22/10/2009
Canal de Opinião: por Luís Nhachote
Nyelete Mondlane, que concorre para deputada da Assembleia da República, pelo círculo eleitoral da Zambézia, é citada, na edição de ontem, do «Diário da Zambézia», como tendo dito, no distrito de Gurué, em plena caça ao voto que “Uria Simango é quem matou o meu pai”.
O diário, baseado em Quelimane, diz que Nyelete, terá dito estas palavras, após a passagem de Daviz Simango, por aquele distrito. E não se terá ficado por ai. O veneno a destilar tinha proporções desconhecidas: “Quem matou o meu pai foi Uria Simango e por isso tenham cuidado com as mensagens que recebem”.
Pode-se daqui inferir que Nyelete se referia a Daviz, pois tanto o seu pai, como o pai do candidato do MDM, Daviz Simango, já não estão vivos.
Nyelete, pelo menos conhece o túmulo onde o seu pai foi sepultado. Isto já lhe serve, certamente, de algum consolo. O que já não acontece com Daviz Simango e toda a família Simango. Daviz Simango, não sabe nada do destino dado aos restos mortais dos seus progenitores: Pai e Mãe.
O diário, baseado em Quelimane, diz que Nyelete, terá dito estas palavras, após a passagem de Daviz Simango, por aquele distrito. E não se terá ficado por ai. O veneno a destilar tinha proporções desconhecidas: “Quem matou o meu pai foi Uria Simango e por isso tenham cuidado com as mensagens que recebem”.
Pode-se daqui inferir que Nyelete se referia a Daviz, pois tanto o seu pai, como o pai do candidato do MDM, Daviz Simango, já não estão vivos.
Nyelete, pelo menos conhece o túmulo onde o seu pai foi sepultado. Isto já lhe serve, certamente, de algum consolo. O que já não acontece com Daviz Simango e toda a família Simango. Daviz Simango, não sabe nada do destino dado aos restos mortais dos seus progenitores: Pai e Mãe.
Daviz Simango até já disse, em entrevista ao semanário Canal de Moçambique, que perdoava os algozes do acto ocorrido algures em M´telela, no Niassa.
À época dos factos (morte de Mondlane, 3 de Fevereiro de 1969), tanto Daviz Simango, como Nyelete Mondlane, eram meninos. E, então, estavam na companhia dos seus pais que – por ambos serem o presidente e o vice-presidente da então Frente de Libertação de Moçambique – delineavam as estratégias que culminariam na irreversível independência. Um famoso “golpe palaciano”, não permitiu Uria Simango levar o projecto de Mondlane até ao fim.
Muito cedo, tanto Nyelete como Daviz, em situações distintas, se viram privados de um bem inalienável: o amor e o carrinho dos pais.
Mas isso não pode servir de pretexto para a menina Nyelete – que já está uma moça afoita – na caça ao voto para conseguir ser eleita deputada, mexer em cicatrizes que, apenas, o tempo, ( o tempo, ahh!, essa unidade imensurável), se encarrega de sarar.
Refrescando as ideias: Nyelete ter-se-á, alguma vez, perguntado, porque é que no fatídico dia 3 de Fevereiro de 1969, o seu “papá”, na ausência da sua “mamã”, que estava na Suiça, há já alguns dias, foi para a casa da “Titia” Betty King e não ficou no serviço?
Já se perguntou também, porque é que os “titios” Joaquim Chissano, Marcelino dos Santos, e as “titias” Pamela e a Betty foram detidos por algumas horas, por causa da morte do seu “papá”? Já se terá interrogado por que razão a policia tanzaniana nunca suspeitou de Urias Simango e por isso nunca o deteve?
A Nyelete Mondlane, bela e elegante, perdeu uma oportunidade de não dizer disparates. Queria, por esta via, apelar-lhe para que cace o seu voto até a exaustão, e não desonre a memória do seu pai com declarações infundadas, pois acusar sem provas, neste país até pode não dar muito, mais fica feio para a educação que teve.
Ps: Cara Nyelete Mondlane espero ter sido honesto para consigo, assim como o fui quando subscrevi o abaixo-assinado contra a ponte sobre o Zambeze ter levado o nome que levou, no ano de Eduardo Mondlane.
Abraços.
Luís Nhachote
CANALMOZ – 22.10.2009
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