Friday, July 5, 2013

"Não há guerra em Moçambique, eu quero tranquilizar aos moçambicanos" Afonso Dhlakama

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Escrito por Hélder Xavier   
Quarta, 03 Julho 2013 16:26
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, disse, na última quarta-feira, que se Sathunjira, o seu "quartel-general" na província central de Sofala, for atacado, tal acto constituirá um precedente para um conflito no país. Dhlakama confirmou ainda a autoria dos últimos ataques em Muxúnguè por parte dos seus homens e negou o assalto ao paiol de Savane, em Dondo. "Eu não quero a guerra", afirmou peremptoriamente na conferência de imprensa realizada em Gorongosa. Num outro pronunciamento, afirmou que o chefe de Estado, Armando Guebuza, "não é um líder sério".
Na vila municipal de Gorongosa, na província de Sofala, a agitação é a mesma de sempre, apesar de há mais de quatro meses na zona ao redor do distrito notar-se a entrada de militares da Forças Armadas de Moçambique (FADM) e agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR), uma unidade paramilitar da Polícia da República de Moçambique (PRM), todos os dias. Diga-se de passagem, a população continua a levar a habitual vida tranquila.
Porém, à entrada do posto administrativo de Vunduzi, a 30 quilómetros da vila sede de Gorongosa, o cenário é outro. Uma cancela improvisada da Polícia de Trânsito e da FIR no único acesso à localidade chama a atenção de quem por lá passa. Todos os veículos que se fazem àquele local são revistados pela Polícia moçambicana. Ao longo da via é possível ver militares da FADM de arma em punho, dando a impressão de que se caminha para uma região de guerra. O motivo é o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, que se encontra “aquartelado” em Sathunjira desde Outubro do ano passado. "Eu não sou prisioneiro, porque é que sou cercado?", questionou Dhlakama numa conferência de imprensa havida na quarta-feira, 03 de Julho, e acrescentou que “começo a acreditar nas informações de que me querem fazer aquilo que fizeram ao Savimbi, digo que não é a solução. Talvez em Angola tenha sido uma solução”.
Descontraído e no habitual jeito “informal” que o caracteriza, o líder da Renamo afirmou que só irá a Maputo para o encontro com o Presidente da República, Armando Guebuza, se forem criadas condições para a sua segurança pessoal e sejam retiradas as forças militares ao redor de Sathunjira. Sublinhou que está disposto a ir, mas não pode fazê-lo porque a zona onde se encontra é cercada pelo exército moçambicano.
“Não é porque a Frelimo pode atacar, mas os meus homens, sabendo que não estou, podem ser os primeiros a fazê-lo”, disse tendo ainda afirmando que "qualquer ataque à Sathunjira é generalizar a terceira guerra em Moçambique. […] É diferente um ataque aqui outro ali. Eu não quero que isso aconteça porque jurei que jamais iria dirigir a guerra. Estou aberto a ir a Maputo com a condição de se retirar essas forças de modo a evitar-se que, na minha ausência, façam o ataque ou os meus homens iniciem a investida". Porém, num outro ponto, o líder da Renamo questionou a razão de o encontro não poder ser realizado em Gorongosa. E afirmou também que o chefe de Estado, Armando Guebuza, "não é um líder sério", porque só reage quando a situação está crítica.

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