Os jornalistas
Pensamento de Machado da Graça
Os jornalistas são, como é sabido, gente horrível. Eu próprio todos os dias me assusto, terrivelmente, ao olhar para o espelho da casa de banho e ver lá a cara de um jornalista.
Mas, se alguém ainda tinha dúvidas sobre este facto, as clarividentes palavras do nosso Chefe de Estado, no Chimoio, fizeram, de certeza, desaparecer essas dúvidas.
Ficou agora claro quem é que levou o país ao estado em que está: foram os jornalistas.
Não tenho dúvidas de que foram jornalistas quem andou por aí, nos mercados de armamento, a comprar toneladas de canhões, metralhadoras, tanques e veículos blindados, para iniciar uma guerra que, todos os dias, afirmam não querer.
Foram também jornalistas, decerto, quem deu ordens para o ataque, com armas pesadas, a Santundjira, em que foi morto um deputado da Renamo.
Mulher portuguesa raptada em Moçambique
Uma cidadã portuguesa foi esta manhã raptada na Matola, cidade satélite de Maputo, capital, por três homens armados, disse à Lusa uma fonte da comunidade. O rapto ocorreu no interior da empresa onde a portuguesa exerce funções de gestora financeira, adiantou a mesma fonte.
Este é o segundo rapto conhecido envolvendo cidadãos portugueses, de uma onda de sequestros que começou em 2011 e que tem visado sectores abastados da sociedade moçambicana.
Lusa – 05.11.2013
Insensatez a matar a “galinha dos ovos de ouro”
CANAL DE OPINIÃO por Noé Nhantumbo
Sem paz não há vencedores, perdem todos… Nada é mais simples do que isso
Aqui jamais foi a questão de se descobrirem culpados, puros, revolucionários, reaccionários, competentes, especiais ou alguma outra categoria que fosse melhor qualificada para dirigir os destinos de Moçambique.
Os dias em que soprava um vento denominado de revolucionário esfumaram-se logo que secou a sua fonte ideológica.
Numa confrontação em que mais se serviu de “carne de canhão” para terceiros, o conflito terminou de uma maneira honrosa para as partes beligerantes. Só que desde cedo se tornou claro que havia “cartas escondidas na manga”.
De exemplo de como se pode ter sucesso na implementação de um acordo de paz, Moçambique está resvalando a olhos vistos para um novo conflito fratricida.
Manuel de Araújo inaugura estrada asfaltada que dá acesso ao maior mercado informal de Quelimane
A MENOS DE 24 HORAS DO ARRANQUE DA CAMPANHA ELEITORAL
O candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) a presidência do Município de Quelimane, Manuel de Araújo, procedeu esta segunda-feira a tarde a inauguração da estrada asfaltada que permite acesso ao maior mercado informal da cidade, no bairro Brandão.
Foi um evento que concentrou numerosas pessoas, a menos de 24 horas do arranque da campanha eleitoral para as quartas eleições autárquicas do país, marcadas para decorrerem no próximo dia 20 de Novembro.
O mercado Brandão é considerado o maior espaço de concentração de comerciantes de diverso calíbre, com destaque para pequenos vendedores que diariamente lutam pela vida.
O PR FALA DA PAZ COM FÓSFOROS NAS MÃOS
Por Gento Roque Chaleca Jr.
“A defesa da paz não é obra de soldados, mas apenas eles a podem assegurar”. Dag Hammarskjold.
Uma nota prévia: Não sou a favor da guerra. Sou pela paz. Ninguém neste “vale de lágrimas”, por maior santidade que tenha, pode advertir-me sobre as consequências da guerra. Muito antes do meu primeiro vagido, num daqueles troncos onde as anciãs de Chivule faziam de maternidade, a guerra semeava dor e luto na família Chaleca. Como muitos neste país, sofri na pele o incómodo das armas e a ausência da paz. Não faço estas afirmações para comover, dissuadir e promover-me a qualquer heroísmo, porque a dor não se translada, é de quem é. E para os que me criticam de atiçar discursos “contra a corrente”, só lhes posso oferecer a frase: “As dores da alma não deixam recados, imprimem uma sentença que perdura pelos anos.”
Tenho algumas dificuldades em perceber a cachimónia do senhor Presidente da República. Tanto fala do maravilhoso povo, mas nada faz para conter a hemorragia da guerra. É como se estivesse a apelar que não se faça fogo, tendo ele uma caixa de fósforo na algibeira.
Ataque de Muxunguè(video)
04/11/2013
Diálogo retomado dia 25
O GOVERNO manifestou ontem a sua disponibilidade de retomar o diálogo político com a Renamo no dia 25 do mês corrente no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo, indica um comunicado de imprensa do Gabinete de Informação recebido na nossa Redacção.
O documento acrescenta que a delegação do Governo não esteve disponível ontem para mais uma ronda, mas a sua equipa encarregue de tratar de assuntos de Defesa e Segurança com a “perdiz” marcou presença naquele local. Refira-se que no dia 28 de Outubro último, a delegação da Renamo não se fez presente ao diálogo, alegadamente porque o Executivo não havia respondido à sua carta enviada ao Conselho de Ministros na qual exigia que somente estaria disponível caso fosse confirmada a inclusão no diálogo de facilitadores nacionais e observadores estrangeiros.
NOTÍCIAS – 05.11.2013
NOTA: Interessante: O Presidente Guebuza convida Dhlakama para dia 8. Mas negociações só para 25. Interessante.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
PR convida Dhlakama para encontro em Maputo
O PRESIDENTE Armando Guebuza, no âmbito dos esforços contínuos empreendidos pelo Governo, visando a preservação da paz, convidou o Líder da Renamo, Afonso Dhlakama, a deslocar-se no próximo dia 8 de Novembro a Maputo para um encontro que servirá para auscultação das preocupações que apoquentam a Renamo.
Um comunicado do Gabinete do Conselheiro e Porta-voz do Presidente da República, Edson Macuácua recebido na noite de ontem na nossa Redacção, indica para a materialização do encontro, o Governo está disponível a utilizar os habituais canais apropriados. O comunicado refere ainda que o Presidente Guebuza é pela paz e sempre defendeu o diálogo como única alternativa para a solução de problemas ou diferendos políticos, em prol do bem-estar, desenvolvimento e tranquilidade de todos os moçambicanos, sem nenhuma distinção.
NOTÍCIAS – 05.11.2013
Apelos ao civismo na campanha eleitoral
COM reiterados apelos ao civismo, começa hoje, em todas as 53 autarquias do país a campanha eleitoral com vista ao escrutínio municipal de 20 de Novembro.
O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), considera criadas as condições técnicas e logísticas, apelando à ordem no exercício da campanha. Estão devidamente inscritos para as eleições autárquicas, os partidos Frelimo, Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO), Partido Trabalhista (PT), Partido Independente de Moçambique (PIMO), Partido de Reconciliação Nacional (PARENA), os Verdes; Partido do Progresso Liberal de Moçambique (PPLM), Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), Aliança Independente de Moçambique (ALIMO), Partido Ecologista Movimento da Terra (PEC-MT); Movimento para a Democracia (MPD) e ainda os grupos de cidadãos ASSEMONA; JPC; ASTROGAZA, ANATURMA, SINFOTECNICA e UIUIPI – Pemba.
CNE moçambicana admite adiar eleições nos municípios onde não houver segurança
O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) moçambicana, Abdul Carimo, admitiu hoje o adiamento das eleições municipais do próximo dia 20 nos municípios onde não houver condições de segurança, devido à instabilidade militar no país.
A estabilidade política e militar em Moçambique tem estado a deteriorar-se nos últimos dias, devido a confrontos entre o exército moçambicano e homens armados da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição, principalmente no centro do país, por causa de diferendos em torno da lei eleitoral.
Em declarações aos jornalistas, após anunciar o início, na terça-feira, da campanha eleitoral para as eleições autárquicas, o presidente da CNE admitiu a possibilidade de o escrutínio ser adiado nos municípios onde faltarem condições de segurança.
LUSA – 04.11.2013
CARTA ao Presidente de Moçambique
Senhor Presidente, você está fora de controlo. Depois de ter gasto um mandato inteiro a inventar insultos para quem quer que seja que tenha ideias sobre os problemas nacionais, em vez de criar oportunidades para beneficiar da experiência e conhecimentos dessas pessoas, agora você acusou os media de serem culpados da crise política... nacional e mandou atacar as sedes políticas da Renamo.
A crise político-militar que se está a isntalar a grande velocidade faz lembrar as antecâmaras do fascismo. Em situações semelhantes, Hitler e Mussolini, Salazar e Franco, Pinochet e outros ditadores militares latino-americanos, Mobutu e outros ditadores africanos, foram instalados no poder, defendidos pelo grande capital enquanto serviam os interesses desse grande capital, e no fim cairam.
Será que você, senhor Presidente, se prepara para a fascização completa do País? Destruir a Renamo, militarmente, é um pretexto. Fazer renascer a guerra é um pretexto. Parte do problema dos raptos - não todo - e do crime e caos urbano é um pretexto. Permitir a penetração da Al Quaeda em Moçambique é um pretexto. Pretexto para quê? Para suspender a constituição e aniquilar todas as formas de oposição, atirando depois as culpas para os raptores e outros criminosos e terroristas, ou para aniquilá-los em nome da luta pela estabilidade.
A crise político-militar que se está a isntalar a grande velocidade faz lembrar as antecâmaras do fascismo. Em situações semelhantes, Hitler e Mussolini, Salazar e Franco, Pinochet e outros ditadores militares latino-americanos, Mobutu e outros ditadores africanos, foram instalados no poder, defendidos pelo grande capital enquanto serviam os interesses desse grande capital, e no fim cairam.
Será que você, senhor Presidente, se prepara para a fascização completa do País? Destruir a Renamo, militarmente, é um pretexto. Fazer renascer a guerra é um pretexto. Parte do problema dos raptos - não todo - e do crime e caos urbano é um pretexto. Permitir a penetração da Al Quaeda em Moçambique é um pretexto. Pretexto para quê? Para suspender a constituição e aniquilar todas as formas de oposição, atirando depois as culpas para os raptores e outros criminosos e terroristas, ou para aniquilá-los em nome da luta pela estabilidade.
PORTUGAL|‘Governos Apostados em Errar’
Entre nós tem-se visto governos que parecem absurdamente apostados em errar, errar de propósito, errar sempre, errar em tudo, errar por frio sistema.
Há períodos em que um erro mais ou um erro menos realmente pouco conta.
No momento histórico a que chegámos, porém, cada erro, por mais pequeno, é um novo golpe de camartelo friamente atirado ao edifício das instituições; mas ao mesmo tempo tal é a inquietação que todos temos do futuro e do desconhecido que cada acerto, cada bom acerto é uma estaca mais, sólida e duradoura, para esteiar as instituições.
Há períodos em que um erro mais ou um erro menos realmente pouco conta.
No momento histórico a que chegámos, porém, cada erro, por mais pequeno, é um novo golpe de camartelo friamente atirado ao edifício das instituições; mas ao mesmo tempo tal é a inquietação que todos temos do futuro e do desconhecido que cada acerto, cada bom acerto é uma estaca mais, sólida e duradoura, para esteiar as instituições.
Leia aqui Download Autarca 04 11 2013 portugal
Um presidente que vive noutro planeta!
Causaram muita estranheza, os recentes pronunciamentos públicos do Presidente da República, Armando Guebuza, durante a conferência de imprensa concedida no final da Presidência Aberta e Inclusiva à província de Manica.
Na conferência de imprensa dois momentos foram marcantes, quanto a nós, não pela postura que é ou deve ser recomendada a um Chefe de Estado, mas por um tipo de respostas e pronunciamentos que, nalgum momento, fizeram os presentes pensar que estavam a tentar dialogar com alguém que vive noutro planeta. Primeiro o presidente mostrou-se revoltado com os jornalistas e não poupou criticas que se consubstanciaram em acusações de que a actual tensão político-militar também era obra e resultado daquilo que os jornalistas (alguns) escrevem e difundem nas televisões, jornais e rádios. Para Guebuza, os que os jornalistas dizem e escrevem são verdadeiras incitações à violência. Depois o presidente juntou (na mesma panela) jornalistas e outros críticos da sua governação com o simplista, estranho, infeliz e incompreensível argumento de que as pessoas só criticam por criticar.
Forças Armadas e FIR continuam na residência de Dhlakama na Beira
Ocupada na última sexta-feira
Depois de uma delegação chefiada pela líder parlamentar da Renamo, Maria Angelina Enoque, ter reunido com os dois procuradores-gerais adjuntos, as tropas governamental abandonaram as sedes da Renamo que também haviam sido ocupadas na Beira
A Renamo pediu um encontro com o presidente do Conselho Constitucional, Hermenegildo Gamito, para pedir esclarecimentos
Sem apresentar qualquer tipo de mandado judicial, as Forças Armadas e a FIR tomaram de assalto, na manhã da última sexta-feira, a residência do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na cidade da Beira, no bairro de Macúti, a residência do secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, a sede provincial da Renamo, no bairro da Ponta-Gea, e a sede da cidade, na auto-estrada junto ao cruzamento com a Av. Kruss Gomes, no bairro da Munhava.
A operação teve início cerca das 08 horas da manhã e houve, nas duas frentes, tiros que colocaram a cidade em alvoroço. Alguns guardas da residência do líder da Renamo foram detidos, mas outros, armados, estão agora em parte incerta.
Será decerto o recuo dos esforços de desenvolvimento
Correspondênci@ Electrónic@
Por: Noé Nhantumbo
Os interesses das partes emconflito não são superiores aos interesses dos moçambicanos no seu conjunto.
O momento não é de atribuir culpas a A ou a B.
Não haverá megaprojecto que não ficará afectado por causa da instabilidade político-militar.
Tendo em conta os interesses dos investidores internacionais poderemos ver alguns governos estrangeiros apoiando acções que salvaguardem os investimentos efectuados por empresas de seus países.
Isso significará um recrudescimento de acções de sabotagem, de acções militares, de retaliação de parte a parte, de aumento generalizado da violência em Moçambique.
Sem comentários:
Enviar um comentário