sábado, 21 de novembro de 2015

A minha opinião sobre a controvérsia relativa aos ataques de Paris - Critica social


Agora que o fim de semana já passou e que os ânimos parecem mais calmos (e que eu já tive tempo para organizar as minhas ideias), eu quero reflectir um pouco sobre o “zum-zum” à volta dos ataques e da reacção aos ataques em Paris.

Como eu sei que muita gente não vai gostar do que eu vou dizer quero começar por apontar que só em Janeiro deste ano eu “postei” fotos, links para noticias e reflecções sobre: (1) os ataques a Charlie Hebdo e liberdade de expressão, (2) os ataques de Janeiro em Baga, Nigéria, onde pelo menos 2000 pessoas foram mortas, (3) a tragédia de Chitima, Tete, onde 69 pessoas morreram depois de beber Phome, (4) ataques na África Central a muçulmanos, (5) crise de imigrantes na Europa, (6) a dualidade de valores que chama ao pobre de imigrante e ao rico de expatriado, (7) as cheias na Zambézia, (8) a maneira como os muçulmanos são tratados na mídia, (9) a formação do governo de Nyusi e a ameaça da Renamo de não tomar posse, (10) as consequências do colonialismo, (11) violência contra mulheres e (12) várias coisas sobre ciência. Não vos vou cansar com o resto do ano, mas acho que vale a pena dizer que também abordei o ataque em Garissa no Quénia, os ataques de xenofobia na África do Sul, as manifestações de estudantes para retirar a estátua de Rhodes (colonialista britânico) e contra a subida de propinas da Universidade da Cidade do Cabo (onde eu estudei).

O objectivo de explicitamente recordar aqui a minha actividade nas redes sociais é para deixar claro que a minha opinião não pode ser facilmente descartada com argumentos do género:
- “só se importa quando morrem europeus/brancos (ou estes são afetados)”;
- “não entende as dinâmicas de poder que fazem com que os não brancos sejam tratados como seres humanos de segunda”; 
- “não entende a importância de chamar à atenção a certas hipocrisias”.
Não quero com isto dizer que a minha opinião é a verdade absoluta, apenas que não pode ser facilmente descartada. Eu posso estar completamente enganada e a ver tudo torto, mas não pelas razões acima descritas.

Na quinta-feira houve um ataque terrorista em Beirut, no Líbano. Eu soube quase imediatamente porque tenho amigos a viver lá que postaram no Facebook sobre o assunto ainda antes de haver notícias na mídia internacional. Sexta-feira foram os ataques em Paris e eu soube porque os aplicativos da mídia no meu telefone disseram-me. Não havia dúvida na minha mente que ambos ataques tinham sido feitos pela ISIS e sexta-feira eu fiz um post no Facebook a condenar o grupo pelos dois ataques. Sábado, quando acordei, tinha rebentado o debate “porquê Paris estava a ter mais atenção que Beirut” que rapidamente se transformou em “como te atreves a chorar Paris quando não choraste Garissa, seu hipócrita!” e “hipócrita és tu que só vens falar sobre Garissa agora que aconteceu Paris!”.

A rápida multiplicação de postagens contra e a favor de “chorar Paris” e a emoção nos argumentos fez-me lembrar Janeiro quando debatíamos os ataques a Charlie Hebdo. De repente houve uma corrida a mudar fotos de perfil e uma contra-corrida a criticar as mudanças nas fotos de perfil.

As criticas em relação aos ataques foram de dois tipos, por um lado havia uma critica à resposta institucional dos mídia (e dos governos) que mal falaram de Beirut mas não se calaram com Paris. Por outro lado havia uma critica às pessoas que demonstraram solidariedade com Paris, chegando ao ponto de haver policiamento de postagens, isto é pessoas que andaram de post em post a dizer “porquê choras Paris se não choraste Beirut”.

Quanto à critica aos mídia (e aos governos) por terem ignorado Beirut e logo a seguir coberto Paris ao ponto de exaustão eu tenho pouco a dizer. Concordo plenamente que há viés na mídia internacional. Este viés é problemático e tem de ser apontado e analisado sempre que o virmos. Este viés ajuda de uma maneira subtil (ou não tão subtil) a diferenciar entre grupos de pessoas, ajuda a propagar a ideia de que umas vidas valem mais que outras, que umas pessoas valem mais que outras. Há alguns pontos sobre isto que é bom, no entanto, ter em mente.

Em primeiro lugar temos que entender os princípios que gerem o jornalismo, especialmente o principio que dita o que é notícia. “Cão morde homem” não é noticia, “homem morde cão” é. Um ataque suicida no Iraque(o 3o ataque que a ISIS fez este fim de semana), neste momento, não é noticia (pelo menos não noticia de destaque) porque acontece quase todos os dias. Um ataque suicida em França é noticia porque quase nunca acontece. Aqui é importante ressalvar que o outro ataque foi em Beirut e um ataque terrorista em Beirut é notícia, mas também é bom lembrar que o ataque em Beirut foi notícia, só não foi “a única notícia” porque convenhamos que um ataque terrorista no Médio Oriente não é bem “homem morde cão”.

Em segundo lugar aquilo a que nós chamamos de mídia internacional é, de facto, mídia ocidental. Com a excepção da Al Jazeera, todos os canais internacionais são propriedade de estados ou empresas privadas ocidentais, baseados em países ocidentais com um painel de jornalistas principalmente ocidentais e com um público maioritariamente ocidental. Não é de espantar, tendo isto em conta, que as notícias representem o ponto de vista ocidental em relação aos acontecimentos. E, do ponto de vista ocidental, um ataque no ocidente é mais importante que um ataque noutro sítio. Isto não é diferenciar entre seres humanos, é apenas uma realidade que nós nos importamos mais com pessoas que nos são próximas do que com pessoas com quem não temos nenhum laço. Por exemplo a única altura em que a sociedade moçambicana se importou ao ponto de fazer manifestações contra a Indonésia foi na altura da independência de Timor Leste, com quem nós temos laços. No entanto esse não foi o único incidente digno de indignação que envolveu a Indonésia nos últimos 40 anos.

Este facto, de que a grande maioria da narrativa noticiosa é feita pelo ocidente, resulta nestas assimetrias que vemos. Mesmo a nível de redes sociais vê-se o mesmo fenómeno onde notícias essencialmente locais ganham proporções internacionais porque acontecem no ocidente. Por exemplo, quando o tribunal supremo dos EUA legalizou o casamento gay nos Estados Unidos o mundo “facebookiano” todo celebrou (ou contestou). O que teria feito mais sentido se este tivesse sido o primeiro país a legalizar o casamento gay, mas não foi nem de longe o primeiro. Este fenómeno, da ocidentalização das conversas nas redes sociais, é talvez explicado pelo facto de que a maioria dos utentes são pessoas de países ocidentais. Logo a maioria do conteúdo vem de países ocidentais e representa, mais uma vez, o ponto de vista ocidental. É caricato, por exemplo, que a noticia sobre Garissa (ataque do Al Shabab a uma universidade no Quénia) que foi divulgada extensivamente este fim de semana foi principalmente acedida e partilhada por pessoas nos EUA (50%) e Reino Unido (25%). Isto significa que o manguito que andaram a mandar à mídia (incluindo as redes sociais) ocidental originou no ocidente muito provavelmente por pessoas do ocidente... A ironia disto fez-me rir um bom bocado ontem. Para não falar que também é bastante irónico que foram usadas reportagens feitas pela mídia ocidental para reclamar que esta mesma mídia não cobre assuntos doutros lados – Garissa é uma destas reportagens.

Esta enfâse nas histórias ocidentais e no ponto de vista ocidental é problemático para nós, sociedades não ocidentais. É problemático porque silencia as nossas histórias e os nossos pontos de vista para nós mesmos. Enquanto andamos a “chorar Paris” (e a criticar quem chora Paris) não seguimos a movimentação das FADM no país, notícia extremamente preocupante para a sociedade moçambicana. Quando celebramos a legalização do casamento gay nos EUA esquecemo-nos que a Lambda ainda não foi autorizada a registrar-se em Moçambique, o que é um verdadeiro ataque a um direito garantido na constituição (se hoje deixamos que neguem direitos a uns, amanha outros vão deixar que nos neguem direitos a nós).

Voltemos a Beirut e a Paris. É perfeitamente entendível que o ocidente tenha mais empatia por Paris que por Beirut, mas eu não tenho a certeza que o mesmo se aplique a Moçambique. Vejamos, quantos restaurantes franceses há em Maputo? E agora libaneses? É muito mais provável que cada um de nós tenha um amigo libanês ou descendente de libaneses que um amigo francês. Eu não acho que as pessoas mostraram (via postagens em redes sociais) mais empatia por Paris que por Beirut porque acham que os libaneses têm menos valor. Eu acho que Beirut nem sequer passou pela cabeça de ninguém no momento em que a pessoa estava a postar algo sobre Paris. É impossível importarmo-nos com uma história que não conhecemos e é bastante provável que muita gente não sabia dos ataques de Beirut até à discussão no Facebook.

E aqui entramos no segundo (e o principal) tipo de critica que foi levantada este fim de semana, a critica pessoal às pessoas que se solidarizaram com Paris. A ideia é que se uma pessoa se solidarizou com Paris ou é racista porque não se solidarizou com outros ataques, ou é hipócrita porque só se solidarizou porque está na moda (isto é, normalmente não liga nenhuma a este tipo de coisas, mas como todo o mundo tá a falar disto então não quer ficar de fora). É possível (até provável) que algumas pessoas se encaixem num destes dois grupos, mas e daí? Tanto num caso como noutro quando atacamos alguém que se solidariza com um grupo de vítimas estamos a entrar “na lama”, principalmente se o fizermos em cima da hora enquanto ainda tem gente a morrer nos hospitais (e mais ainda se o fizermos à lá policia de opiniões, post a post até à derrota final). É que a sensação que dá é a de que estão a dizer que as vitimas de Paris não merecem empatia. Se a principal critica que fazemos aos ocidentais é que eles nos desumanizam, não podemos dar meia volta e recusar-lhes humanidade a eles. As pessoas que morreram em Paris são tão vitimas e tão inocentes como as pessoas que morreram em Beirut. Atacar pessoas que se solidarizam com as vitimas de Paris é, de certo modo, insinuar que essas vitimas não podem ser choradas. O que aconteceu em Paris foi horrível, não mais horrível que o que aconteceu em Beirut mas também não menos. Na nossa indignação pela maneira como Beirut foi esquecido não devemos tentar forçar o esquecimento de Paris, isso não seria justo nem para Paris nem para Beirut.

(E se o objectivo não era tentar forçar o esquecimento de Paris, então qual era o objectivo? E como é que atacar quem chora Paris ajuda a alcançar esse objectivo?
Se o objectivo era lembrar e chorar outros sítios como é que atacar quem chora Paris vai servir esse objectivo?

Por outro lado vi também o argumento "não devemos solidarizarmo-nos com a França porque este país tem políticas exploradoras que resultaram de uma maneira ou de outra na radicalização dos terroristas". Por esse ponto de vista ninguém deve se importar com as vitimas das cheias em Moçambique porque o governo de Moçambique é corrupto e a culpa da devastação durante as cheias vem em parte daí. Que culpa têm os pobres camponeses que morrem nas cheias em Moçambique? Que culpa têm o cidadão regular francês? Mais uma vez, não podemos cair no risco de nos transformarmos naquilo que criticamos.)

Eu acho que nós perdemo-nos este fim de semana. Distraímo-nos a atacar pessoas que não têm poder nenhum na equação do que é relevante para ser noticia e não atacamos suficientemente as pessoas e instituições que têm esse poder. Ao fazer isso nós contribuímos para o silenciar das vitimas de Beirut e em vez disso apontámos a câmara para nós. Hoje as notícias são “Paris” e “as criticas às noticias sobre Paris”... hoje ninguém fala sobre Beirut. Pára um pouco para pensar nisto, na tua indignação porque Beirut tinha sido esquecido contribuíste ainda mais para o seu esquecimento.

Tendo em conta as dinâmicas de poder actuais eu não acho que haja uma maneira fácil de fazer com que o jornalismo internacional passe a ser mesmo internacional. A análise constante e incansável das escolhas dos mídia com certeza pode ajudar. Quase todos os grandes jornais hoje têm um artigo a falar sobre esta controvérsia, o que já é sinal de uma perspectiva mais global (apesar de esta perspectiva ter sido impulsionada pelo ocidente). O Facebook, como empresa que quer ser do mundo todo, não se vai esquecer tão cedo das criticas que recebeu este fim de semana. Mas enquanto o centro do poder do mundo do jornalismo for no ocidente eu acho que o ponto de vista ocidental vai continuar a dominar a conversa. Para mudar isto é preciso que nós criemos o nosso próprio conteúdo, que nós criemos a nossa própria mídia que conte as nossas histórias pelos nossos pontos de vista. Isso só vai acontecer com organização e cooperação.

Comments

Maria Jose Rivera Araya Great, insightful commentary!

Nuria Waddington Negrao You could read it all?!!!
Uau
Thanks, love!

Maria Jose Rivera Araya thanks to facebook and its translation option!

Rui Fernandes You don't need to lay out your credentials. Tu quoque arguments are weak and by feeling that you have to some how justify your posture you are indulging irrational discourse. I agree with your point of view and I believe it is strong enough to stand on its own two feet.

You're probably right, but when you play this game for long enough you start pre-answering stuff.

Rui Neves Optimo texto estou de acordo


Rita Donato Muito bem Nuria... lucido... thanks


Atanásio Khosa Sousa de Sousa, devias ler este post. Em parte vem o que falamos no final de semana.


Sandra Urceira Nuria (ia jurar que tinha acento no u),
A indignação, as demonstrações de pesar, as manifestações de solidariedade a favor da sociedade francesa são muito dignas e têm toda a razão de ser... só faltava!... Esta forma de atuar é hedionda e quem mata deve morrer...
Não deixa, no entanto, de ser sintomática a exacerbação (não encontro outro termo) destas manifestações... Tenho para mim que refletem a alienação em que vivem as camadas médias/altas das sociedades... E é uma pena e muuuito preocupante que estejamos a embarcar nesta falta de capacidade/interesse para formar opinião própria e fazer análises mais completas... 
As lamentações começam e acabam ali mesmo na lamentação e, por conseguinte, na redução/simplificação do estado das coisas o que, acaba por redundar no preconceito e afins....
Espero ter-me feito entender e ter contribuído para o debate...
Beijinho.


Nuria Waddington Negrao Oi Sandra, tem sim acento no u... só que quando abri a conta o Facebook ainda não deixava usar acentos smile emoticon

Eu não acho que tenha feito uma defesa às manifestações de solidariedade em si. Apenas apontei que ataques pessoais contra quem se manifesta são problemáticos. 

Por exemplo, tu dizes "quem mata tem que morrer". Mas a única pessoa que morreu no estádio, para além dos que tinham as bombas, foi um imigrante muçulmano. Será que ele "tinha que morrer"? 

O problema dos ataques terroristas e o problema dos bombardeamentos por avião é que morre gente que não tinha que morrer. Estas vítimas merecem ser lembradas como vítimas sejam elas de onde forem.

A injustiça é que a sociedade parece só lamentar algumas vítimas. Esse é um ponto válido, que eu compartilho. E gasto energia considerável a tentar tornar a sociedade mais sensível às outras vítimas. 

Se o ponto é: todas as vítimas têm o mesmo valor, então não podemos recusar a lamentação das vítimas francesas sem correr o risco de nos transformarmos em pessoas que acham que umas vítimas valem mais que outras.

Eu lamento, como tu, a falta de interesse em assuntos que deviam interessar a todos. E lamento a falta de capacidade de análise crítica. Mas eu não acho que esse ponto tem de ser feito foto de perfil por foto de perfil, principalmente quando precisamos de metafóricamente pisar em corpos de vítimas para o fazer.

Beijinhos


Sandra Urceira Querida Núria,

Quando disse que "quem morre deve morrer" não foi (de todo) no sentido de apelar a retaliações... atirei, só e só, contra os inóbeis que maquinaram e perpetraram aquele horror - os próprios atiradores. 

Por outro lado, não fiz qualquer juízo de valor à tua opinião sobre as manifestações de solidariedade - não ousaria, até porque te tenho muitíssimo em conta e às tuas considerações e análises...

Acho é que esta tua opiniãoste reduziu a polémica a "estar contra ou a favor de quem chora Paris" e, na verdade, não me parece, sequer, que a ênfase tenha sido essa... ninguém "normal" não chorou Paris...

O que se passa é que esta manisfetação de pesar, não foi "normal"... e no meu entender é sintomática da alienação, cada vez mais evidente, dos alfabetizados das sociedades... as pessoas embarcam sem sequer questionarem o destino... 

Acho que toda a polémica esteve mais direcionada neste sentido do que no estar contra ou a favor de quem chorou ...

Kipissespes!



Jerry Monteiro Bem pensado Justiceira


Jerry Monteiro A Guerra entre o Ocidente e o E.I (Oriente)..Tem de ser muito bem mediatizada, porque sao os Orgaos de informaçao que fazem a opiniao publica e sensibilizam a sociedade para os mais diversos fenomenos que ocorrem no mundo, o que muito claramente nos pode levar a manter posicoes erradas devido a manipulaçao de toda a informaçao que assimilamos. Acredito que quase ninguem acompanha noticiarios da Al jazeera, mas diariamente vemos varios noticiarios de outros canais. Portanto, a culpa no é das pessoas pq a tendencia da Globalizaçao é mesmo essa, formatarnos para que assimilemos tudo do Ocidente em detremento do que é nosso e do que nos toca,. O que temos de fazer é como bem disse, nao buscar criticas ou culpados, mas buscar fazer algo um pouco mais justo para todas as situaçoes (sencibilizarmonos, criticarmos e criarmos manifestacoes a nivel mundial contra a guerra, ingerencia nos assuntos internos e terrorismo), porque se calhar assim precionaremos o nosso continente, e se calhar até outras regioes e religioes a pautarem por uma vivencia mais pacifica e a abrirem a possibilidade de dialogar a cerca dos mais senciveis desentendimentos.


Stewart Sukuma Muito bom.


Paulo Samo Gudo Ponto de vista Interessante...
Não podemos deixar que a nossa indignação nos impeça de respeitar o "livre arbítrio" das outras pessoas. E a solidariedade é sem dúvida um gesto que deve ser incentivado (devemos ensinar as pessoas a ser solidárias, e respeitar tanto quem decidir sê-lo como quem decidir não sê-lo).
Dito isto... eu entendo as pessoas que manifestaram a sua indignação pelo "excesso" de solidariedade pela tragédia de Paris... não apoio mas percebo...
Muitas vezes nos é difícil manifestar amor quando estamos zangados (e isso não quer dizer que amamos).
Eu pessoalmente estou muito zangado com os governos ocidentais pela quantidade de pessoas inocentes que já mataram em nome da luta contra o terrorismo (estou quase a chegar ao extremo de chamá-los terroristas) e pela forma como classificam as mortes de civis (casualidades de guerra, mortes justificáveis) durante os ataques (na maior parte deles bombardeamentos) a supostos alvos terroristas. Para mim essas mortes não são justificáveis e a solidariedade para com estas vítimas inocentes me faz questionar aos eleitores destes governos (porque não manifestam a sua solidariedade, criticando actos como estes, por exemplo). Penso que isso (o não consentir com a matança) faria de mim pelo menos (e acho que de muitos de nós) mais solidários para com eles.
Não que não concorde com a "chamada de atenção" por ti feita Nuria Waddington Negrao. Concordo, só não acho que eles sejam tão inocentes como aparentam (ainda este final de semana mesmo a França retaliou o ataque, o que vai de certeza gerar um ciclo de ataques, que no fim não vai acabar com o terrorismo).


Nuria Waddington Negrao Tu não precisas estar solidário com as vítimas de Paris, não é esse o meu ponto.Da mesma maneira que se alguma vez a Renamo ganhar poder à força e para isso ter de haver algumas vítimas do Sul, principalmente algumas vítimas que tinham beneficiado com o governo da Frelimo, outras pessoas não terão de se solidarizar com elas...

O problema não é tanto o solidarizar - se ou não com estas ou aquelas vítimas. O problema é que negar a solidariedade é um passo antes de celebrar as vítimas.

Ângela Passy Bastos Luis Ah-Hoy Jr. Eu queria escrever algo deste tipo, mas tenho andado c preguicite nos dedos...entao pliz...le este post da Nuria smile emoticon bjnhos.

Luis Ah-Hoy Jr. Ângela Passy Bastos, thanks. Não tive forças para lêr tudo, mas li o essencial. E gostei do que li.

Célia Macamo Finalmente alguém com algo interessante para dizer! Perdemos tanto tempo a criticar a hipocrisia que acabamos sendo hipócritas! Acho mesmo triste alguem


Célia Macamo ... quando alguem manifesta contentamento em cima da desgraca alheia. Nao é justo que eu pague pelas escolhas que o meu líder ou governo faz, mesmo que tenha votado nele. Uma vez no poder ele faz o que ele quer, até eu poder votar novamente e escolher alguém que eu acredite que vai fazer a coisa certa. Então porque devo eu ser morta?


Edmilson Taula Post muito oportuno. Claps 
Fui chamado ridículo por pessoas que se gabam intelectuais(muitos provaram ser de meia tijela)
Esses tais intelectuais conhecem o nome da capital da França mas não são capazes de me dizer a capital da Nigéria. Eles próprios dominam muito e melhor a literatura Francesa que qualquer outra literatura africana. Esses tipos de Africanistas fundamentais em parte tem algumas semelhanças com esses Terroristas, só não sabiam ainda.


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