2.11.2012, 11:33
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H-6
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A empresa russa Saturn anunciou sobre a entrega aos parceiros chineses de um primeiro lote de 12 motores D-30KP-2 nos marcos de um contrato firmado no ano transacto.
O volume de compras efetuadas pela China tem evidenciado que o
país estaria realizando um programa de construção de dezenas de
bombardeiros-portadores de mísseis, considera o perito russo do Centro de
Tecnologias e Avaliações Estratégicas, Vassili Kashin.
Não é de admirar que a China tenha dinamizado a cooperação com
empresas da Rússia. As proporções da parceria não podem senão causar surpresa. É
que o fornecimento de 184 propulsores tem que ser levado a cabo até 2015. Como
se sabe, China tinha celebrado em 2009 um contrato de fornecimento de 55 motores
D-30KP-2 que já foi implementado. Deste modo, num período compreendido entre
2009-2011, a China fechou contratos prevendo a entrega de 239 propulsores no
mínimo.
Os motores D-30KP-2 são instalados, regra geral, em cargueiros
Il-76 ou em suas modificações, inclusive em aviões-radares KJ-2000. Tomando em
conta as compras mais recentes de Il-76 usados, o número destes aviões na China
não deve ultrapassar 30 unidades. De notar ainda que cada engenho tem quatro
propulsores.
É pouco provável que a Força Aérea chinesa tenha decidido
reequipar o parque dos Il-76 com novos motores. Mas, mesmo nesse caso, a
quantidade de propulsores parece obviamente excessiva. Isto significa que a
maior parte de motores se destina para outro tipo de aviões.
Em primeiro lugar, tem-se em vista o avião militar de carga Y-20
projetado outrora ao abrigo de programas conjuntos com a empresa ucraniana Antonov. Anteriormente, a mídia chinesa
apontava que o primeiro voo do engenho poderia ser realizado até os finais de
2012. Se assim for, os testes seguintes levarão muitos anos, enquanto que, nos
próximos tempos, serão construídos alguns modelos que se sujeitem a
experiências. Fontes de informação chinesas indicam existirem já dois modelos do
gênero, montados no ano corrente. Todavia, seria difícil supor que os Y-20
fossem os principais "consumidores" de motores produzidos na Rússia.
"Um destinatário mais indicado, prossegue Kashin, seria outro
avião chinês, cuja produção se iniciou na segunda metade do século passado.
Trata-se de bombardeiro de marca H-6K. Neste último, ao contrário de
modificações anteriores H-6, os dois propulsores antigos WP-8 foram substituídos
por D-30KP-2 modernos. A substituição se deve à necessidade de aumentar o raio
de ação."
Sem dúvida, o H-6K é um grande passo inovador dado na história da
aviação militar chinesa. O aparelho foi dotado de radares potentes, incluindo os
equipamentos e monitores polivalentes na carlinga de pilotos. E, doravante, cada
avião será capacitado de levar seis mísseis de cruzeiro com o alcance superior a
2000 km.
Deste jeito, o avião em causa poderá assestar golpes em qualquer
região da parte leste do Oceano Pacífico. Para o efeito, nem será preciso entrar
na zona de ação da defesa antiaérea do adversário. Todavia, para possuir
características básicas que sejam idênticas às dos bombardeiros dos EUA e da
Rússia, o H-6K deverá preencher mais um requisito: ter a capacidade técnica de
fazer o reabastecimento em voo. Na etapa presente, a China não tem um avião de
reabastecimento potente. Daí, a disponibilidade de adquirir aviões Il-78.
As compras de elevadas proporções comprovam o facto de a China
estar a realizar um programa de construção de 60 bombardeiros que permita
modernizar, em grande medida, o atual parque de aviões deste tipo, constituindo
um importante fator de dissuasão e manutenção do equilíbrio de forças militares
na região asiática do Pacífico, conclui Vassili Kashin.
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