A noite das facas longas

 

12 | 02 | 2013 22.13H

José Luís Seixas

O putativo cisma do PS pareceu uma telenovela mexicana. Os socialistas reconhecem as evidentes fragilidades do seu lider. Apesar da sua figura, assemelhando-se a um acólito em Missa de Domingo, Tozé (como era conhecido nos seus tempos da JS e do Conselho Nacional da Juventude) tem revelado demasiada inconsistência e muita impreparação. António Costa, político experimentado, inteligente e credível, afigura-se para a generalidade das pessoas como a alternativa necessária. Costa, escondido na Câmara de Lisboa (conquistada por uma unha negra ao independente e massacrado Carmona Rodrigues), onde se refugiou dos desmandos e incontinências do “socratismo”, aceitou o repto. Afinal, a sua ambição encara Lisboa como epifinómeno instrumental. Mas Costa, apesar da sua inteligência, que é muita, esqueceu-se do fundamental. Não se ganham batalhas sem exército e muito menos apoiado num contingente desfeito e pusilânime.
Saiu à praça, empurrado por muitos. Olhou para trás e o grupo dissipara-se. Recuou para a sua Lisboa instrumental. Percebeu no interim que dele pretenderam pouco mais que a defesa de Sócrates, em exílio dourado em Paris.
Como percebeu que o aparelho do partido, ou seja, quem realmente manda, prefere um Seguro fraco mas suportado numa direcção formada por gente que nada mais tem no seu passado que o cartão de militante e as quotas pagas.
Seguro ganhou. Esmagou até. Mas com Costa a vingança serve-se fria. No PS só agora começou a noite das facas longas…!