domingo, 15 de maio de 2016

Governo moçambicano corta ajudas à sociedade civil


mediaFilipe Nyusi, presidente de Moçambique, que atravessa uma crise social, económica e militarMiguel Martins/RFI
Depois do anúncio de corte nas ajudas ao orçamento do estado de Moçambique pela comunidade internacional, o governo moçambicano veio agora pedir desculpas por ter escondido a sua dívida pública, enquanto vai anunciando cortes nas subvenções à sociedade civil.  
O governo de Maputo mostra-se inclinado a cortar nas subvenções que dá anualmente à sociedade civil, nomeadamente, associações de cariz social e cultural, no seguimento da decisão dos países doadores ocidentais de reduzir a sua ajuda ao orçamento do estado de Moçambique, por incúria nas contas públicas.
Aliás, esta sexta-feira, 13 de maio, o ministro moçambicano da Economia, Adriano Maleiane, veio a público, pedir desculpas pelo facto de o seu governo ter escondido à opinião pública dívidas contraídas entre 2013 e 2014.
O governo está a pedir desculpas à sociedade moçambicana, por não ter divulgado dívidas de 622 milhões de dólares do ano de 2013 e de 535 milhões de dólares respeitantes ao ano de 2014, sublinhou o ministro.
Estas desculpas do governo moçambicano, vieram no seguimento da carta do G14, grupos de países doadores que dão sustentabilidade ao orçamento do Estado moçambicano, anunciando que suspendiam essa ajuda, assim como o FMI, que anunciou suspender a segunda parcela de um empréstimo feito a Moçambique.
Foi neste contexto, que o governo, alegando que não teria verbas para apoiar certos programas sociais, optou pelo anúncio próximo de cortes nos subsídios a certas organizações e associações da sociedade civil. 
Só que para o economista moçambicano, António Francisco, a ajuda que o estado concede à sociedade já é tão limitada, que a verificar-se esta suspensão seria ridículo.
António Francisco, Economista moçambicano13/05/2016Ouvir
Voltaremos a este assunto no nosso magazine de Economia da próxima sexta-feira, 20 de maio. 

Sem comentários: