Edil de Quelimane, Manuel de Araújo, denuncia alegadas irregularidades orquestradas pelo STAE para favorecer fraudes nas eleições
Alegados erros propositados no recenseamento
De novo órgãos de administração eleitoral no centro do barulho
A dezanove (19) dias para o seu término, ainda prevalecem as reclamações sobre o processo de recenseamento eleitoral em curso no País. O presidente de município da cidade de Quelimane, Manuel de Araújo, fala de existência de alegadas irregularidades propositadas para influenciar resultados finais das eleições autárquicas.
Segundo Araújo, os problemas verificados no processo de recenseamento pelo menos naquela cidade são protagonizadas pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral para facilitar as fraudes a favor do partido Frelimo. “As pessoas que trabalham nos postos de recenseamento são nossos irmãos, vizinhos e amigos, pois eles nos informam tudo sobre as irregularidades que são obrigados a fazer. Eu, pessoalmente, já constatei isso nas rondas que faço por alguns postos de recenseamento”, explicou Manuel de Araújo.
O edil falava ao Canalmoz esta quarta-feira, em Maputo, à margem de um debate sobre o “Estado da Nação”, organizado pelo Parlamento Juvenil. Explicou que por resultado das irregularidades propositadas por organismos eleitorais do Governo o município de Quelimane ainda está longe de alcançar as metas previstas no recenseamento.
O político disse haver informações de que os brigadistas dos postos de recenseamento eleitoral em Quelimane têm sido instruídos pelos órgãos do STAE a nível local para retrocederem o processo de recenseamento, inscrevendo menor número possível de eleitores.
A situação mais visível das irregularidades, segundo o edil, é o alegado facto de que muitos postos de recenseamento encerram as suas actividades duas horas antes do horário oficialmente estabelecido para o efeito.
Campanhas de educação cívica cingem-se nas zonas urbanas
Ainda, o edil de Quelimane criticou os moldes pelos quais as campanhas de educação cívica naquele ponto do País têm sido feitas pelos órgãos oficiais deste processo.
Araújo referiu que as campanhas têm sido fracas com o agravante de se limitarem estritamente às zonas urbanas, baseando-se na publicação de panfletos na maioria das vezes.
Araújo considera que este tipo de atitudes está por detrás do fraco índice das inscrições em Quelimane.
Para colmatar esta situação, segundo Manuel de Araújo, o município de Quelimane tem estado a fazer, paralelamente, as campanhas de educação cívica sobretudo nas zonas suburbanas, com estratégias que permitem maior alcance da informação, através de divulgação recorrendo a rádios e campanhas porta-a-porta.
O processo de recenseamento eleitoral termina no próximo dia 23 do corrente mês cuja meta universal é de três milhões, quatrocentos e noventa e cinco eleitores previstos, mas 90 por cento dos 53 municípios ainda estão longe de alcançar as metas. (António Frades)
CANALMOZ – 05.07.2013
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