segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Banco de Moçambique limita uso de cartões bancários no exterior

Juma Aiuba

4 h
Esta de o Banco de Moçambique começar a limitar o uso de cartões parece inveja. Não sei se isso é "justiçamente" aceitável, mas parece uma medida tomada na barraca por um grupo de fofoqueiros que já não tinham mais dinheiro para beber.
Acho que essa é uma daquelas soluções à moçambicana: procurar soluções sem antes estudar o problema com profundidade. Eu não entendo de políticas monetárias e/ou financeiras, mas algo me diz que há um grupo de 'opinion makers' tentando nos lançar areia nos olhos para nos desviarem do verdadeiro motivo da derrapagem do metical.
O governo devia, neste momento, se preocupar em fazer o seu trabalho para reverter a situação ao invés de treinar mercenários para escamutearem a verdade. Sinto muita pena do Ministro da Economia & Finanças, Adriano Maleiane - pessoa de merecido mérito moral e profissional a quem nutro muita estima e respeito. O homem virou um 'kamikazi'. Desde aquele dia que aconselhou-nos a "pedirmos dívida para não sermos esquecidos", o homem passa a vida a se embrulhar em justificações que soam a insulto aos ouvidos dos pobres eleitores. Acho que o senhor ministro & friends deviam, primeiro, desenhar estratégias válidas para depois virem falar de uma só vez ao povo. De preferência num português menos escolástico. O povo não entende essa vossa linguagem de Samuelson cheia de evasivas e subterfúgios.
Ou o metical sobe ou o dólar desce. Apenas isso! O povo agradece.

O Banco de Moçambique anunciou hoje a limitação do uso dos cartões de débito e de crédito no exterior para evitar fuga de divisas, quando a economia do país se confronta com uma forte desvalorização do metical.

Lusa

ECONOMIA FUGAS
HÁ 41 MINS
"Vamos estabelecer limites de utilização de cartões de crédito e débito no exterior", declarou em conferência de imprensa o governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, acrescentando que os bancos seriam instruídos ainda hoje para remodelarem as suas aplicações informáticas.
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Segundo Ernesto Gove, há casos de movimentações no exterior de dois milhões de dólares (1,8 milhões de euros ao câmbio atual) num ano através de um só cartão, admitindo a existência de uso ilícito deste instrumento bancário e até branqueamento de capitais.
O governador do banco central apontou que as transações através de cartões de crédito e de débito no exterior dispararam de 300 milhões de dólares (283 milhões de euros) em 2012 para 800 milhões de dólares (756 milhões de euros) no ano passado e cabe à banca comercial explicar os limites das suas condições aos clientes.
Na conferência de imprensa, Ernesto Gove referiu-se à "situação excecional" que a economia moçambicana está atravessar e que implica uma alteração dos hábitos de consumo e do modelo de importações.
Gove indicou que, entre 2010 e 2014, as exportações cresceram 123,6%, "o que é bom", mas as importações subiram 147%, o que significa que há uma desproporcionalidade, "agravando o défice da balança comercial com todos os impactos e pressionando a moeda local no sentido da depreciação".
O dólar norte-americano, que no início do ano era negociado a pouco mais de 35 meticais, estava hoje a ser transacionado a 55, segundo a cotação oficial, o que tem contribuído para a escassez de divisas no mercado, embora o Banco de Moçambique assegure ter capacidade para cobrir três meses de importações.
"Não podemos pensar que podemos levar a vida como se nada tivesse acontecido, é preciso uma atitude de todos nós, particularmente dos agentes económicos, ou, de outra forma, vamos ter sempre um défice na balança", alertou o governador do banco central, referindo-se ao "choque vindo do exterior", na forma de valorização do dólar e descida da cotação das matérias-primas, e agravado pelas intempéries do início do ano.
O governador indicou que Moçambique vai ter de encontrar prioridades para as suas importações para gerar divisas, no sentido de garantir o ciclo produtivo em matérias-primas e equipamentos, e a disponibilidade de bens de consumo essenciais, insistindo numa transformação do modelo económico.
"É fácil verificar nas grandes superfícies que há bens que podem ser produzidos localmente e é preciso trabalharmos todos nesse sentido, autoridades e setor privado, para se substituir o modelo atual", disse Ernesto Gove, recordando que Moçambique continua a gerar produtos, que, por falta de processamento local, acabam por "alimentar outras geografias" e que o país não pode continuar a ter "uma economia 'ad aeternum' de exportação de matérias-primas"
Apesar das ameaças que assolam o país, "os fundamentos macroeconómicos não estão abalados", garantiu Gove, destacando que, além das decisões já tomadas em meados de novembro de revisão das taxas de juro de referência, o banco central vai prosseguir medidas de caráter fiscal, reforçar outras ao nível monetário e manter a supervisão, de modo a garantir que a inflação permaneça baixa e a estabilidade económica.
"Os cartões de débito são um problema porque o limite de utilização é o saldo da conta ..." ... ouvi bem Governador Ernesto Gouveia Gove?! Alguém me explica o que isso significa?
Comments
Elvino Dias Concordo Dr. É que ninguém pode utilizar um cartão de crédito para além daquilo que o titular tem na sua conta. Se eu não tenho dinheiro na conta, o meu cartão é quase inútil
Antonio Chambal De certeza absoluta Dr. ele irá em outra oportunidade corrigir essa afirmação porque não sentido nenhum ou melhoria deveria incentivar mais o uso do Cartão do Débito em de o de Crédito.
Antonio Junior O cartao de debito sim mas o de credito tem muitas vezes a ver com a capacidade de endividamento. Mas o inverso tambem acontece os estrangeiros que demandam o nosso Pais. O sistema financeiro se nao estiver organizado, se nao houver controlo de divisas teremos ciclicamente este tipo de problemas. Temos que passar a ser um Pais normal onde a moeda a circular nas maos de cidadaos seja o metical e nao o dolar. Basta aplicar a Lei que ja foi aprovada a muito.
Miguel Mussequejua Totalmente sem sentido. O regime jurídico do branqueamento de capitais é muito claro sobre a matéria. Pronunciamento absolutamente desnecessário e sem sentido!

313 hrs
Liz Nkutumula Cartão de crédito é sim um buraco para quem não percebe a utilidade do mesmo. se eu acabar o que tem na minha conta acabou, não devo a ninguém, não pago juros nem nada. agora cartão de crédito.... Penso que só o mesmo poderá explicar o sentido e alcance dessa afirmação, afinal é o Governador do Banco de Moçambique...

112 hrsEdited
Neusa Monjane Saranga Yeah tb estou a espera que alguém me elucida sobre esse ponto...eish
Tomás Timbane Alguém, em off, já me explicou e para aquilo que se pretende - não estou a dizer que concordo - parece fazer sentido. Se a Lei Cambial impõe que um nacional só pode levar para o estrangeiro o equivalente a USD 5.000,00, como pode usar mais do que esse valor, através do cartão de débito (o post não fala de cartão de crédito)? Se há uma limitação em "dinheiro vivo" porque não pode haver em dinheiro "plástico"? É essa a racionalidade da afirmação. Se isso está correcto, eu já não sei, afinal não sou nem financeiro nem economista. Que há muita fuga ao fisco com os cartões de débito e de crédito, disso não duvido...

312 hrs
Rodrigo F. Rocha O Banco Central devia pensar em adoptar políticas que encorajassem os moçambicanos com capacidade de aforro em aplicarem em produtos financeiros moçambicanos as economias que têm lá fora. Essa seria a única fonte imediata de entrada de divisas.

112 hrs
Joao Jussar Este filme acabamos de ver a bem pouco tempo com o kambas do Atlântico. Alguns por cá acharam uma grande piada. Hoje somos nós. Tudo tem a ver com exportação de capitais que não temos neste momento de crise. O nosso bom do fiscal financeiro precisa de implementar medidas para reduzir o descalabro financeiro
Télio Chamuço Sugiro que prestem atenção redobrada ao comentário proferido pelo Miguel Mussequejua lá acima...

A razão está com ele...


211 hrs
Leopoldo Amaral Como vai controlar? Vai fazer acordos com a Visa e MasterCard? Nao me parece que o problema sejam os "despesistas" dos viajantes que gastam o seu dinheiro no estrangeiro mas sim politicas e practicas que impedem a entrada de investimento directo Estrangeiro em Mocambique. Visitem o Botswana, Ruanda ou Mauricias e vejam como se faz please. Sem investidores nao haverah Dolares no mercado.

39 hrs
Edgar Barroso O dinheiro nas contas dos titulares desses cartões é de quem? Do Banco de Moçambique?

19 hrs
Julião João Cumbane Como eu percebi … O cartão de débito "Visa Electron" é um meio de pagamento com o qual se pode fazer transacções comerciais dentro e fora do país, desde que a conta bancária à qual o cartão está ligado tenha saldo disponível no valor que cobre ou supera o valor da transacção a efectuar. Isto significa que o limite do valor das transacções que podem ser feitas com o cartão de débito "Visa Electron" é o saldo da conta à qual o cartão está ligado. Ora, imaginemos que alguém, um milionário, tenha na sua conta bancária em meticais, em Moçambique, um saldo no valor equivalente a 1 milhão de dólares americanos. Se esse milionário viaja para o Paquistão, por exemplo, ele pode, a partir de lá (Pasquistão), realizar transacções num valor arbitrário, cujo limite é o saldo da sua conta bancária em meticais, em Moçambique. As transacções ( = pagamentos) realizadas pelo milionário em visita no Paquistão são comunicadas ao seu banco em Moçambique, que confirma a disponibilidade do valor a ser pago (o equivalente em moeda externa aceite nas transacções comerciais internacionais, i.e. o dólar) na conta do milionário. Nos dias subsequentes, o banco de que o milionário é cliente em Moçambique dirige-se ao Banco Central ( = Banco de Moçambique) e solicita a compra de dólares para mandar para outro banco no Paquistão. Aqui é onde o problema começa, pois a falta de imposição de um limite nas transacções realizadas com os cartões de débito "Visa Electron" a partir do exterior de Moçambique faz com que este país perca a sua reserva de divisas a favor de bancos externos. A solução para evitar isto é, portanto, exercer um maior controlo sobre as transacções internacionais realizadas com recurso ao cartão de débito "Visa Electron". É isto que acho que o Governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, estava a dizer, relativamente a este meio de pagamento. Com os cartões de crédito já não há grandes problemas, pois para estes existe um limite estipulado de crédito concedido a um cliente, limite esse que permite um melhor controlo do fluxo de divisas para o exterior. Enfim, concordando embora com o que diz o Leopoldo Amaral (vede comentário acima), me parece que ser necessário exercer um melhor controlo sobre as transacções financeiras que fazem com recurso aos cartões de débito "Visa Electron" a partir do exterior. Suspeito que por falta desse controlo tenha saído uma larga quantidade da reserva de divisas do país para fora. Julgo só pode haver uma razão muito forte para o Governador do Banco de Moçambique se ter pronunciado nos termos que o fez, relativamente à esta matéria.

18 hrs
Dino Foi Liz Nkutumula o Tomás Timbane fala de débito e tu de crédito, dois conceitos diferentes.

O BM está desnorteado. Daqui a nada serão 2 medidas para fechar o ciclo administrativo de uma política monetária falhada:
1- Trocar compulsivamente as divisas em contas de nacionais e;
2- Proibir contas e moedas estrangeiras.
Tempos tenebrosos.


23 hrsEdited
Dino Foi Tomás Timbane: tem nada a ver, o limite máximo dos cartões Moçambicanos sem nenhum arranjo previamente acordado pelo banco e chancelado pelo BM é o equivalente a USD 5,000.

Não precisamos ser demagogos, ontem tentei fazer um pagamento on-line e foi recusado, quando o provedor aceitou que eu adiantasse metade do valor passou.
Em poucas palavras, é a falta de capacidade de prover divisas ao estrangeiro.


15 hrs
Tejó Gama Dino Foi, esse limite dos USD 5000, não existe nos pagamentos efectuados através dos cartões. O limite nos cartões, actualmente, está parametrizado para o saldo existente na conta do titular. Se o titular de conta à ordem, domiciliada no banco nacional, tiver saldo suficiente até viatura nova, zero, pode adquiri-la no estrangeiro usando cartão de débito!

11 hr
Kheyser Gafur Ao invés de controlarem os gastos dessa gente vem controlar os nossos!! E só mais uma forma de não sair o dinheiro para o estrangeiro!!! Acho que a medida vai aumentar a saída de moeda estrangeira de forma clandestina e aumentar o branqueamento de capitais, pois vai obrigar a circulação fora dos canais próprios. Como já foi dito, acho que o BM está desnorteado....

22 hrs
Leopoldo Amaral Que eu saiba mesmo os cartoes de debito tem um limite diario, semanal ou mensal. O gasto com estes cartoes nao eh ilimitado como se pretende deixar transparecer. Estao atacar as consequencias e nao causas.

22 hrs
Julião João Cumbane Leopoldo Amaral, o limite de compras por cartão de débito "Visa Electron" é o saldo da conta bancária ao qual o cartão está ligado. Isto está fora de questão! Agora, para a sua própria gestão, o cliente pode negociar com o seu banco um limite diferente, inferior ao saldo da sua conta... O Ernesto Gove é funcionário superior do Banco de Moçambique há vários anos. Ele só saber muito bem do que fala nesta matéria sobre transacções via cartões de débito, julgo eu. Não vejo razão plausível alguma para se duvidar do mérito do que disse sobre uma matéria que ele domina. Enfim, são opiniões na tentativa de enteder algo... que creio que entendemos mal, muitos de nós. O Tomás Timbane fez bem por colocar a questão. Mas as respostas que estamos tendo aqui, de até desqualificar a intervenção do Governador do Banco Central, são sintomáticas de uma crise de honestidade intelectual... O facto é que o metical está depreciando e isto não está fazer nada bom para a vida dos moçambicanos... E o país precisa saber gerir suas reservas de divisas. Em países como o Canadá, por exemplo, o cartão Visa Electron nem se quer é aceite...
Kheyser Gafur Limite de levantamento e deve ter limite de pagamento no estrangeiro e cá internamente não, mas como meu limite é o saldo mesmo.....e agora apareces os artistas a querer colocar limite no limite.....

21 hr
Tejó Gama Leopoldo Amaral, desculpe-me a ignorância, qual é o limite do uso de cartões de débito nos pagamentos?

11 hr
Leopoldo Amaral Tejó Gama depende do acordo/limite que tens com teu Banco Comercial. Todos os meus cartoes tem um limite fixados pelo Banco ou por mim.
Tejó Gama Meu caro, há equívocos que precisamos esclarecer: para pagamentos por POS, só haverá limites se houver vontade das partes, ou seja, diferentemente do que acontece com os levantamentos nas ATM, onde há limites diários impostos pelo banqueiro, nos pagamentos esses limites decorrem da vontade do titular da conta e, diga-se, larga maioria não tem esse limite.

11 hr
Tito Tezinde Buscando solucoes no sitio errado, como se a mae de todos os problemas do Metical fossem os pagamentos no exterior a partir dos cartoes de debito ou credito. Em bom portugues mocambicano: sinceramente! Medidas nessa area irao aproximar-se ao desespero e so irao ajudar a criar histeria no mercado e corrida aos bancos. Completamente excusado.

21 hrEdited
Leopoldo Amaral Tejó Gama a minha experiencia de cliente bancario, em Mocambique e Na Africa do Sul, eh que sustentou a minha afirmacao. Dos 21 anos de cliente todos os Bancos Comerciais estipulam por default um valor diario a ser gasto/levantado pelo cliente, agora esse valor pode variar de acordo com o rendimentos e necessidades do cliente. Nunca tive um Banco que me deixasse gastor todo o meu saldo bancario em Mocambique ou no estrangeiro.
Tomás Timbane Leopoldo Amaral mas podes usar o teu dinheiro no exterior até acabar, se usares diariamente o teu limite ... é isso o que querem dizer: não há limite porque usas tudo, até ficares com saldo zero. Se as medidas passam por aí, isso eu já não sei.
Leopoldo Amaral Naturalmente nada impede que levantes ou gaste todo teu saldo bastando respeitar o limite diario acordado/fixados. Mas quem viaja Volta e salvo raras excepcoes nao vai gastar todo seu dinheiro no estrangeiro. E quem viaja neste Pais?

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