sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Propulsores russos para bombardeiros chineses

 

Tags: Modernização, Rússia, China, Comentários, Força Aérea

2.11.2012, 11:33
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H-6 avião China propulsores Rússia Força Aérea
H-6
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A empresa russa Saturn anunciou sobre a entrega aos parceiros chineses de um primeiro lote de 12 motores D-30KP-2 nos marcos de um contrato firmado no ano transacto.


O volume de compras efetuadas pela China tem evidenciado que o país estaria realizando um programa de construção de dezenas de bombardeiros-portadores de mísseis, considera o perito russo do Centro de Tecnologias e Avaliações Estratégicas, Vassili Kashin.
Não é de admirar que a China tenha dinamizado a cooperação com empresas da Rússia. As proporções da parceria não podem senão causar surpresa. É que o fornecimento de 184 propulsores tem que ser levado a cabo até 2015. Como se sabe, China tinha celebrado em 2009 um contrato de fornecimento de 55 motores D-30KP-2 que já foi implementado. Deste modo, num período compreendido entre 2009-2011, a China fechou contratos prevendo a entrega de 239 propulsores no mínimo.
Os motores D-30KP-2 são instalados, regra geral, em cargueiros Il-76 ou em suas modificações, inclusive em aviões-radares KJ-2000. Tomando em conta as compras mais recentes de Il-76 usados, o número destes aviões na China não deve ultrapassar 30 unidades. De notar ainda que cada engenho tem quatro propulsores.
É pouco provável que a Força Aérea chinesa tenha decidido reequipar o parque dos Il-76 com novos motores. Mas, mesmo nesse caso, a quantidade de propulsores parece obviamente excessiva. Isto significa que a maior parte de motores se destina para outro tipo de aviões.
Em primeiro lugar, tem-se em vista o avião militar de carga Y-20 projetado outrora ao abrigo de programas conjuntos com a empresa ucraniana Antonov. Anteriormente, a mídia chinesa apontava que o primeiro voo do engenho poderia ser realizado até os finais de 2012. Se assim for, os testes seguintes levarão muitos anos, enquanto que, nos próximos tempos, serão construídos alguns modelos que se sujeitem a experiências. Fontes de informação chinesas indicam existirem já dois modelos do gênero, montados no ano corrente. Todavia, seria difícil supor que os Y-20 fossem os principais "consumidores" de motores produzidos na Rússia.
"Um destinatário mais indicado, prossegue Kashin, seria outro avião chinês, cuja produção se iniciou na segunda metade do século passado. Trata-se de bombardeiro de marca H-6K. Neste último, ao contrário de modificações anteriores H-6, os dois propulsores antigos WP-8 foram substituídos por D-30KP-2 modernos. A substituição se deve à necessidade de aumentar o raio de ação."
Sem dúvida, o H-6K é um grande passo inovador dado na história da aviação militar chinesa. O aparelho foi dotado de radares potentes, incluindo os equipamentos e monitores polivalentes na carlinga de pilotos. E, doravante, cada avião será capacitado de levar seis mísseis de cruzeiro com o alcance superior a 2000 km.
Deste jeito, o avião em causa poderá assestar golpes em qualquer região da parte leste do Oceano Pacífico. Para o efeito, nem será preciso entrar na zona de ação da defesa antiaérea do adversário. Todavia, para possuir características básicas que sejam idênticas às dos bombardeiros dos EUA e da Rússia, o H-6K deverá preencher mais um requisito: ter a capacidade técnica de fazer o reabastecimento em voo. Na etapa presente, a China não tem um avião de reabastecimento potente. Daí, a disponibilidade de adquirir aviões Il-78.
As compras de elevadas proporções comprovam o facto de a China estar a realizar um programa de construção de 60 bombardeiros que permita modernizar, em grande medida, o atual parque de aviões deste tipo, constituindo um importante fator de dissuasão e manutenção do equilíbrio de forças militares na região asiática do Pacífico, conclui Vassili Kashin.

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