sábado, 24 de novembro de 2012

Aonde nos leva o anti-semitismo?: Voz da Rússia

23.11.2012, 22:36, hora de Moscou
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nacionalismo judaísmo Judeu xenofóbia
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De acordo com os últimos dados estatísticos, no mundo vivem no mínimo 14 milhões de judeus, dos quais 7,75 milhões são habitantes de Israel.

Os judeus, que durante séculos não tiveram o seu Estado próprio, tiveram que enfrentar as mais diversas atitudes para consigo por parte da população nativa. Os mecanismos da propaganda anti-semita, postos em funcionamento no século XX, mostraram a existência de sérios problemas, problemas que não afetavam somente os judeus.
Alguns peritos afirmam que o maior perigo advém da extrema direita, que têm obtido sólidas vitórias nas eleições parlamentares na Europa. Esta tendência vem ganhando vulto já há vários anos no palco político da França, Noruega, Escócia, Holanda e Hungria. Todavia, seria um tanto precipitado qualificar estes partidos de principais atiçadores das tendências anti-semitas. É este o ponto de vista do politólogo israelita Agvidor Eskin. Ele acha que o maior perigo para o seu povo provém hoje do Islã.
"Em princípios do século XX, surgiu o conceito de movimento nacional árabe que teve origem no Islã, mas ficou fora do Islã. O nacionalismo árabe, da mesma maneira que o nacionalismo dos outros povos naquela época, tinha como base as idéias do fascismo e imitava alguns matizes do nazismo. Um exemplo disso é o mufti de Jerusalém Hadjamin al-Hussein que era um líder não somente religioso mas também nacionalista. Foi ele que formou a divisão bósnia de Adolf Hitler. A ideologia nazista era implantada nos círculos muçulmanos de uma maneira bastante ativa. Por isso, agora já é difícil de distinguir o que é vahabismo, o que é o extremismo islâmico e o que é o nazismo na sua forma pura".
As autoridades dos países onde os judeus eram anteriormente oprimidos e eliminados são agora os seus defensores. Trata-se, em primeiro lugar, da Alemanha. Quanto à Rússia, ela está longe do seu vizinho europeu, a Polônia, onde agora se verifica o surto de tendências anti-semitas. Os fóruns de Internet deste país pululam de retórica anti-semita e isso não incomoda absolutamente alguns representantes do poder. Em particular, o ministro da justiça Jaroslav Govin reputa que semelhantes declarações não contrariam a constituição polaca. Há pouco, os oponentes ideológicos - a Aliança das Forças de Esquerda e o Movimento Palicota, - resolveram, pela primeira vez na história da sua existência, unir esforços no parlamento da república a fim de combater o neonazismo, o anti-semitismo e a xenofobia.
"Na Sérvia o anti-semitismo começou manifestar-se na década de 90, especialmente no decurso dos bombardeios empreendidos pela OTAN em 1999. É que Madeleine Albright informou naquela ocasião que ela é judia e o então comandante das forças da OTAN na Europa Wesley Clark também era judeu... Foi por isso que os sérvios passaram a atribuir toda a culpa aos judeus".
Muitas pessoas acham que os judeus são responsáveis pela crise financeira mundial. Se os problemas econômicos ganharem vulto de novo, o anti-semitismo, estimulado por diversas políticas irá intensificar-se cada vez mais.

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