há coisas que, mesmo lavando com muita persistência, jamais ficarão limpas. Uma delas é o Governo. O Governo tenta lavar-se no assunto do descaminho dos fundos, mas, debaixo, há uma nódoa que não sai nem mesmo com lixívia, nem mesmo com “javel”. O Governo tenta minimizar que a crise não afectará o povo, mas a imundície é tamanha que não tem como encobrir, mesmo que o tente, pois tudo está aí à vista desarmada. O Governo pode usar “omo” para iludir a corrupção, mas há uma marca indelével que nenhum detergente pode remover. O Governo pode desdobrar-se em explicações, reuniões, conferências, mas, atrás, tem o seu sórdido cortinado, sobre o qual o Governo jamais conseguirá iludir. Está tudo tão sujo, que nem com a farsa, nem com disfarce, jamais ficará limpo. O Governo pode colocar mil vezes a sua descabelada explicação numa máquina lavadora, para a lavagem da mentira e da corrupção, mas tudo está lá. Intacto no pano. Nem com acetona, não sai. Nem com diluente, também não. Com petróleo, pior. O Governo tenta usar as suas fórmulas. Mas nem com a manipula- ção, toda a gente consegue ver o que está lá. Toda a gente consegue ver que o Governo é o factor da insegurança, dos assassinatos, da transparência e da retracção de apoio dos doadores. Nem com a extravagância de discursos e explicações rascas, a sujidade lá está. Nem com a sua cativadora palavra, não conseguirá doravante atrair a nossa perplexidade. Nem mesmo com a sua técnica cativadora de explicações baseadas na mão externa, não voltará a iludir, porque os agentes causadores da crise económica são da mão interna, devidamente identificados. Nem mesmo com os seus famosos encapsulados que servem de antenas multiplicadoras, toda a gente sabe quem são os agentes da mão interna interessados nesta guerra civil em que o país está mergulhado. Tudo está tão sujo como a água turva, e só o Governo não vê, porque não quer ver. O país das Maravilhas que o Governo tenta mostrar é esse condenado à tristeza e à amargura, e há intocá- veis da nossa classe política responsáveis por este estado desolador que atravessamos, a passearem-se. O país das Maravilhas que o Governo tenta mostrar ao mundo é a purga levada a efeito pelos seus agentes, a retractação a que tem forçado os jornalistas, para desmentirem o indesmentível. A sujidade do lençol nodoso que toda a gente vê, sem precisar de binóculos, a carniçaria de um Executivo que perdeu o humanismo, o escrúpulo e o respeito pela vida humana. O Governo pode continuar a tentar branquear-se, pode tentar maquilhar-se do lado onde está a borra, mas toda a gente sabe onde está exactamente a mancha. Toda a gente sabe quem chantageia os cientistas sociais que têm alertado para o que eles não querem ver, de tão obcecados que estão em esconder os lençóis sujos de lama e de sangue. Toda a gente sabe o nexo de causalidade de toda a saga de violência que se vive no país. Os assassinatos, as chantagens, as ameaças são reveladores do desespero de que o Governo já não sabe como se lavar, pois, no exercício da forçada esfrega, esgotou o sabão, o “omo”, os diluentes líquidos e em pó para se lavar, e não consegue, mesmo com recurso a desinfectantes. Nem com creolina, este Governo não se limpa. E como nenhuma lavandaria dos seus G40 lhe serve com eficácia, o que resta ao Governo, de consolação, para lavar a sua face sórdida, são as armas contra cidadãos independentes e indefesos. O único argumento com que esse tristemente Governo conta para salvar a honra, que não tem, o bom nome, de que também não dispõe, a dignidade, que infelizmente deixou escapar-se-lhe, são as balas. A única substância capaz de lavar esse Governo seria a humildade. Coisa infelizmente com que ele não conta, e está longe de ter. Pobre de um pobre povo com um Governo rico de sujo. (Adelino Timóteo) Publicidade www.facebook.com/ Visite o nosso facebook 6 ano 8 | número 1731 | 20 de Junho de 2016 www.facebook.com/canalmoz Jó Capece lança “Resgate do saber das comunidades locais” Maputo (Canalmoz) – O “Resgate do saber das comunidades locais, sugestões para a melhoria do ensino de Ciências Naturais do 1.º Grau” é a obra que foi apresentada ao público por Jó António Capece, na passada sexta-feira, na cidade da Matola, província de Maputo. Com prefácio de Alípio Casali, da Universidade Pontíficia de São Paulo, no livro, o autor fala de coisas simples, como uma rede de pesca, um artesanato decorativo, que traduz para uma linguagem físico-matemática. A obra é editada pela “PubliFix”, com financiamento do Fundo Nacional de Investigação, e procura introduzir um olhar crí- tico e de aprendizagem em Mo- çambique, principalmente na disciplina de Ciências Naturais no Ensino Primário do primeiro grau. Ao “Canalmoz”, Jó Capece disse que se trata de um trabalho de pesquisa feito na zona centro do país, nomeadamente em duas comunidades da cidade da Beira e três do Dondo, na província de Sofala, onde trabalhou com cesteiros, artesãos e pescadores do Rio Zambeze. Essencialmente, o autor diz que foi pesquisar os “saberes locais”, ou seja, o que é que os cidadãos têm, que eles trabalham e não sabem que nesse trabalho existe ciência que pode ser levada da comunidade para a escola. “Dessa auscultação, constatei que os saberes que as comunidades locais detêm, quando bem sistematizados, podem e devem ser apropriados e socializados para o curriculo oficial”, disse Capece. Ele diz que os saberes locais possuem elementos que são de grande valor e que devem ser aproveitados para o saber escolar. Afirma que, por consequência, torna-se urgente que a formação de professores, sobretudo para o Ensino Primário do primeiro grau e na disciplina de Ciências Naturais inclua a possibilidade de apropria- ção desta riqueza cultural e acientífica que está presente, às vezes de forma latente, na comunidade. “É minha convicção que, na formação de educadores, deve haver espaço para a criação duma metodologia que leve o educadora o “garimpo” à procura dos saberes locais junto às comunidades, para que seja capaz de “aprender” o que existe do universal no saber local, convertendo- -se no saber escolar”, considera Jó Capece diz que é sua convicção que, na formação de educadores deve haver a possibilidade de criar uma metodologia que leve o educador à procura dos “saberes locais” existentes na comunidade, para que ele seja capaz de aprender o que existe de universal no saber local, convertendo-o em saber escolar. Jó António Capece nasceu no Luabo, no distrito de Chinde, província da Zambézia, em Janeiro de 1954. Possui o grau de Licenciatura em Ensino de Física, pelo Instituto Superior Pedagógico (actual Universidade Pedagógica), o doutoramento em Educação de Currículo, pela Universidade Católica de São Paulo do Brasil, e tem pós-graduaçao em Educação. Foi professor na Escola Industrial e Comercial “Joaquim Mara”, em Chimoio, professor de Física e director da Universidade Pedagógica na Beira. Actualmente, lecciona e faz regências nas seguintes disciplinas: Métodos de Investigação Científica; Física Estatística e Termodinâmica; Mecânica Quântica e Estatística; Teorias de Desenvolvimento Curricular; Avaliação Curricular. (Bernardo Álvaro) Anuncie no Contacte-nos: canalipdfs@gmail.com ou graficocanalmoz@gmail.com Telefone: (+258) 82 36 72 025| (+258) 82 30 53 185 | (+258) 84 31 35 996 Publicidade
Maputo, 20.06.2016 5 v Assinaturas mensais - Ordinária: 20 USD* Institucional: 35 USD* Embaixadas e ONG’s estrangeira: 50 USD - Outras moedas ao câmbio do dia mediaFAX Maputo, Segunda-feira, 20.06.16 *Nº6082 De segunda a sexta, um diário no seu fax ou e-mail * Propriedade e edição: mediacoop SA * Editor: Fernando Mbanze * Sede: Av. Amilcar Cabral, nº.1049 - C.P. 73 * Maputo-Moçambique Telfs: 21301737/327631 ou 823171100, 843171100 *Fax:21302402 * E-mail: mediafax@mediacoop.co.mz *INTERNET: www.savana.co.mz Delegação na Beira: Prédio Aruângua, nº. 32 - Apartamento A - 1º. Andar *Telef. & Fax 23327957 * C.Postal 15 mediaFAX Pág. 1/5 Publicidade É tarde porque tanta gente já foi morta sem a mínima e qualquer culpa. É tarde porque muita gente já foi privada dos seus pais, tios, primos…enfim, dos seus próximos. É tarde porque muitas infraestrutu-ras públicas e privadas foram destruídas. É tarde porque potenciais projectos empresariais foram pelos ares. É tarde porque muitos empresários nacionais e estrangeiros foram acumulando, nos últimos anos, prejuízos incalculáveis e de difícil recupe-ração. É tarde porque o país vem perdendo a credibilidade que tinha conseguido acumular na história dos 20 anos que os moçambicanos conseguiram manter a paz e tenta-ram cultivar a reconciliação. É tarde sim, para tudo isso e mais alguma coisa. Entretanto, não é tarde para os moçambicanos tentarem, uma editorial Apesar de tarde… (Maputo) A Procuradora Geral da República, Beatriz Buchili, estará, esta quarta e quinta-feira, nas instalações da Assembleia da República para a chamada “informação anual sobre o estado de legalidade e justiça”. Entretanto, uma vez mais, o documento a ser apresentado, a que o mediaFAX teve acesso, não traz quase nada de novo, senão a descrição dos acontecimentos que marcaram o ano de 2015, isto no que concerne a administração da justiça. No capítulo sobre os raptos, por exemplo, a procuradoria vai partilhar, Informe anual Buchili na Assembleia da República com os mandatários do povo, números que revelam a ocorrência, no ano passado, de um total de 19 casos, contra 42 do ano anterior (2014), o que representa uma redução de 23 casos. De acordo com a PGR, foram acusados, neste período, 36 processos contra 20 de igual período anterior, julgados 14 contra 18 e os arguidos sido condenados a penas que variam de 12 a 23 anos de prisão maior. Em 14 casos recaíram despachos de abstenção e 23 encontram-se em instrução preparatória.(Redacção) Maputo, 20.06.2016 mediaFAX nº. 6082 - Pág. 2/ 5Publicidade (No Recinto da Escola Náutica) Reservas pelo tel:21301408, 843053209, Fax:21327691 E-mail: maputowaterfront@tdm.co.mz Site: www.maputowaterfront.net Sábado, dia 24 de Junho/19h, música internacional com Ze Barata ou Fernando Luís C o C k t a i l d a s e m a n a Sex On The Beach 13 de Junho -Sopa de Vegetais, Arroz de Garoupa 14 de Junho-Sopa de Grao de Bico, Caldeirada de Lulas, Arroz Branco de segunda à domingo Almoço Expresso - 12h – 15h00 De Segunda a Sexta-Feira Pratos saborosos da cozinha tradicional Mocambicana, servidos em menos de 10min, para satisfazer o seu paladar a 250,00mt A sopa não está incluída no preço do prato do dia. Principais Câmbios MZN em 16 de Junho de 2016 Moeda Compra Venda ZAR/MT 3,83 3,90 USD/MT 58,35 59,53 GBP/MT 82,27 84,40 EUR/MT 65,84 67,18 ZAR/MT 2,93 2,99 Fonte: Nota: Cotações válidas apenas para montantes inferiores ao contravalor de 5.000 USD (cinco mil dólares americanos) (Beira) Fernando Carrelo, membro sénior da Renamo, morreu no Fernando Carrelo Lendário membro da Renamo morre vítima de doença passado dia 11 de Junho, no Hospital Central da Beira, vítima de doença. Carrelo era empresário e um dos cotados amigo de Afonso Dhlakama.  A  viúva  de  Fernando Carrelo, Dulce Carrelo, disse ao mediaFAX, que o malogrado vinha lutando pela vida durante dois nos, depois que lhe foi diagnosticado uma infecção nos pulmões. “Ele adoeceu durante muito tempo, lutou e finalmente não aguentou e nos deixou”, explicou Dulce Carrelo, que é quadro fundadora do partido de Daviz Simango vez mais, encontrar os caminhos da reconciliação. Não é tarde para deixar a razão falar. Não é tarde para aprendermos dos nossos erros e, se calhar, de erros alheios. Não é tarde para aprendermos, de uma vez por todas, que a guerra nada resolve, senão matar pessoas inocentes e atrasar o desenvolvimento. Não é tarde para aprendermos que não existe condicionalismo e nem razão alguma que deve ser usada como justificação para promo-ver e perpetuar o sofrimento do povo. É pois, por isso, que os sinais de esperança emitidos pelo Presidente da República, Filipe Nyusi e pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, devem vingar. Devem triunfar, pondo de lado todos e quaisquer interesses pessoais que possam existir, tanto de um como do outro lado. Agindo desta maneira, acreditamos que Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama estarão a escrever positivamente os seus nomes na história deste país que, precisa de gente que consegue promover a reconciliação e, ao mesmo tempo, “matar” ó odio. Acreditamos nós que é possí- vel sim acomodar as queixas de quem se julga injustiçado sem, necessariamente, pôr em causa a lei fundamental. Os políticos estão conscientes disso, daí que todos os dias se apela ao bom senso e a necessidade de encontrarmos caminhos políticos para resolver o actual problema político. Para isso, basta vontade, como aliás já foi demonstrado pelas duas partes. É tempos de mostrarmos o nosso compromisso com a paz. É hora de mostrarmos que sim, somos capazes de cultivar a paz e a reconc i l i a ç ã o nacional.(fernando.mbanze@mediacoop.co.mz) O funeral de Fernando Carrelo aconteceu quarta-feira última. Na qualidade de membro da Assembleia Provincial de Sofala, eleito pela bancada da Renamo, no círculo eleitoral da Beira, o seu velório aconteceu no espaço onde funciona a Assembleia Municipal daquela urbe. Fernando Carrelo tornou-se quase uma lenda política no partido de Afonso Dhlakama devido a sua versatilidade e capacidade que tinha de lidar com os seus adversários políticos. Na época em que um membro da Renamo não devia ser visto a tomar um café com o da Frelimo, Carrelo quebrava os preconceitos. Dizia publicamente o que andava errado no seu partido, o que não era comum entre os militantes. Carrelo chegou mesmo a convocar uma conferência de imprensa para denunciar métodos poucos transparentes para admissão de candidatos a deputados da Assembleia da República pelo seu partido. Carrelo militava na Renamo desde a sua fundação. Ele, na qualidade de empresário, actuava na clandestinidade durante a guerra dos 16 anos e, somente em 1993, se identificou publicamente como sendo membro do partido de Afonso Dhlakama. Sucessivamente financiou as actividades partidárias. A família Carrelo é constituída por políticos que militam em formações políticas diferentes, realidade que admira muita gente. Carrelo sempre militou na Renamo, tendo num certo período apoiado o então candidato independente, Daviz Simango, aquando da desinteligência com Afonso Dhlakama. A sua esposa, Dulce Carrelo, Maputo, 20.06.2016 5 Publicidade Venha disfrutar do nosso maravilhoso e exotico espaco para casamentos e eventos ao ar livre, resguardado de plantas e arvo-res que proporcionam um bem estar num ambiente harmonioso Aluguer do espaço / Servicos de cateringAniversários, Baptisados, Casamentos, Seminários, Eventos 50- 250 Pessoas RESERVAS/INFORMACOES: 84 3875595 *174, Rua 12.338, Matola-Mozambique E-mail: info@quintajazzclube.com Site: www.quintajazzclube.com mediaFAX nº. 6082 - Pág. 3/ (Maputo) Mais de cinco centenas de pessoas percorreram, no último sábado, as ruas da cidade de Maputo, em protesto contra a actual situação política, militar, económica e social do país. Organizada por Organizações da Sociedade Civil, a marcha pacífica foi marcada por mensagens de repúdio à guerra, à criminalidade e ainda por mensagens críticas em torno do alto endividamento público do país. Em relação à tensão política, os Devido a situação político-económica Mais de 500 disseram “BASTA” manifestantes pediram aos políticos para encontrarem caminhos que possam devolver a paz efectiva ao país, enquanto que em relação à dívida pública pediram a responsabilização efectiva e exemplar das pessoas que estiveram por detrás da contratação de avultadas dívidas, sem conhecimento dos moçambicanos. Com o lema “pelo direito à esperança”, os marchantes pediram igualmente que o poder do dia parasse de perseguir vozes e opiniões contrárias e discordantes. (Raf. Ricardo) (Maputo) Depois de o Presidente da República, Filipe Nyusi, ter anunciado, num comício popular, a total abertura para a inclusão dos mediadores internacionais, condição que a Renamo exige para o início e andamento efectivo do diálogo entre as partes, o presidente da Renamo, Caminhos para o fim da tensão política e militar Dhlakama anuncia avanços e consensos Afonso Dlhakama, convocou, na passada sexta-feira, a imprensa, para anunciar que chegou a acordo com Filipe Nyusi. Ou seja, o diálogo irá sim contar a participação de mediadores internacionais indicados pela Renamo. Falando em teleconferência, a partir da “parte segura”, algures na serra da Gorongosa, Dhlakama disse que conversou longamente com Filipe Nyusi, na passada terça e quartafeira, sobre a situação política e militar do país. Segundo ele, “houve entendimento mútuo” em relação à inclusão de mediadores, nomeadamente a União Europeia, África do Sul e a Igreja Católica nas conversações entre o Governo e a Renamo. Aliás, disse Dhlakama, os dois acordaram que é urgente resolver e, de uma vez por todas, a questão da tensão político militar, tudo na perspectiva de parar com a parar com o cenário de paralisação do país. “Fiz entender que era necessário que houvesse a mediação internacional, a União Europeia, a Africa do Sul e a Igreja católica. Ele acabou por me dizer que aceitaria e que havia de anunciar, e ontem (quintafeira), num dos comícios ele deu um cheirinho, e combinamos que no comí- cio de hoje (sexta-feira), ele vai detalhar isso. Estou satisfeito porque era um dos pontos que o governo negava” disparou Afonso Dhlakama, presidente do partido de Renamo. Encontro ao mais alto nível A este respeito, o líder da Renamo começou por recordar as emboscadas que diz ter sofrido em Setembro do ano passado. Nisto, justificou Dhlakama, não existem condições para sair em segurança do lugar seguro onde se encontra. Para sair do local onde se encontra, Dhlakama diz que as equipas negociais devem fechar todos os dossiers sobre questões de segurança e outros. Dhlakama disse que o encontro que até chegou a ser detida por causa das manifestações, militou na Renamo e foi fazer parte da equipa constitutiva do MDM. Um dos seus filhos é cotado membro da Frelimo e até é escalado em vários eventos partidários. Carrelo chegou a cogitar abandonar a vida activa partidária, para se dedicar aos negócios, mas não levou muito tempo. Em vida Carrelo desejou imortalizar em livro a sua participação em clandestinidade durante a guerra dos 16 anos, onde segundo ele, jogou um papel preponderante para o nascimento da democracia em Moçambique. (Domingos Bila) Maputo, 20.06.2016 mediaFAX nº. 6082 - Pág. 5/ 5 mediaFAX nº. 6082 - Pág. 4/ (Maputo) Na quinta sessão da comissão mista, que está a preparar o diálogo ao mais alto ní- vel consensualizou, na sexta-feira, três pontos,nomeadamente, a partilha de entendimento que existe sobre a necessidade de haver participação no diálogo de facilitadores, de mediadores e ainda o entendimento mútuo de que é necessário, urgentemente, cessar as hostiPreparação do diálogo político Comissão mista volta a reunir-se hoje lidades militares. Nos próximos tempos serão encontrados mecanismos para a materialização dos consensos alcançados. A comissão mista, que entrou em funções no dia 25 de Maio, continua a assumir que há necessidade de se acelerar o trabalho que se está a fazer. A comissão mista volta a reunir-se hoje (segunda-feira). (Rafael Ricardo) (Maputo) O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) promove, a partir de hoje até sextafeira, nas instalações do seu edifíciosede, uma acção de formação para investigadores dos Gabinetes Central e Provinciais de combate à corrupção. A acção de formação insere-se no âmbito da implementação do Plano de Actividades do GCCC e visa dotar os investigadores dos GaFormação em anti-corrupção binetes de combate à corrupção de competências técnicas para a investigação de crimes de corrupção. A mesma terá lugar sob o tema Técnicas de Investigação de Crimes de Corrupção, será orientada por um facilitador da Polícia Judiciária da República Portuguesa e com o apoio da União Europeia (UE), parceiro estratégico da Procuradoria-Geral da República (PGR).(Redacção) (Maputo) De diversos sectores, incluindo agricultura, turismo, comércio e mineração, duzentas empresas da Polónia manifestaram, sexta-feira, o seu interesse em investir em Moçambique. O interesse foi testemunhado no Fórum de Negócios Polónia-Angola-Moçambique-Brasil, que decorreu na capital da Polónia, Varsóvia. No evento, Moçambique foi representado pelo presidente da Confederação Empresarial da CPLP, o empresário Moçambicano, Salimo Abdula, que apresentou as oportunidades de investimento no país, onde destacou o crescimento económico que o país vem assinalando nos últimos vinte anos. A Polónia apresenta uma economia diversificada, dividida entre as indústrias de construção naval, produção de carvão, aço e energia elétrica. (Redacção) Polacos querem investir Publicidade Rua dos Irmãos Roby, 32 - Maputo Cel: +2 58 8 2 8119 94 0 Cel: +2 58 8 4 8119 94 0 E-mail: vcltrailer@gmail.com Fabricante de trailers. Venda de bombas Diesel. Venda de acessórios de trailers. 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Quando tudo estiver cozinhado, já podemos apadrinhar tudo, para evitar decepcionar o povo de moçambicano e a própria comunidade internacional”, explicou. Por outro lado, Dhlakama anunciou que, nos próximos dias, as equipas negociais irão crescer de número, passando a ser constituí- dos por seis elementos de cada e não três como actualmente acontece. (Ilódio Bata)

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