sexta-feira, 12 de abril de 2013

O sangue já corre

Por Machado da Graça

Na Estrada Nacional nº 1 carros civis foram atacados e, daí, resultaram pessoas mortas e feridas. Tudo isto no meio de um clima emo-cional próprio de momentos de guer-ra, com dirigentes políticos a afirma-rem a sua inocência, em relação a esses ataques, mas continuando a reafirmar a prontidão das suas forças armadas para a guerra.
 
E, apesar dos desmentidos da Renamo em relação à sua autoria dos ataques, os órgãos de informação do sector pú-blico continuam a referir que as mor-tes foram provocadas pelos “homens armados da Renamo”. Sem quaisquer dúvidas. Sem acrescentarem, sequer, aquelas expressões do tipo “presumíveis atacantes” ou coisa do género.
 
Pelo meu lado não alinho nisso. La-mento muito ter que o dizer mas, para mim, a palavra do Governo e a da Re-namo valem o mesmo. Isto é, pratica-mente nada. E recordo que, ainda recentemente, no Niassa, homens fardados e arma-dos atacaram viaturas civis para se vir a verificar que eram militares de um quartel governamental, próximo do local dos ataques.
 
Sobre tudo isto o Chefe de Estado fa-lou, no contexto do 7 de Abril. E dis-sertou sobre o seu conceito de “diálo-go”, afirmando que a Frelimo, e o seu Governo, sempre foram pelo diálogo. Explicou mesmo que o diálogo não é ceder a tudo o que a outra parte exige. E, até aí, eu estou de acordo com ele. Só que o Presidente da República es-queceu-se de acrescentar que diálogo não é, também, sentar-se à frente de outra delegação e dizer a tudo, abso-lutamente a tudo, que não, baseado na convicção de que se tem um poderio militar muito superior, ou um número de deputados muito maior, independentemente da razão da outra parte.
 
Isso foi o que fez a delegação governa-mental, dirigida pelo ministro Pacheco (o irmão do madeireiro chinês...) e é o que faz, diariamente, a Assembleia da República. E Armando Guebuza não pode dizer
que não foi, insistentemente, avisado de que esta poderia ser a consequên-cia da forma como o Governo estava a tratar do assunto.
 
Neste momento a Paz foi rompida e há que a restabelecer, com urgência. E isso não pode ser feito com arrogância e convicção de que tudo se irá resolver através da força das armas. Na minha opinião não vai. Vai-se agravar cada vez mais, com enorme sofrimento para o povo. E, não tenho dúvidas em o afirmar, as culpadas desse sofrimento são as organizações políticas dirigidas pelos senhores Armando Guebuza e Afonso Dhlakama.

1 comentário:

Anónimo disse...

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