O PAPA Francisco fez ontem (26) uma vibrante defesa da família e criticou "o desprezo às mulheres" durante uma missa campal em Nairobi. Antes, num encontro com líderes religiosos de diferentes confissões, o Pontífice denunciou o extremismo.
O Papa iniciou ontem o segundo dia da sua primeira viagem à África com uma reunião na Nunciatura Apostólica de Nairobi com representantes anglicanos, luteranos, metodistas, pentecostais, assim como líderes muçulmanos e de religiões animistas.
Num país marcado nos últimos anos por vários atentados do grupo “jihadista” somali Al-Shabaab, o Bispo de Roma denunciou a radicalização dos jovens em “ataques bárbaros” e condenou toda a violência reivindicada em nome de Deus.
“O nome de Deus não pode justificar o ódio e a violência”, disse, denunciando o facto de “jovens se terem radicalizado em nome da religião” para cometer “ataques bárbaros”, citando os massacres do Westgate Mall, de Garissa e de Mandera.
Por este motivo, "o diálogo ecuménico e inter-religioso não é um luxo, não é opcional, é algo que o nosso mundo, ferido pelos conflitos, precisa ainda mais".
"A nossa convicção comum é que o Deus ao que buscamos servir é um Deus de paz. O Seu santo nome não pode ser utilizado nunca para justificar o ódio e a violência", disse.
Em nome dos muçulmanos, Abdulghafur El-Busaiyn, presidente do Conselho Supremo dos Muçulmanos Quenianos, fez um apelo para que "como povo de um só Deus, nós (cristãos e muçulmanos), enfrentemos e estejamos unidos" ante os desafios actuais.
Depois do encontro, o Papa oficiou uma missa na Universidade de Nairobi, que juntou dezenas de milhares de pessoas no interior e nos arredores da universidade, apesar da chuva que caia desde a madrugada.
Na cerimónia eucarística, Papa Francisco fez uma defesa forte da família.
"Somos chamados a resistir às práticas que favorecem a arrogância dos homens, que ferem ou desprezam as mulheres, que não cuidam dos idosos e ameaçam a vida do inocente que ainda não nasceu", declarou o pontífice.
O Papa chegou na tarde de quarta-feira (25) à capital do Quénia, para a sua primeira visita ao continente africano, um périplo que inclui o Uganda, para onde viajará hoje (27), e a República Centro-Africana. Nos três países, o tema dominante é a paz e a convivência entre religiões.
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