O ex-ministro José Dirceu, condenado a dez anos e dez meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, convocou ontem o PT e os movimentos sociais a irem às ruas para "fazer o julgamento do julgamento" do mensalão.
Ele discursou em plenária promovida pelo deputado João Paulo Cunha, também condenado, em Osasco, base eleitoral do parlamentar.
O ex-presidente do PT José Genoino, sentenciado a seis aos e oito meses de prisão, também participou do desagravo aos réus condenados.
"É preciso ir às ruas, discutir, debater o que está acontecendo. Não aceitamos. Estamos revoltados e indignados e somos vítimas de um julgamento injusto", afirmou o ex-ministro da Casa Civil.
Ele também criticou a imprensa. "Nós, antes de sermos condenados, fomos linchados. Quem jogou o principal papel na articulação foram os meios de comunicação, não todos, mas determinados meios de comunicação."
Dirceu afirmou que a reforma política e a regulação da da mídia devem ser as principais agendas do PT em 2013.
Apesar da presença de dirigentes nacionais petistas, como o secretário de organização, Paulo Frateschi, o presidente do partido, Rui Falcão, que chegou a ser anunciado, desistiu de ir.
Mesmo antes do evento, Falcão e o presidente estadual do partido, Edinho Silva, já haviam sido orientados a falar apenas sobre os resultados eleitorais do PT, deixando para João Paulo o pronunciamento sobre o mensalão.
Assessores da presidente Dilma Rousseff também haviam aconselhado a dirigentes que fossem participar de eventos como o de João Paulo que se detivessem a análises eleitorais e evitassem críticas ao Supremo.
Mas hoje a carga de críticas do partido ao Supremo deve aumentar. Está programado, em São Paulo, um ato em defesa do PT contra o que chama de "julgamento político do STF", com a presença de José Genoino.
No evento de ontem, os primeiros a defender os condenados foram os deputados do PT de São Paulo. "Se Genoino cair no rio Pinheiros, é capaz de purificá-lo em dez minutos, dada sua pureza que é agora achincalhada", disse Vicente Cândido.
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