A Rússia superou inúmeras dificuldades causadas pelo colapso da URSS e está construindo uma avançada frota de submarinos que representa um sério desafio para seus rivais, de acordo com o analista militar Dave Majumdar.
"Embora nem perto de ser tão grande ou tão capaz como a outrora poderosa frota de submarinos soviéticos, alguns dos mais avançados designs do final da era soviética estão começando a entrar em serviço", escreveu ele, em artigo para a revista National Interest.
Segundo o analista, o melhor exemplo disso é o submarino nuclear de ataque K-329 Severodvinsk, do Projeto 885 Yasen, cuja construção começou em 1993, mas cuja entrada em serviço se deu apenas em 2014.
Apesar do fato de a entrega da embarcação ter sido repetidamente adiada devido a problemas financeiros e de que muitos de seus componentes tornaram-se obsoletos, o Severodvinsk ainda é "o submarino mais capaz da frota russa", de acordo com Majumdar.
A este propósito, o autor lembrou as palavras ditas no ano passado pelo contra-almirante norte-americano Dave Johnson, diretor executivo do programa Naval Sea Systems Command (NAVSEA), durante um simpósio na Virgínia.
"Nós enfrentaremos adversários potenciais difíceis. Basta apenas olhar para o Severodvinsk, versão russa de um SSGN [submarino nuclear lançador de mísseis de cruzeiro]”, dissera o oficial, acrescentando que ficara tão impressionado com o submarino russo que mandara construir um modelo da embarcação em uma área comum do lado de fora de seu escritório, para que pudesse observá-lo todos os dias quando estivesse indo ao trabalho.
Segundo o artigo da National Interest, o Severodvinsk incorpora muitas das tecnologias de automação da URSS desenvolvidas durante os anos 1970 e 1980 com os barcos do Projeto 705 da classe Lira, mais conhecida pelo codinome usado pela OTAN, “classe Alfa”.
Construídos com cascos de titânio e reatores resfriados a metal líquido, os submarinos da classe Alfa foram as mais rápidas embarcações operacionais já construídas, bem como as que chegavam às maiores profundidades de mergulho.
O Severodvinsk, porém, tem uma estrutura mais leve do que os submarinos de outras classes soviéticas. Com 13.800 toneladas e 119 metros de comprimento, ele pode atingir até 40 nós de velocidade debaixo d’água e é muito mais silencioso que seus antecessores, segundo nota o analista militar.
Além disso, outra característica única do Severodvinsk é a incorporação de um sistema de sonar esférico chamado Irtysh-Amfora. Como resultado, a embarcação dispõe de oito tubos de torpedo, metade deles sendo de 650 mm e a outra metade, de 533 mm. Estima-se que os submarinos da classe Yasen podem transportar até 30 torpedos.
Apesar de todas as qualidades, diz Majumdar, a Marinha russa não parou no tempo em que o Severodvinsk foi lançado e pretende receber uma versão melhorada do submarino de ataque em 2016. Batizada em homenagem à cidade russa de Kazan, a nova embarcação será equipada com sensores e sistemas de armas aperfeiçoados em relação ao Severodvinsk, sendo também mais silenciosa do que este, de acordo com o analista.
A Marinha russa planeja adquirir ao menos oito submarinos da classe Yasen, sendo que quatro já foram encomendados. A terceira embarcação da série, batizada de Novosibirsk, foi entregue em julho de 2013.
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