Kaúlza de Arriaga
General
Índice
Síntese Biográfica
I
O General Kaúlza de Arriaga, cuja família paterna é oriunda dos Açores, nasceu no Porto, em 18 de Janeiro de 1915, onde fez os seus estudos universitários de Matemática e de Engenharia. Ingressou depois na Academia Militar, formando-se em Engenharia. Foi um dos melhores alunos daquela Universidade e desta Academia. Mais tarde, no Instituto de Altos Estudos Militares, frequentou o Curso de Estado-Maior e o Curso de Altos Comandos. Neles se distinguiu.Exerceu os cargos de chefe de gabinete do Ministro da Defesa Nacional (1953/1955), de Subsecretário e Secretário de Estado da Aeronáutica (1955/1962), de professor do Instituto de Altos Estudos Militares(1964/1968), de presidente da Junta de Energia Nuclear(1967/1969 e 1973/1974), de administrador por parte do Estado e presidente executivo da empresa mista de petróleos "Angol, SA"(1966/1969 e 1973/1974), de comandante das Forças Terrestres em Moçambique(1969/1970) e de comandante-chefe das Forças Armadas na mesma Província(1970/1973). Desempenhou, ainda, as funções de vogal do Conselho Ultramarino(1965/1969 e 1973/1974), de presidente da assembleia geral da empresa de fibras sintéticas "Finicisa, SA"(1968/1969 e 1973/1974), de presidente da Federação Equestre Portuguesa (1968/1971) e de membro do Conselho da Ordem Militar de Cristo(1966/1974).
II
Político, professor, conferencista, escritor, dirigente e membro de organismos científicos e administrador público e privado, foi, sobretudo, militar e chefe militar.Como político, Kaúlza de Arriaga manteve em permanência uma posição, a nível nacional, do maior patriotismo, favorável a um espaço português euro-afro-asiático grande fisicamente, próspero do ponto de vista económico e de vanguarda no domínio étnico-social. Serviu leal e convictamente com Salazar e Caetano, mas denunciou, sempre que necessário e sem a protecção da clandestinidade nem da demagogia da publicidade, insuficiências e erros no regime de então. Em particular, em Abril de 1961, contribuiu decisivamente para fazer abortar um golpe de Estado contra o Presidente Salazar e contra o Ultramar Português. Por outro lado, a partir do final do ano de 1973, deixou de crer nas possibilidades em decréscimo do Presidente Caetano, procurando a sua substituição. E, na actual conjuntura (post "25 de Abril"), vem exprimindo, com coerência e precisão, e sem inibições, as suas opiniões, convicções e críticas.
Como professor, conferencista e escritor: regeu a Cadeira de Estratégia do Curso de Altos Comandos, no Instituto de Altos Estudos Militares, e preparou e coordenou o 1º Ciclo de Estudos Estratégicos, no mesmo Instituto; proferiu diversas conferências públicas e reservadas; e escreveu doze livros e numerosos artigos principalmente sobre questões políticas, ultramarinas, militares, de engenharia e nucleares, além de numerosas conferências sobre os mesmos temas. Em especial, formulou uma teoria geo-estratégica a nível mundial e aprofundou o conhecimento das estratégias nuclear e da guerra subversiva. E, igualmente em especial, em Outubro de 1966, em conferência pública, previu a formação de uma Europa Unida, o termo do comunismo na URSS, o fim do respectivo império e o aparecimento da Rússia Ocidentalizada, e admitiu a constituição de um Ocidente Tripolar com os EUA, a Europa Unida e a nova Rússia.
Como dirigente e membro de organismos científicos, e como organizador e administrador civil, actuou sobretudo no domínio das questões energéticas. Assim, por um lado, reorganizou a Junta de Energia Nuclear e orientou a investigação nuclear, a prospecção e reconhecimento de jazigos de urânio e os estudos relativos a centrais nucleo-eléctricas, quer em contactos com instituições científicas portuguesas quer com numerosas instituições congéneres estrangeiras. E, por outro lado, definiu e propôs ao Governo uma política nacional de produção de petróleo, que executou na "Angol, SA".
Como organizador e administrador militar, e como estratega e táctico, criou as Tropas de Engenharia de Assalto e colaborou na renovação das Indústrias Militar e Civil de Munições. Construiu, em escala europeia, a Força Aérea e as Tropas Pára-quedistas, em Portugal, instalando-as na Metrópole e no Ultramar Portugueses, e implantando, neste Ultramar, uma dilatada infra-estrutura aérea, para fins militares e civis. Reestruturou a Região Militar de Moçambique e especialmente a sua logística, e remodelou o respectivo Teatro de Operações e a estratégia e as tácticas nele utilizadas. Naquele território, imprimiu grande impulso às forças militares compostas por naturais de Moçambique, principalmente através da formação de Tropas de Comandos e da criação de Grupos Especiais e de Grupos Especiais Pára-quedistas, grupos bem vocacionados para a contra-subversão. E deu grande expansão a um sistema eficaz de Auto-Defesa das populações.
Como Comandante-Chefe das Forças Armadas em Moçambique, o General Kaúlza de Arriaga conduziu, com muita firmeza, uma luta eficaz, mas eminentemente humana e de natureza altamente construtiva. Uma luta em que as operações militares se inspiravam no lema "convencer inteligências e conquistar corações" e cujo objectivo fundamental consistia: na manutenção da condição portuguesa de povos e territórios; na segurança e defesa desses povos e territórios atacados pelo imperialismo-comunista; na paridade e harmonia étnicas; na dignificação e na promoção das populações; e na produção de riqueza e sua justa distribuição.
III
Em 14 de Maio de 1974, foi passado compulsivamente à situação de reserva- "saneamento"-, não pelo MFA, que apenas desejava a sua nomeação para embaixador num país sul-americano, mas sim pela JSN, mais precisamente pelos Generais Spínola, Costa Gomes e Galvão de Melo, contra os Generais Jaime Silvério Marques e Manuel Diogo Neto, e na abstenção dos Almirantes Rosa Coutinho e Pinheiro de Azevedo.Mais tarde, em 1984, e apesar da insistência do Chefe do Estado-Maior do Exército, General Salazar Braga, ignorou o diploma legal expressamente publicado para corrigir o erro e a ofensa dos "saneamentos", por considerar esse diploma ainda insuficiente em termos de dignidade e ética.
Detido em 28 de Setembro de 1974, nessa situação se manteve até 21 de Janeiro de 1976, à ordem de quem então dominava Portugal, nomeadamente, crê-se, o General Costa Gomes e o Coronel Vasco Gonçalves. Na prisão, houve-se com invulgar dignidade e testemunho de elevada coragem física e moral, recusando mesmo a liberdade condicional. Terminou por obter a liberdade plena, com recuperação de todos os direitos e deveres da cidadania portuguesa.
Em Março de 1977, instaurou uma acção judicial contra o Estado, exigindo explicações e reparações morais inerentes à iniquidade, arbitrariedade e prepotência de que fora objecto-a sua prisão. A acção processou-se durante dez anos,terminando com o Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, de 4 de Junho de 1987, que, confirmando a sentença do Tribunal da Auditoria Administrativa de Lisboa, lhe concedeu razão total, condenou o Estado Português e considerou que a prisão, e a sua duração, resultaram de ter sido dado como provado ter ele, General, "realmente capacidade, vontade e prestígio para liderar um movimento contra a descolonização de Angola e Moçambique".
Livros Publicados
Energia Atómica -1949
A Defesa Nacional Portuguesa nos Últimos 40 anos e no Futuro - 1966
Algumas Questões Nucleares em Portugal - 1969
The Portuguese Answer - 1973
Coragem, Tenacidade e Fé - 1973
A Conjuntura Nacional e a Minha Posição perante o Momento Político Português - 1976
No caminho das Soluções do Futuro - 1977
África - A Vitória Traída (co-autor) - 1977
Guerra e Política - Em Nome da Verdade, os Anos Decisivos ( duas edições ) - 1987
Estratégia Global - 1988
Sínteses ( duas edições ) - 1992
Maastricht - Pior ainda que o " 25 de Abril "!? - 1992
Alguns Artigos Publicados
Questões que me foram postas sobre Oliveira Salazar - 1988
Salazar e as Altas Questões de Defesa Nacional- 1990
O Estado Novo - 1997
Como Nasceram e Cresceram as Tropas Paraquedistas – 1993
O conceito Ultramarino Português - 1997
A Minha Posição Política – 1995
As Causas da Guerra de 1961 a 1974 em Angola e Moçambique – 1995
Mensagem de Natal - Pundanhar, 1969
Mensagem de Natal - Tartibo, 1970
Mensagem de Natal - Nangololo, 1971
Mensagem de Natal - Fingoé, 1972
Os Oito Pontos do Comandante-Chefe das Forças Armadas em Moçambique-Parâmetros da Sua Ética, Pensamento e Acção – 1970
A Guerra em Moçambique de 1964 a 1974 - 1989
A Essência e o Sucesso da Condução da Guerra em Moçambique no Período de 1969 /1973 - 1997
Wiriamu –1995
Os Pseudo-Massacres de Moçambique. O comportamento das tropas portuguesas face às populações– 1985
A Igreja Católica Moçambicana e a Guerra de 1964/1974 – 1996
Carta Dirigida ao Jornal Público em 30 de Setembro de 1995
Algumas Questões Relativas ao Ultramar Português – 1991
O Desenvolvimento de Moçambique e a Promoção das suas Populações - 1974
O Fim do Ultramar Português –Erro e Traição – 1994
Cabora-Bassa – 1990
Portugal e o 25 de Abril - 1979
Dez anos após o 25 de Abril - 1984
A Denúncia – 1994
O Desastre Maior - 1996
O "13 de Abril" e o "25 de Abril" – 1994
Portugal como era – 1992
As Homenagens aos Militares Portugueses da Guerra Ultramarina de 1961 a 1974 - 1989
"Errare Humanum Est" - 1990
E os Seus Erros Agravam-se –1990
O Irrecuperável? – 1991
Um Testemunho – 1991
Um Livro Mau, Insidioso e Suspeito – 1991
Contradições – 1992
Afirmações Fantasiosas e Falsas – 1992
O Início do Ano de 1991 - 1991
O Insólito das Recentes Eleições Presidenciais - 1991
Fim Definitivo do Socialismo-Comunista – 1991
Outro Portugal – 1996
O Ocidente Tripolar - 1991
A Ameaça – 1995
Um Valor Supremo – a Pátria – 1991
O "10 de Junho" – 1996
Entrevista ao Coronel Manuel Amaro Bernardo - 1997
Será parte integrante do livro a publicar brevemente, do autor Coronel Manuel Amaro BernardoO Livro Negro do Comunismo- Rectificação - 1998
Outros Documentos
Coragem Tenacidade e Fé - 1972
Homilía na Missa de Acção de Graças - Nampula, 20 de Julho de 1973
Mensagem do Combatente ao Comandante - Nampula, 24 de Julho de 1973
A Condecoração Maior - 1996
Costa Gomes e António de Spínola perante a acção em Moçambique do General Kaúlza de Arriaga
Contactos
Av. João XXI, 9 - 6º Dto, 1000 Lisboa
8482965
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