sábado, 21 de novembro de 2015

Mapa do Terror: Relatório revela que Boko Haram mata mais que o Estado Islâmico

Militante do grupo terrorista Estado Islâmico


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MUNDO
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O número de mortes causadas pelo terrorismo subiu 80% e atingiu um recorde histórico no último ano: foram 32.658 vítimas no mundo todo - a maior parte concentrada em cinco países, e quase metade delas por conta do Boko Haram e do Estado Islâmico, segundo o Índice do Terrorismo Global 2015.

Elaborado pelo Instituto para a Economia e Paz (IEP), de Sydney, orelatório revela que os militantes da Nigéria matam mais pessoas do que os seus aliados do Iraque e da Síria. Não que haja uma competição entre os dois movimentos extremistas: o Boko Haram jurou lealdade ao Estado Islâmico em março deste ano. 
Segundo a pesquisa, os jihadistas africanos tomaram a vida de 6.644 pessoas em 2014, em comparação com as 6.073 vítimas fatais do autoproclamado califado islâmico no Oriente Médio. Juntos, os dois foram responsáveis por 51% de todas as mortes reivindicadas por grupos terroristas no ano passado, e por quase 40% de todas as mortes causadas pelo terrorismo global (incluindo baixas em campo de batalha, por exemplo).
Boko Haram e Estado Islâmico em números
Boko Haram e Estado Islâmico em números
O estudo mostra que o Iraque continua a ser o país mais impactado pelo jihadismo, com 9.929 mortes registradas em 2014, mas indica também um impressionante aumento de 300% no número de fatalidades sofridas pela Nigéria – embora outros grupos militantes, além do Boko Haram, sejam parcialmente responsáveis por essa escalada. Em particular, os militantes Fulani mataram 1.229 pessoas no país africano.
O Estado Islâmico, por sua vez, matou mais gente em combate do que em atos de terrorismo. O grupo foi responsável por, pelo menos, 20.000 mortes no campo de batalha ao longo do ano, em confrontos diversos com combatentes estatais e não-estatais.
O Talibã, grupo mais mortífero de 2013, ficou em terceiro lugar em 2014, tirando a vida de 3.477 pessoas por meio de ataques terroristas. Apesar da queda no ranking, o número de vítimas ainda representou um aumento de 38% no histórico do grupo. Além disso, segundo o relatório do IEP, o Talibã continua a ser segunda força terrorista que mais mata em campo de batalha, atrás apenas do Estado Islâmico.
Comparado ao ano anterior, o número de mortes por terrorismo em todo o mundo aumentou 80% em 2014. Foram 32.658 vítimas, em comparação com 18.111 em 2013. Trata-se do maior número já registrado na história, sendo quase 10 vezes maior do que o do ano 2000, quando 3.329 pessoas foram mortas por terroristas.
De acordo com o estudo, 78% de todas essas mortes aconteceram no Afeganistão, no Paquistão, na Síria, no Iraque e na Nigéria, onde também ocorreram 57% de todos os ataques.
Ataques terroristas em 2014
Ataques terroristas em 2014
 No entanto, a ameaça está se espalhando. O número de países que registraram mais de 500 mortes relacionadas ao terrorismo aumentou de 5 para 11 em 2014, com a adição da Somália, da Ucrânia, do Iêmen, da República Centro-Africana, do Sudão do Sul e de Camarões.
O relatório não inclui os ataques terroristas deste ano, como o massacre na sede do Charlie Hebdo, em janeiro, e os atentados simultâneos do último dia 13 de novembro, na França, ou obombardeio do avião russo no Egito, em 31 de outubro, nem tampouco os últimos ataques massivos no Líbano ena Turquia.
Além da perda de vidas, diz o relatório, o terrorismo tem um alto custo econômico nos países afetados. Segundo o IEP, estimativas conservadoras afirmam que os danos causados por atividades terroristas em 2014 foram de U$ 52,9 milhões, um aumento de 61% em comparação com o ano anterior, e de 10 vezes em relação a 2000.
Cabe notar, entretanto, que a guerra ao terror continua a ser mais cara do que os danos diretos causados pelos terroristas. Estima-se que U$ 117 bilhões tenham sido gastos em âmbito global por países ansiosos para reforçar a segurança nacional contra ameaças de terrorismo.
Também se deve destacar, do relatório, que 70% dos ataques cometidos no Ocidente desde 2006 são realizados por indivíduos sem ligação direta a um comando central, de maneira relativamente autônoma (os chamados “lobos solitários”). 
Além disso, é importante notar que 80% dessas mortes podem ser atribuídas ao extremismo de direita, ao ultranacionalismo, ao supremacismo, a formas de extremismo antigovernamentais e a outros tipos de ideologias políticas, em vez de recaírem unicamente no espectro do fundamentalismo islâmico.
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