Filipe Nyusi, Presidente da República, anunciou que falaria para as FADM (Forças Armadas de Moçambique) para ponderação nas suas operações de desarmamento das forças residuais da Renamo. Falou em ponderação e não em ordenar. Um comandante digno desse nome ordena e as tropas cumpre não manda ponderar. Não se pondera no cumprimento de uma ordem. Cumpre-se na íntegra, porém, Nyusi manda ponderar, demonstrando, desse modo, a sua falta de vontade para se terminar com os ataques, completamente, desnecessários e inoportunos contra os homens armados da Renamo.
Entre ponderar e ordenar a diferença é abismal. Não há nenhuma relação entre uma coisa e outra. No léxico militar o termo ponderar não existe. E o próprio Nyusi, que teve a sua formação militar numa antiga academia da antiga Checoslováquia, sabe muito bem que um comandante pondera os pros e contras antes de tomar uma decisão final e não manda as hierarquias inferiores para ponderarem sobre nenhuma coisa. Ele é que pondera para tomar a melhor decisão para os seus cumprirem.
Um comandante que manda os seus solddados ponderar, é fraco que pode levar grandes exércitos à hecatombe sem precedente, reza a História.
Como resultado da falta de clareza e, fundamentalmente, da sua ausência de vontade própria, ainda se verificam, em diversas partes do país, confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança, FDS, e os homens armados da Renamo. Se for verdade que contingents das forças zimbabweanas foram descarregadas em Gaza, então, isso é muito grave mesmo. Confirma a versão segundo a qual Nyusi e a sua turma querem a guerra a qualquer preço ainda que a nossa História recente nos ensine que a guerra é um mau caminho, por isso, deve ser evitada.
Persiste a dúvida se, de facto, Nyusi mandou parar com o desarmamento coercive da Renamo ou mandou ponderar, deixando tudo ao critério de Basilio Monteiro, seu ministro do Interior, e ao de Salvador Mtumuke, ministro da Defesa Nacional, grandes ferverosos do desarmamento sangrento. Para confirmar que Nyusi não tem palavra, a RM (Rádio Moçambique), a TVM (Televisão de Moçambique), a AIM (Agência de Informação de Moçambique), os jornais Notícias, Domingo e Diário de Moçambique continuam com a propaganda hostil, apelando a entrega voluntária dos soldados da Renamo.
Até o governo veste os seus e apresenta-os à imprensa pública como de homens da Renamo fossem e os seus rapazes, G40, continuam a vomitar veneno e ódio nos órgãos públicos de comunicação social.
As pessoas que acompanham esta montagem dizem não ficar admiradas porque estão habituadas às incongruências de Nyusi que, diz uma coisa e amanhã fala de uma outra diametralmente oposta. O cancelamento do desarmamento coercivo da Renamo que Nyusi pretendeu transmitir aos moçambicanos é falso e diz-se que ele queria, com a mentira, convencer a Dhlakama para sair de lá onde se encontra e voltar a acontecer-lhe com a vergonha que houve na Beira, no dia 09 de Outubro passado, quando as FDS cercaram-lhe a residência e desarmaram-lhe a sua segurança pessoal.
A Renamo não engoliu a isca e Dhlakama abriu os olhos, ele continua nas matas. Os combates prosseguem e o armamento continua a ser descarregado no Porto de Maputo. São vistas as movimentações dos militares para zonas de influência da Renamo, apesar de Nyusi ter mandado para as FDS ponderarem o desarmamento.
No topo do commando das FDS, haverá mais um centro de comando? Alguém manda mais nas FDS que Nyusi ou o Presidente é apenas um fingido que pretende passar por santo? Para que não restem mais dúvidas sobre quem, de facto, quer a guerra em Moçambique. É Nyusi e a sua clique que querem a guerra e apostam numa solução militar.
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