quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Governo perde controlo sobre preço de cimento

Crise de cimento está de volta
 
- Em menos de dois mês o cimento passou dos 215 para 260 nos armazéns da cidade de Maputo
Maputo (Canalmoz) – A crise de cimento está de volta e são invariavelmente os consumidores que estão a pagar a factura.
Se até finais do primeiro semestre o preço de cimento andava a 215 meticais a cada unidade de 50 quilogramas, hoje a mesma quantidade é vendida a 260 meticais nos armazéns da cidade de Maputo. Uma subida que corresponde a 20.9 por cento. E com o “boom” no sector da construção civil, pelo menos na cidade de Maputo, a procura de cimento disparou e a especulação também. Há zonas da cidade de Maputo e Matola onde o preço chega aos 280 meticais.
Ao Canalmoz, o ministro da Indústria e Comércio disse que “o agravamento se deve a uma avaria registada em Agosto último na Cimentos de Moçambique, a maior fábrica de produção de cimento”, e que o preço de cimento poderá estabilizar-se até Dezembro próximo, com a normalização da produção nacional. Certezas não há, facto é que desde a referida avaria o preço não pára de subir.
Em algumas províncias do país, nomeadamente Sofala (centro), Nampula, Cabo Delgado e Niassa (norte), os preços chegam a atingir 400 meticais e na província de Manica e Tete, cerca de 500 meticais.
Inroga diz para além da avaria registada em Agosto último na Cimentos de Moçambique, a maior fábrica de produção, o agravamento deve-se também à redução das importações deste produto, devido ao aumento do preço de cimento no mercado internacional.
“Nós acreditamos que a partir de Novembro ou Dezembro, mesmo com o aumento do volume de procura de cimento para responder à quantidade de infra-estruturas desenvolvidas pelo Governo e pelo sector privado, havemos de retornar a uma situação de relativa estabilidade de preço de cimento”, é a convicção do titular da pasta da Indústria e Comércio.
Dados oficiais indicam que normalmente a produção nacional de cimento ronda as 170 a 200 mil toneladas/mês. Segundo o ministro, com os problemas registados em Agosto e Setembro, o volume de cimento disponível no mercado baixou para entre 130 e 97 mil toneladas.
Às fábricas que não entra(ra)m em funcionamento
ainda em Julho deste ano o mesmo ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, informou à comunicação social que a capacidade de produção de cimento iria aumentar “significativamente a partir deste ano (2012)” ao passar dos actuais 200 mil toneladas/mês, para sete milhões de toneladas por ano, na sequência da entrada em funcionamento de novas fábricas de cimento, uma em Matutuine, em Maputo, e outra em Sofala. Estamos praticamente em Novembro mas nenhumas delas está a funcionar, contrariamente às promessas do ministro. Agora, o ministro diz que só poderão entrar em funcionamento no próximo ano porque “os projectos se atrasaram”. Caso as referidas fábricas entrem em funcionamento, segundo Inroga, o preço de cimento será fixado num preço não superior a 200 meticais. (Matias Guente)

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