1.11.2012, 19:02
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© Colagem: Voz da
Rússia
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Existem duas consequências da campanha militar da OTAN na Líbia que merecem uma atenção especial.
Primeiro: o prejuízo causado pela aviação da OTAN supera sete
vezes o dano, causado durante a Segunda Guerra Mundial por aviões do marechal
hitleriano Rommel. Segundo: desapareceram 150 bilhões de ativos líbios,
“congelados” outrora nos bancos estrangeiros. Estes dados constam no livro
“Derrubamento de Muamar Kadhafi. Diário líbio. 2011–2012”, da autoria de Anatoli
Egorin, pesquisador-sênior do Instituto de Estudos Orientais junto da Academia
de Ciências da Rússia. O livro foi apresentado em Moscou. Este é o primeiro
estudo geral da tragédia líbia, realizado na Rússia.
As destruições são conseqüência de qualquer guerra. Aliás, visto
que a OTAN tinha obtido mandato apenas a implantação de uma zona de interdição
de vôos, as destruições não podiam adquirir tamanha envergadura. Apesar disso,
os ativos líbios de 150 bilhões de dólares, depositados nos bancos estrangeiros,
seriam suficientes para cobrir este prejuízo ou, pelo menos, uma parte dele. No
entanto, o dinheiro desapareceu sem deixar pistas. Impõe-se uma questão natural:
como pôde ocorrer uma coisa destas?
Eis a opinião a este respeito de Anatoli Egorin, autor do diário
líbio.
"Este dinheiro começou a desaparecer gradualmente quando começou a
campanha contra Muammar Kadhafi e ficou claro que a OTAN não pretendia deixá-lo
no poder. Ninguém sabe ao certo, aonde e como este dinheiro se foi. Existem
apenas informações esporádicas da imprensa de que estes meios eram retirados por
bancários ocidentais e “lavados” através de zonas de offshore. Agora fazem-se de
tentativas de descobrir, aonde tinha ido o dinheiro líbio mas na minha opinião
as chances de que ele seja encontrado são mínimas."
A chefe da Associação Internacional de Criação da Democracia na
Líbia Fátima Abu an-Niran acata uma opinião bem semelhante.
"Com efeito, na Líbia foi pilhado tudo que se podia pilhar. Tudo
isso ocorria aos olhos do mundo inteiro e ninguém disse uma única palavra de
condenação. Estas acusações não são vãs. O antigo chefe do Banco Central do país
confirmou anteriormente este fato. Não se trata apenas de 150 bilhões de dólares
que se encontravam nas contas dos bancos estrangeiros. O processo de fuga do
dinheiro líbio para o estrangeiro, incluindo a fuga por vias ilegais, continua.
Tudo isso tem como pano de fundo os choques entre as tribos e o poder quase
ilimitado de milícias locais, que fazem o que bem entendem com os que não lhes
convêm. Agora está claro que o objetivo da invasão da OTAN não foi absolutamente
a implantação da democracia na Líbia, como afirmava outrora a direção desta
aliança. Pelo menos agora, todos podem ver que o verdadeiro objetivo era pilhar
o país."
Precisamente por isso se nota cada vez mais que o Ocidente não
está mais interessado no destino da Líbia, na qualidade de Estado. Quanto aos
novos governantes da Líbia, eles estão empenhados já há um ano em dividir entre
si os postos.
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